O poder nada mais é que um conjunto de meios materiais e instrumentos jurídico-políticos que legitimam e dão sustentação a medidas e ações capazes de funcionar no plano individual, empresarial ou nacional, em geral com o fim de levar à realização de obras físicas, sociais ou comportamentais a partir do emprego dos recursos exigidos.

Os elementos do poder são, portanto, os meios de ação efetivamente existentes. Referindo-se a uma coletividade complexa, caso de uma nação inteira ou de uma cidade como a nossa, o poder existe ou não conforme a presença real daqueles meios exigidos para que algo seja realizado. Uma catástrofe natural, como é o caso da atual pandemia, exige um arcabouço de ações inteligentes, coordenadas, funcionais e eficientes para o alcance dos objetivos propostos e dos resultados esperados.

Para tanto, o líder maior ideal como coordenador do processo e legítimo no exercício do cargo e das prerrogativas da função é aquele que disponha de inteligência, alta cultura, compreensão dos problemas, espírito de renúncia e dedicação a uma causa coletiva acima de seus interesses cotidianos. Essa é uma boa – mas não a única – definição do que seja um estadista, tão importante quanto mais difícil é o momento que dele exige o que tem de ser feito, não apenas o que ele quer pessoalmente que seja feito, por interesses próprios.

Uma invenção genial para cobrar as promessas dos políticos

Não é por outra razão que se afirma dos estadistas que sua marca maior é pensar nas próximas gerações, enquanto os políticos entregues à mesquinharia diária pensam diuturnamente no poder pessoal, nas benesses do cargo e nas próximas eleições.

Os anos de 2020 e 2021 apenas mostraram o quanto a pobreza política e a indigência moral (além, é claro, da corrupção e da ineficiência) cresceram na estrutura de poder no Brasil, espalhando-se por todos os espectros ideológicos e partidários, tirando como exemplo a própria cidade de Marília nas ações de combate ao coronavírus.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR IMPEDE FALSAS PROMESSAS DURANTE CAMPANHA  ELEITORAL – Blog do Chico Pereira

Tanto se tem falado sobre o momento histórico por que passa o Brasil e também o resto do mundo, e que nunca o país necessitou tanto e nunca clamou tanto por líderes que estejam acima da pobreza intelectual e moral cotidiana da política miúda e dos jogos de poder pessoal, praticada na capital do alimento já há mais de 30 anos e, que se mantém na atual conjuntura. A mudança apregoada em 2016 não aconteceu, apenas se trocou o bastão.

Um estadista, neste momento tão dramático e sofrido da vida de sua cidade, sentir-se-ia impelido a sacrificar tudo: vaidade, arrogância e pretenso conhecimento que não tem em favor de uma grande atitude de conciliação e trabalho pensando no ponto único que importa, que é salvar a população dessa tragédia sanitária que se abateu sobre todos, ainda que o grau de certeza científica envolvido no problema não seja conhecimento exato.

Um estadista age quando tem de agir, não à espera que todos os conhecimentos sejam consolidados e inquestionados, enquanto mais de 600 marilienses perderam suas vidas, principalmente nas filas de espera da UPA norte de do PA sul.

Compare as promessas de campanha de Faria e Passos

Pode parecer repetitivo, mas, Marília precisa se perguntar: onde estão os estadistas revolucionários da última campanha ? Os especialistas em promessas que bateram em sua porta pedindo voto e acabaram conquistando uma cadeira na câmara municipal ?

Aqueles que, dispondo do poder e dos meios de ação, se entregassem à obra maior de fazer algo, ainda que os recursos sejam escassos, sairiam consagrados da vida pública e realizados por toda a sua existência na Terra, pois o estadista é assim: quanto mais dele a cidade precisa, mais ali ele está, no seu bairro, na sua rua, no posto de saúde e assim por diante.

Mas onde estão os estadistas da mudança na politica de Marília ? O que houve, afinal, com o trem descarrilado da política, em que a mediocridade e a pobreza de líderes são as marcas da maioria – não de todos, que fique muito claro – dos homens públicos que povoam a nave do poder, em uma cidade onde a fome e a pobreza se espalham pelos bairros? Onde estão os profetas da nova política que nadam fazem em defesa do povo de sua cidade ?

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