Número de vidas potencialmente salvas cresce para 210 mill com 20 minutos de exercício, e para mais de 270 mil com 30 minutos

Se quase todo mundo começasse a caminhar 10 minutos a mais por dia, poderíamos, coletivamente, evitar mais de 111 mil mortes todos os anos, segundo um novo estudo sobre movimento e mortalidade.

Publicado esta semana na revista científica JAMA Internal Medicine, o estudo usou dados sobre atividade física e taxas de mortalidade de milhares de adultos americanos para estimar quantas mortes a cada ano poderiam ser evitadas se todos se exercitassem mais. Os resultados indicam que apenas um pouco de atividade física extra poderia evitar centenas de milhares de mortes prematuras nos próximos anos.

A ciência já tem muitas evidências de que o quanto nos exercitamos influencia em quanto tempo vivemos. Em um estudo de 2019, publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), mais de 8% de todas as mortes nos Estados Unidos foram atribuídas a “níveis inadequados de atividade”.

Um estudo britânico de 2015 também descobriu que homens e mulheres que se exercitavam por pelo menos 150 minutos por semana — a recomendação padrão no Reino Unido, Europa e Estados Unidos — reduziram o risco de morte prematura em pelo menos 25% em comparação com pessoas que se exercitavam menos.

Mais preocupante, um exame de 2020 dos estilos de vida e riscos de morte de cerca de 44 mil adultos nos Estados Unidos e na Europa concluiu que os homens e mulheres mais sedentários do estudo tinham até 260% mais chances de morte prematura comparados com as pessoas mais ativas, que se exercitavam por pelo menos 30 minutos na maioria dos dias.

Mas grande parte dessas pesquisas anteriores se baseou nas memórias, muitas vezes não confiáveis, das pessoas sobre seus hábitos esportivos e de descanso. Além disso, muitos dos estudos que investigaram os impactos mais amplos e populacionais do exercício na longevidade tendiam a usar diretrizes formais de exercício como seu objetivo.

Nesses estudos, os pesquisadores modelaram o que aconteceria se todos começassem a se exercitar por pelo menos 150 minutos por semana, uma meta ambiciosa e talvez inatingível para muitas pessoas que antes se exercitavam raramente.

Em exercícios de até 30 minutos, eles apresentaram um cenário estatístico que pode reduzir até 272 mil mortes todos os anos, quase 17% do total em um ano típico para os EUA. Já com 20 minutinhos, seriam 209 mil mortes a menos, enquanto exercícios de até 10 minutos podem evitar até 7% das mortes anuais no país, ou seja, 111 mil vidas preservadas.

Exercícios físicos salvam vidas

O ponto mais interessante do estudo é que os pesquisadores não se referem a exercícios físicos de alto desempenho, na realidade, eles pesquisaram sobre os tipos de exercícios mais comuns que o ser humano pode realizar no dia a dia, como caminhar.

Inclusive, outro estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) sugere que uma rotina de atividades físicas também pode potencializar a resposta imune induzida pelas vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2.

O exercício não precisa ser extenuante para ser eficaz, e intensificar um pouco sua rotina pode ter um grande impacto, disseram especialistas. Ou seja, em dez minutos você consegue fazer uma breve caminhada ao ar livre, dançar algumas músicas que gosta, praticar Ioga ou alongamento e etc. 

Nota importante: Se você sentir dor durante o exercício, pare imediatamente. Consulte o seu médico antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios.

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