No Palácio do Planalto, presidente falou do papel da comunicação na defesa da democracia, “em que pese algumas caneladas” que recebe.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao lançar nesta segunda-feira (20/05/2019) a campanha publicitária em defesa da Nova Previdência, no Palácio do Planalto, ressaltou para uma plateia de empresários de comunicação a importância da mídia para a democracia, apesar das “caneladas” que vem recebendo.

“Essa mídia é tão importante para que a chamada democracia não se apague, em que pese algumas caneladas”, disse o presidente, ao tentar dar um tom mais descontraído ao seu discurso.

Bolsonaro mudou o tom em relação à classe política, que, segundo disse pela manhã, seria o “problema do país”. No fim da tarde, ele alegou que valoriza o Parlamento e que torce para que a reforma, hoje em processo de apreciação pela Câmara dos Deputados, sofra o menor número de modificações possível.

“Quando se tem a sua frente os números concretos da Previdência, muita gente muda de ideia”, disse o presidente. “Se aprovarmos a reforma, o Brasil sairá desta estagnação em que se encontra e caminhará rumo à sonhada prosperidade”, disse o presidente.

Bolsonaro ainda disse que tem conversado com governadores, inclusive da oposição, que dizem a ele que precisam da reforma da Previdência. “Eles vão se empenhar”, disse o presidente. “Ninguém consegue entender como pode um país tão rico, tão maravilhoso como esse, patinar na economia”, ressaltou.

O objetivo da campanha publicitária em torno da Nova Previdência, segundo o secretário especial de Comunicação do Planalto, Fábio Wajgarten, é explicar o texto da reforma apresentado à Câmara dos Deputados e, principalmente, “combater fake news”.

Sem caráter ideológico
A campanha adota o slogan “Nova Previdência. Pode perguntar”. “Quem não tem medo da verdade, não tem medo de responder pergunta”, disse o secretário durante a cerimônia. “É uma campanha informativa, sem caráter ideológico”, disse o ministro da Secretaria de Governo, general Alberto Santos Cruz.

As peças publicitárias, de acordo com o governo, trazem pessoas comuns fazendo perguntas sobre a proposta em tramitação no Congresso.

“Nessa Nova Previdência aí, como fica para mim que ganho um salário mínimo? Vou ter de pagar mais?”. Essas são perguntas comuns entre os brasileiros. Mas, a partir de hoje, o governo promete que outras dúvidas serão sanadas através da campanha da Nova Previdência.

Mudança de posição
A iniciativa marca uma mudança de posição do governo diante a reforma. Antes, a orientação era deixar para o Congresso a tarefa de construir o entendimento sobre esta necessidade. Agora, o governo decidiu gastar R$ 37 milhões com a campanha.

“Há muita desinformação sobre o que é e o que muda na proposta da Nova Previdência em tramitação no Congresso. Queremos evitar que as pessoas tenham opiniões baseadas em informações erradas, fake news, espalhadas aos montes quando se trata do sistema de aposentadorias”, explica Fábio Wajngarten, executivo à frente da Secom.

Para esclarecer, as mensagens ressaltam, por exemplo, a manutenção das regras vigentes para quem já está aposentado e a redução de privilégios históricos do sistema previdenciário brasileiro, que inclui a diminuição da contribuição de quem ganha menos e o aumento da contribuição de quem ganha mais.

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