Como se já não bastasse a possibilidade de greve dos caminhoneiros devido ao aumento anunciando no inicio da noite desta quarta feira ( 17 ), os motoristas passam a ter uma outra preocupação a véspera do feriadão de páscoa. Os clientes de pelo menos 20 companhias de seguros do país (incluindo as maiores empresas) ficarão sem a garantia de guincho, caso necessário, nesse feriado prolongado, segundo anúncio da categoria.

A informação está sendo divulgada nos principais sites de noticias ligadas setor de todo o País.Empresas de guinchos e motoristas autônomos que prestam esse tipo de serviço prometem paralisação. A categoria reclama da baixa remuneração recebida das corporações, que segundo eles descumprem a tabela mínima de frete.

A exemplo da greve dos caminhoneiros de 2018, o movimento ganhou força pelas redes sociais, por meio de páginas do Facebook e grupos do WhatsApp. Lideranças informais se uniram às associações e sindicatos, que formalizaram a pauta de reivindicações.

Reunião nesta terça-feira, 16, em Guarulhos, definiu detalhes. Entre as vozes do movimento está o guincheiro Eduardo Pinheiro, da Grande São Paulo. Ele mantém contato com dezenas de grupos de WhatsApp e páginas em redes sociais.

Apelidado de “Chorão dos Guinchos”, em alusão a um dos principais caminhoneiros engajados na paralisação de 2018, o jovem é fundador da UNG (União Nacional dos Guinchos).

A classe cobra reajuste emergencial imediato, com pagamento, mínimo, a partir de R$ 2 por km rodado + R$ 150 a cada saída (por serviço feito) a até 40 quilômetros.

“Não conseguimos mais sobreviver com os valores pagos pelas seguradoras e assistências. O usuário, se viajar nessa Páscoa e vier a precisar do guincho, infelizmente, não será atendido. Nós somos a ponta desse sistema, que está praticamente nos estrangulando. A tabela não é corrigida há seis, sete anos, e as companhias não sentam pra negociar”, disse Eduardo.

O presidente da Aguisp (Associação das Empresas de Guincho do Interior de SP)  Hamilton Pires Pereira, recomenda que os usuários que necessitarem acionem guinchos particulares e peçam nota fiscal e cobrar reembolso das seguradoras. 

“É uma assistência que elas são obrigadas a oferecer. O usuário não pode ser prejudicado, assim como também não podemos mais arcar com esse prejuízo. Já fizemos uma simulação: em algumas capitais, por exemplo, o preço de uma guinchada está mais baixo que uma corrida de táxi”, reclama Pereira.

A categoria cobra  também da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), fiscalização para o descumprimento da lei da tabela do frete, já que o veículo guinchado é considerado carga seca, caracterizando serviço de transporte.

Carga

Outra discussão que poderá definir mudanças no setor, com aumento da remuneração aos guincheiros, é o reconhecimento da condição de carga dos veículos rebocados. O advogado especialista e professor de Direito no Trânsito, Marcelo José Araújo, emitiu parecer sobre o assunto, a pedido de entidades do setor.

“Não importa como foi embarcado, ou içado, mas uma vez que um determinado veículo ocupa um espaço de carga (geralmente uma plataforma) e está sendo transportado, esse veículo torna-se uma carga”, explica.

Ele cita o exemplo das balsas e embarcações marítimas semelhantes. “O motorista e os passageiros não podem ficar no interior desses veículos. Ele está inerte, com seu motor desligado e torna-se uma carga”, ilustra o especialista.

Essa classificação faz diferença para a remuneração do guincheiro, que deixa de ser um prestador de serviço, cuja negociação do valor do serviço ocorre de maneira direta (com base na lei da oferta e da procura), para a aplicação da tabela de transportes da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), conquista da greve dos caminhoneiros.

O especialista em trânsito, que assessora os guincheiros, incluiu o tema entre as reivindicações. Pedido de fiscalização, com base em parecer da própria ANTT e da Procuradora Geral da República (que considera a tabela constitucional), foram encaminhados à agência.

Com a mobilização das entidades e das redes sociais, em todo o país, a paralisação entre sábado, 20, e quarta-feira, 24, só poderá ser evitada se a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização) apresentar uma contraproposta.

Nossa reportagem tentou um contato com representantes da entidade, mas, devido ao horário da publicação da matéria não foi possível. Essa matéria poderá ser atualizada nesta quinta feira (18) quando tentaremos um contato com os representantes da categoria na cidade de Marília e região.

Fontes : O Paraná, Clik Guarulhos e A rede.

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