A cidade cosmopolita, a Selva de Pedra, Sampa, a Terra da Garoa brasileira. Quem conhece São Paulo sabe dessas expressões. A maior cidade da América Latina completa 466 anos neste sábado (25.01) com uma programação diversificada, semelhante ao perfil da capital. São mais de 300 atividades gratuitas previstas entre shows, palestras, cinema, dança, circo, teatro, programação infantil, debates e roteiros de memória distribuídos por cerca de 150 pontos em todas as regiões da cidade.

Na festa cabem todos os ritmos e gêneros: da cultura indígena, passando pelo forró, pelo hip hop, pelo samba, erudito e rock, até atrações de música brasileira e carnaval. A iniciativa integra o Agendão, do programa São Paulo Capital da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura da cidade. Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, São Paulo representa a principal porta de entrada de turistas estrangeiros ao Brasil e coleciona recordes de visitações em museus, ocupação de hotéis durante todo o ano e uma oferta turística que vai de sol e praia até o turismo de negócios, carro-chefe da região.

“Número um em atração de turistas a negócios no Brasil, a cidade reserva uma gama turística pulverizada e atraente. Em São Paulo, você encontra de tudo: gastronomia, cultura, história, natureza, aventura, ou seja, todos os elementos que têm a cara do nosso país. A 10ª cidade mais rica do mundo, a mais populosa e com o maior PIB do Brasil traz um papel fundamental na geração de emprego e renda por meio do turismo. Parabéns por toda essa exuberância”, destaca o ministro.

Na região central, o destaque é o Grande Cortejo Modernista, com show de Ney Matogrosso, Skank, Karol Conká, Elba Ramalho com Bixiga 70, Rashid, Demônios da Garoa e a bateria da Vai-Vai. Com mais de dez horas de duração, o espetáculo itinerante tem início no Pateo do Collegio e termina na Praça da República. A atração conta ainda com atores convidados dando vida a personagens históricos, como o escritor Mário de Andrade, interpretado por Pascoal da Conceição. A Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico, o Balé da Cidade de São Paulo e o Coral Indígena Guarani Amba Vera também integram a apresentação.

E tem mais! Entre as atividades descentralizadas, que acontecem nas cinco regiões da cidade, está o show de Emicida, no Palco Praça Brasil, na Zona Leste.  Na Freguesia do Ó, Zona Norte, o tradicional grupo de forró paulistano Falamansa se apresenta com diversos sucessos que marcaram o início dos anos 2000, como “Rindo à Toa” e “Xote da Alegria”. O grupo faz ainda versões de canções conhecidas nas vozes de Luiz Gonzaga e Alceu Valença.

Outro espaço que recebe programação, neste sábado, é o Centro Cultural da Juventude: um grande encontro de talentos da nova geração do rap com Drik Barbosa, Kamau e Rashid. Uma das principais referências entre o rap clássico e o contemporâneo, Kamau é um dos principais nomes do gênero no Brasil. Rashid, que significa “justo” e “corretamente guiado” em árabe, é um rapper que tem uma carreira musical recente, mas já muito sólida.

SAMBA, CULTURA E HISTÓRIA

No Butantã, Zona Oeste, a programação começa às 14h com o grupo Samba Rock Santo Amaro formado por alunos de uma oficina realizada na própria Casa de Cultura. Na sequência, o grupo “Eu soul sambarock” relembra os bailes das periferias de São Paulo desde a década de 1960. Já no Centro Cultural Tendal da Lapa, o cantor Marcelo Jeneci apresenta seu novo disco, “Guaia”, voltando às origens ao homenagear o bairro em que cresceu, Guaianazes.

Lançada em dezembro de 2019, a nova edição do MAR (Museu de Arte de Rua), que incentiva a produção de arte urbana pela cidade, apresenta seus primeiros resultados. No dia do aniversário de São Paulo, são inauguradas cerca de 30 obras em grandes dimensões. Ainda na pegada cultural e para dar visibilidade a locais históricos da capital, serão inauguradas ao longo do ano, 466 novas placas do Inventário Memória Paulistana, em alusão ao aniversário da cidade, a começar pela famosa galeria de arte a céu aberto: o Beco do Batman.

Para finalizar com gostinho de samba, a Zona Sul faz às honras e completa a programação com a Equipe Black Mad, grupo fundado por Mauricio Black Mad e que traz uma apresentação de dança e música em ritmos como soul music e funk, além de shows icônicos dos anos 90 de Rodriguinho, ex-vocalista do grupo Travessos, e do grupo Art Popular. Os sucessos – que nunca foram esquecidos com o tempo – “Tô te filmando (Sorria) ”, “Quando a gente ama”, “Pimpolho” e “Fricote” estarão no repertório.

Enfim, São Paulo, 466 anos. Preparamos para você uma seleção especial com as principais vistas entre tantas sobre a metrópole. Bares, restaurantes, parques, cripta e mausoléu mostram desde o subterrâneo a visões privilegiadas do topo de prédios para se admirar a correria da capital mais amada de nosso País.

PARA VER DE CIMA:

1. Terraço Itália – O restaurante é um clássico na cidade quando o assunto são espaços com vistas panorâmicas. Está localizado na região central, a 165 metros de altura, no topo do edifício Itália. O prédio construído na década de 1960 é considerado até hoje um dos mais altos de São Paulo. O restaurante tem 52 anos de história, focado em culinária italiana e queridinho dos casais apaixonados por conta de seu clima romântico. O local conta ainda com um piano bar, onde é possível desfrutar de drinks. Entre as visitas mais famosas ao Terraço Itália, está a da rainha da Inglaterra, Elizabeth 2a, em 1968. Avenida Ipiranga, 344, 41° e 42º, Centro. Telefone: (11) 2189-2929.

Terraço Itália

Renan Kaldiris/Divulgação

2. Sesc Avenida Paulista e Sesc 24 de Maio – As duas unidades foram inauguradas recentemente e já estão entre os endereços mais procurados por quem quer ver a cidade de cima. A unidade da avenida Paulista abriu ao público em abril de 2018 em prédio de 17 andares que conta com mirante a 62 metros de altura. Um aplicativo gratuito criado pelo Sesc recria a vista e permite aos visitantes explorar a região, com indicações de distâncias e locais famosos. A unidade 24 de Maio traz, além da possibilidade da vista, uma piscina no topo do edifício de 13 andares. É possível fazer visitas guiadas ao prédio, que começam pelo mirante. A entrada nas duas unidades é gratuita. Sesc Avenida Paulista – avenida Paulista, 119, Bela Vista/ Sesc 24 de Maio – rua 24 de Maio, 109, Centro

Sesc Avenida Paulista

Divulgação

3. Pico do Jaraguá e Parque da Cantareira – Se a ideia é admirar a selva de pedras paulista, mas respirando ar puro, dois parques levam os aventureiros ao topo. O Jaraguá abriga um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica da região metropolitana, tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco. O icônico morro é o ponto mais alto da cidade de São Paulo, com 1.135 metros de altitude. É possível chegar ao mirante de carro ou se aventurar por trilhas. Já no parque Cantareira, a única forma de se chegar à vista privilegiada da cidade é pela trilha Pedra Grande, com seis quilômetros total entre ida e volta em percurso asfaltado e considerado fácil. Pico do Jaraguá – rua Antônio Cardoso Nogueira, 539, Vila Chica Luiza. Telefone: (11) 3943-5222/ Parque da Cantareira – rua do Horto, 1.799, Horto Florestal. Telefone: (11) 2203-0115

Pico do Jaraguá

4. Bar & Ristorante Lassú

É verdade que do alto do 28º andar, do edifício K1, onde fica o bar e restaurante, em Santana, a vista é muito interessante. De lá, dá para ver muito da cidade de São Paulo, como o Pico do Jaraguá, Campo de Marte, os espigões da avenida Paulista e até a Serra do Mar. E não precisa se esforçar para isso, o Lassú é como  uma grande janela, todo em vidro, e boa parte do salão fica sobre uma plataforma giratória, que em uma hora e meia faz uma volta muito lentamente, sem incomodar os comensais. Mas também há lugares na parte fixa, para aqueles que preferem manter os “pés no chão” e admirar igualmente a vista. Realmente é lindo!

Além de toda essa beleza, chama muito a atenção no novo projeto de Ricardo Trevisani, à frente também do Ristorantino, a excelente cozinha. A proposta é aliar receitas clássicas italianas a ingredientes brasileiros. Sim, sim, está na moda e é até meio clichê, mas está funcionando bem no Lassú, porque os pratos são bastante cuidadosos. Destaque para o polvo grelhado com feijão manteiguinha e vinagrete de palmito pupunha para a entrada, por R$ 57 e o  risolio de aratú, que leva arroz carnaroli, carangueijo aratu vermelho e limão siciliano, por R$ 66, que saem muito bem executados da cozinha do chef Lucas Figueiredo Campos. Edifício K1, rua Conselheiro Saraiva, 207, Santana, 28º andar. Telefone: (11) 2373-7717

Lassu Restaurante

Divulgação

5. Skye Bar

A experiência começa ao entrar no elevador. O panorâmico, que leva os clientes ao oitavo andar do prédio – muitos dizem ter a forma de navio ou melancia – é uma prévia do que está por vir. Ou os segundos na escuridão do elevador dos hóspedes – sim, ele é totalmente escuro – que, ao abrir as portas, revela um ambiente contemporâneo e inusitado. O Skye, localizado no topo do Hotel Unique, no Jardim Paulista, já teve a vista eleita como uma das melhores de São Paulo pelo site europeu The Most Perfect View. A piscina, que fica na parte externa do restaurante, ajuda a compor o visual. Ela também é premiada: entrou na lista das 15 mais bonitas do mundo pela rede americana CNN. É possível visitar o bar mesmo não sendo hóspede do hotel. Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 4700, Jardim Paulista. Telefone: (11) 3055-4702

Hotel Unique

Divulgação

PARA VER DE BAIXO

1. Metrô – A maior rede metroviária do país pode ser explorada pelos usuários. O Metrô de São Paulo tem programas específicos para estudantes e para passageiros comuns que tenham curiosidade em conhecer melhor como funciona o transporte no subsolo. São seis linhas, totalizando 101,1 quilômetros de extensão e 89 estações, por onde passam cerca de 5 milhões de pessoas diariamente. Por questões de segurança, não é possível percorrer os túneis por onde passam os trens, mas o visitante pode ver a máquina de lavar os veículos, as estações por dentro e salas técnicas. “A cereja do bolo é o centro de controle. Modéstia a parte, é o mais próximo da Nasa [agência espacial dos EUA] aqui no Brasil”, diz o coordenador de Cuidados com o Passageiro do Metrô, Marcos Borges. O agendamento para os passeios gratuitos terão início em fevereiro. Mais informações pelo (11) 3179-2204 ou no site www.metro.sp.gov.br.

visita metrô

Divulgação

2. Cripta da Sé – A sala foi a primeira parte da Catedral a ser inaugurada, ainda em 1919. A sete metros de profundidade, ela reserva aos visitantes surpresas como sarcófagos e um bonito salão em forma de cruz com arcos góticos. São 32 câmaras mortuárias destinadas a guardar os sarcófagos dos bispos e arcebispos, além dos restos mortais do cacique Tibiriçá, o primeiro cidadão de Piratininga, e do padre Feijó, regente do império. Os rostos das pessoas ali enterradas estão representados por placas de bronze. O chão xadrez é de mármore vindo da Itália. É possível conferir também um conjunto de quatro vitrais com elementos da flora e agricultura do Brasil. A cripta fica no subsolo da Cátedra, na Praça da Sé, sem número, Centro. As visitas custam R$ 8,50 por pessoa. Não é preciso agendamento. Até março, o espaço recebe concertos gratuitos. O próximo será amanhã, às 15h.

cripta da Sé

Divulgação

3. Bar dos Arcos – Aos pés das pilastras de sustentação do centenário Theatro Municipal, no Centro, o bar traz uma refinada carta de drinks bastante disputada em filas de espera. O espaço parece mais um labirinto, adornado por arcos de pedras e tijolos. “Faz 115 anos que estas pedras foram colocadas nos pilares que sustentam o Theatro Municipal. Na época, sequer existia cimento: grudaram as pedras umas às outras usando conchas esmigalhadas, areia e gordura de baleia”, conta o empresário Facundo Guerra. Antes de abrigar o bar, o subsolo do teatro servia apenas para passagem de dutos de ventilação natural e lendas de fantasmas que circulavam por ali. Theatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, sem número, República. Telefone: (11) 2039-1250.

Bar dos Arcos

Divulgação

4.

Cofre Bar – Enterrado no piso inferior do Edifício Altino Arantes, o bar vem com a chancela do SubAstor e mantém as características originais do cofrão, como as portas circulares feitas de concreto e aço reforçado, o mármore das paredes e piso, e as 2.000 caixas de depósito individuais. Reluzente, o bar fica ao centro do salão, com drinques assinados pelo mestre da mixologia, o italiano Fabio la Pietra, onde o whisky é protagonista. No cardápio dos chefs Marcelo Tanus e Laila Radice, há opções como a croqueta de pupunha e a tostada de burrata no pão de fermentação natural. Está localizado no Farol Santander (onde há também ótima vista do topo do prédio), na rua João Brícola, 24. Telefone: 3553-5627

Bar do Cofre

Divulgação

5. Mausoléu do obelisco – Logo abaixo do Obelisco do Ibirapuera, o majestoso monumento de 72 metros de altura revestido em mármore, um mausoléu dedicado aos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 esconde enigmas matemáticos e muita história. A homenagem ficou pronta um ano após a inauguração do parque, em 9 de julho de 1955. Lá estão as cinzas dos quatro estudantes mortos durante protesto contra o governo de Getúlio Vargas – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo -, cujas iniciais formam a sigla MMDC. Toda simbologia numérica do mausoléu é pensada com base na data da batalha de 9 de julho de 1932. Das sepulturas no subsolo até o topo do obelisco, são 81 metros, número cuja soma dos algarismos resulta em nove. A altura do Obelisco é de 72 metros: novamente a soma é igual a nove. São nove os degraus na entrada e, internamente, existem três grupos de três arcos, formando nove arcos, unidos “na tríplice perfeição”. O comprimento da base do Obelisco tem nove metros, o do topo possui 7 metros. No frontão maior da praça, estão 32 “projéteis” em mármore. O conjunto representa a data da revolução: 09/07/1932. A simbologia também está no gramado ao redor do monumento, que possui área de 1.932 metros quadrados. A visitação é gratuita e está aberta todos os dias das 9h às 17h. O obelisco e o mausoléu estão na praça Ibrahim Nobre, sem número

cripta do obelisco

Como já destacamos em nossa coluna sobre viagens e cia, vale a pena sair de Marília e conhecer São Paulo, nossa capital. Um voltinha na balada, ou um passeio cultural que sem dúvida nenhuma vai despertar em você uma grande paixão por uma das mais belas metrópoles do mundo. confira !!!

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.