Você já foi entrevistado (a) alguma vez por algum instituto de pesquisa ? Esta é a grande pergunta que se faz logo quando surge uma pesquisa de opinião pública, principalmente para se detectar o panorama eleitoral. Nem bem chegamos em 2022, e os institutos já começam a se digladiar com números e dados que oscilam de acordo com as candidaturas.

A semana se encerra com a divulgação de duas pesquisas com resultados completamente diferentes. De um lado, o Instituto Brasmarket, Inteligência em Pesquisa, há 40 anos pesquisando o Brasil, e do outro, o Ipec, que foi criado por ex-executivos do Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto de pesquisa atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política. Mas com quem está a verdade, isto sem considerar os números de enquetes realizadas via redes sociais na internet.

A divulgação de pesquisa eleitorais vem suscitando dúvidas, questionamentos e até promovendo iniciativas questionáveis nas redes sociais, em um dos cenários mais pulverizados em uma eleição desde 1989. Mas será que dá para confiar no que dizem os maiores institutos do país? Segundo especialistas, sim, mas tomando algumas precauções.

De acordo com Glauco Peres da Silva, coordenador do Grupo de Estudos Eleitorais do Núcleo de Estudos Comparados e Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), a maior dificuldade para a realização das pesquisas eleitorais é a divulgação das próprias pesquisas eleitorais.

O professor, que também é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), explica que, a partir do momento em que as pesquisas são divulgadas, elas passam a influenciar os votos dos eleitores, em um cálculo que ficou conhecido como “voto útil”. “Efeitos desse tipo vão acontecer, e as pesquisas geram isso. Resumindo, não é que a pesquisa errou, ela influenciou a decisão das pessoas”.

Jairo Pimentel, pesquisador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) da FGV, completa esse raciocínio chamando a atenção para outro aspecto da realização das pesquisas: a volubilidade dos eleitores.

“A gente que faz pesquisa qualitativa percebe que as pessoas entram na sala para debater política com uma opinião e dois minutos depois já é completamente diferente. Porque no dia-a-dia o brasileiro não está acostumado a debater política, e aí quando isso começa a acontecer a pessoa percebe que sua intenção inicial tem inconsistências, é uma inclinação, e não uma intenção”, explica.

Portanto, segundo ele, quanto mais longe do pleito, menos cristalizadas são as opiniões dos eleitores, e mais as chances de os resultados oscilarem e serem muito diferentes do que vai acontecer nas urnas.

PESQUISA BRASMARKET/DEZEMBRO-2022: Bolsonaro lidera com 34,8% e Lula é o segundo com 14,4%.

O Instituto Brasmarket, Inteligência em Pesquisa, há 40 anos pesquisando o Brasil, acaba de publicar sua mais nova pesquisa de intenção de votos para presidente do Brasil. Em 2022 o Brasil vai eleger o seu presidente. Esta pesquisa é a maior e mais completa já realizada com vistas às eleições de 2022.

Foram 4.600 entrevistas realizadas na primeira semana de dezembro por telefone em 428 cidades do Brasil em todas as regiões do país, o que faz com que esta sondagem tenha uma minúscula margem de erro de apenas 1,4%. O intervalo de confiança é de 95%, o que significa dizer que se forem realizadas 100 vezes esta pesquisa e com a mesma metodologia, pelo menos 95 delas terão o mesmo resultado.

Os resultados são impressionantes tanto em nível nacional quanto nas regiões país afora dividas em Região Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

O presidente Jair Bolsonadro (PL), pré-candidato à reeleição é o grande favorito para vencer as eleições de 2022. Segundo o Instituto Brasmarket a eleição presidencial está sendo disputada pra valer entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro vence Lula em todas as regiões do Brasil, inclusive no Nordeste onde muito se falava que o pré-candidato do PT seria imbatível.

Na pesquisa espontânea, quando não é apresentado nenhum nome ao eleitor durante a entrevista, Jair Bolsonaro lidera com 30,6% contra apenas 14,4% de Lula. Sergio Moro (Podemos) aparece com  3,9% das intenções de voto, Ciro Gomes (PDT) tem 2,2%, João Doria (PSDB) atingiu 1,1% e os demais pré-candidatos não chegam a 1%. Chama a atenção o grande número de indecisos que são 38,1%.

Já na estimulada, quando os nomes são apresentados ao eleitor, Jair Bolsonaro sobe para 34,8%, Lula chega a 19%, Moro tem 7,8%, Ciro Gomes 5,2%, João Doria 2,4%, Luiz Henrioque Mandetta (União Brasil) 0,4% e Simone Tebet (MDB) 0,3%. Os indecisos caem para 17,7%.

A rejeição mostra Lula na liderança com 40,4%, Bolsonaro tem 37,9%, Joao Doria 2,7%, Moro 1,9%, Ciro Gomes 1,7, sendo que Simone Tebet e Eduardo Leite não chegam a 1% de rejeição.

Lula tem 48% das intenções de voto para presidente; Bolsonaro tem 21%, DIZ IPEC

Pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira (14) mostra o ex-presidente Lula (PT) 27 pontos percentuais à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida para a Presidência da República em 2022. Em ambos os cenários, Lula tem mais intenções de voto do que todos os outros possíveis candidatos somados. Veja os números abaixo.

CENÁRIO 1

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 48%
  • Jair Bolsonara (PL) : 21%
  • Sergio Moro (Podemos): 6%
  • Ciro Gomes (PDT): 5%
  • André Janones (AVANTE): 2%
  • João Dória (PSDB ): 2%
  • Cabo Daciolo (PMN-Brasil 35): 1%
  • Simone Tebet (MDB): 1%
  • Alessandro Vieira (Cidadania): 0%
  • Felipe d’Ávila (NOVO): 0%
  • Leonardo Péricles (UP): 0%
  • Rodrigo Pacheco (PSD): 0%
  • Brancos / Nulos: 9%
  • Não sabem / Não responderam: 5%

CENÁRIO 2

  • Lula : 49%
  • Bolsonaro: 22%
  • Sergio Moro: 8%
  • Ciro Gomes :  5%
  • João Dória :  3%
  • Brancos/nulos: 9%
  • Não sabe/não respondeu: 3%

Os dados não podem ser comparados com pesquisas anteriores em virtude da mudança dos nomes testados. O levantamento do Ipec foi feito de 9 a 13 de dezembro e ouviu 2.002 pessoas em 144 municípios. A margem de erro é de 2 pontos para mais e para menos. O nível de confiança é de 95%.

O Ipec foi criado por ex-executivos do Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto de pesquisa atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política.

Resta agora a você eleitor, escolher a sua preferida, embora, o que estará em jogo não é o que diz uma pesquisa A ou B, mas, sim o serviço prestado por cada um. O futuro do país mais do que nunca está em jogo e a verdadeira pesquisa é você que faz no dia a dia.

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