O Governo confirmou hoje que o Brasil negocia a compra de dois milhões de doses da vacina de Oxford contra a covid-19 fabricada na Índia, frisando que não há proibição para exportação de imunizantes produzidos por farmacêuticas indianas.

“As negociações entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Serum da Índia para a importação pelo Brasil de quantitativo inicial de doses de imunizantes contra a covid-19 encontram-se em estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro”, disse uma nota dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.

O mesmo comunicado frisou que o secretário executivo do Ministério da Saúde do país, Elcio Franco, se reuniu com o embaixador da Índia em Brasília para tratar do tema na tarde de ontem.

“A embaixada do Brasil em Nova Deli, por sua vez, está em contato permanente com autoridades indianas para reforçar a importância do início da vacinação no Brasil”, acrescentou a nota.

O Brasil também mencionou que o Instituto Serum da Índia e a Bharat Biotech comunicaram a sua firme intenção de garantir acesso mundial às suas vacinas contra a covid-19 e que a “empresa tem autorização para fazer a exportação de vacinas produzidas na Índia para todos os países”.

Na segunda-feira, Adan Poonawalla, presidente do Instituto Serum havia dito que o Governo indiano não iria permitir a exportação da vacina de Oxford produzida no país asiático.

O comunicado de Poonawalla ocorreu um dia após a Fiocruz anunciar o contrato com o Serum para comprar dois milhões de doses do medicamento antes de iniciar a produção local do imunizante no Brasil. A Fiocruz será a fabricante brasileira da vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca.

Além da intenção de compra anunciada pela Fiocruz, representantes da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac) anunciaram interesse em comprar vacinas contra a covid-19 produzidas na Índia para oferecer aos seus clientes no final da semana passada.

Assim, clínicas privadas do Brasil também passaram a negociar com a Índia a compra de cinco milhões de doses da vacina contra o covid-19, desenvolvida pela fabricante Bharat Biotech.

Vários representantes da ABCVac viajaram ontem para a cidade indiana de Hyderabad, no sul do país asiático, para negociar a importação da vacina assim que for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do Governo.

Após fracasso, Saúde vai abrir novo pregão de seringas e agulhas mais caras

Seringa e agulha para vacinação contra o coronavírus

O Ministério da Saúde vai abrir novo edital de compra de agulhas e seringas para alcançar a meta de 330 milhões de insumos, dessa vez pagando valores mais altos do que no último pregão.

Na licitação que fechou em 29 de dezembro, os fabricantes de seringas ofertaram menos de 8 milhões de insumos. Uma das principais reclamações foi o preço, que estaria abaixo de mercado.

Depois de ceder à pressão das empresas, o ministério deu encaminhamento nesta terça-feira a uma tabela de preços reajustados, por meio do Departamento de Logística da pasta.

Trata-se de um novo pregão, novos insumos, além dos 30 milhões de produtos extras com os quais as empresas se comprometeram a vender para o governo nesta terça. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos, as fábricas aguardam o lançamento do edital ainda na primeira quinzena deste mês.

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