Desde 2017 Justiça não consegue localizar o famoso Nelsinho em ação de enriquecimento ilícito.

Em mais uma tentativa de condução processual, na última quarta-feira (23) o quarto promotor de Justiça de Marília, Isauro Pigozzi Filho, pediu mais uma diligência pessoal no endereço indicado pelo Sistema de Informações (Infojud) objetivando localizar o ex chefe de gabinete e secretário da Fazenda Nelson Virgílio Grancieri.

Segundo os trâmites da ação, pelo menos desde o ano de 2017 a Vara da Fazenda de Marília tenta notificá-lo em uma ação civil pública em que é acusado de improbidade e enriquecimento ilícito. Pelo que apuramos, o mesmo teria se mudado para São Paulo.

O fato é que, o secretário da Fazenda, Chefe de Gabinete e braço direito do ex-prefeito Mario Bulgarelli, Nelson Virgílio Grancieri, conhecido como Nelsinho, está desaparecido e sua localização passa a ser um grande desafio para a Justiça.

PRÓXIMA ETAPA

A Próxima etapa do judiciário segundo requerimento da promotoria, deve ser a realização de citação do acusado por meio de edital. A medida depende do aval da Vara. A solicitação já foi feita em outros momentos, mas o juiz responsável, não sabemos porque, entendeu que a promotoria deveria esgotar todas as possibilidades de citar Nelsinho pessoalmente.

A verdade é que, os oficiais de Justiça já fizeram dezenas de diligências em busca do paradeiro do acusado sem obter sucesso.

Vale lembrar que, em 2018, o Ministério Público apontou que Nelsinho apresentou notificação prévia, através de advogado, mas “depois de recebida a petição inicial nunca mais foi localizado no endereço fornecido e de sua residência”.

LINS- LOCAL INCERTO NÃO SABIDO

A contradição em informações é deflagrada até entre seus próprios entes queridos; “Nem os familiares do requerido, vizinhos e o advogado constituído souberam informar a respeito de seu paradeiro”, relata o processo. A filha do acusado também teria informado que seu pais estaria na capital paulista, mas, em local e endereço incerto e não sabido.

Já no ano passado, o advogado dele informou “achar” que seu cliente estaria morando em Campinas, porém sem tecer maiores detalhes a respeito. Fato acaba por desmontar a famosa pose de poderoso chefão ostentada pelo mesmo quando no comando da principal pasta do governo de Mário Bulgareli.

RELEMBRANDO O CASO

Pelo que consta na denúncia contra Nelson Grancieri, se destaca a contratação de empresas com dispensa de licitação por meio da Prefeitura de Marília, ausência de comprovação dos serviços e suposto custeio de serviços particulares prestados a uma clínica de sua esposa situada nos altos da Jd. Esmeralda. A acusação do Ministério Público é grave e envolve ainda a “incompatibilidade patrimonial” dele “com seus rendimentos, a indicar enriquecimento ilícito”.

Como agravante, além da constituição da clínica, consta ainda a compra de um veículo que também não bateria com as informações da declaração de imposto de renda do casal, causando uma incógnita no processo.

Convém lembrar que em uma outra ação, criminal, sobre o mesmo assunto, Nelsinho chegou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal, por conta de movimentações suspeitas que totalizaram R$ 500 mil em suas contas pessoais entre agosto e outubro de 2011, quando estava na Prefeitura. O caso foi manchete nos principais jornais da época.

Nas considerações finais, a ação civil pública que trata a matéria, pede a devolução de R$ 18,2 mil que seriam referentes ao suposto enriquecimento ilícito, correção monetária, e multa de até três vezes a cifra além da perda e suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e proibição de contratar com o poder público por até dez anos. Alguém viu o “Nelsinho” por ai ???

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