Não há dúvidas de que microempresas de doces e os supermercados têm volume de venda no período da Páscoa. Neste ano, porém, o cenário é um pouco diferente. Em meio à pandemia do coronavírus, a expectativa é de que o setor mercantil sofra uma redução de 20% a 30% nas vendas, conforme produtores consultados pelo portal G1.

Para as pequenas empresas, a saída foi planejar novas estratégias de venda, reorganizar a equipe de produção e reforçar o sistema de delivery.

De acordo com as pesquisas, os comerciantes compraram cerca de 10% a menos do produto para a revenda, com relação ao ano passado. Além disso, houve uma redução do preço devido à diminuição do tamanho dos ovos.

“Foi uma estratégia das indústrias. Tinha ovos com determinada quantidade que os clientes achavam muito caro”. Os preços estavam variando entre ontem sábado ( 11 ) e hoje, domingo ( 12 ) de R$ 9,90 a R$ 69, dependendo da marca. Ano passado, a taxa de variação do item chegou a mais de 42%.

A diminuição da diversidade do produto, tanto nos supermercados quanto nas empresas, também é outra consequência. A confeiteira M. U.C já acostumada a faturar alto nesta época com produção caseira de larga, que está produzindo apenas encomendas a portas fechadas, cancelou o planejamento da Páscoa deste ano e decidiu focar nos sabores clássicos dos ovos mais vendidos de edições anteriores.

Já o empresário V. B, proprietário de um comércio de doces e chocolates, adotou a estratégia de mudar os preparos para a data festiva logo quando o coronavírus surgiu. “Eu suspendi a questão de fazer um estoque grande, fiz uma estratégia semanal de compra de ingredientes para ter controle da cadeia de produção”, explica.

Os planos também mudaram para G.B.R e sua mãe, V.B.R, sócias de uma rotisserie. Com base no alto lucro com a Páscoa de 2019, a ideia de contratar mais uma pessoa para intensificar a mão de obra acabou sendo excluída. “A gente aumentou a compra de embalagens e estoque desde o carnaval, só que agora não lucramos mais de 50% do que foi vendido ano passado”, comentou a empresária.

Falta de confraternização

Um dos fatores causadores da redução das vendas é a falta de contato entre os membros da família durante o período de quarentena. Muitos avós tinham o costume de comprar grandes quantidades de ovos de Páscoa para presentear os netos, o que não aconteceu neste ano por causa do isolamento social, indicado principalmente para os idosos, que se enquadram no grupo de risco.

Com o objetivo de interromper a distância, os pequenos empresários apostaram no sistema de delivery para não perder a demanda. A maioria das encomendas são feitas por pessoas que estão isoladas em casas separadas, e os ovos são uma forma de marcar presença e mostrar solidariedade.

Segurança na entrega ( ainda dá tempo )

Tendo em vista o cenário atual, a segurança é a principal aliada das entregas. Os clientes têm a alternativa de buscar suas encomendas, feitas por telefone, por meio do drive thru, além das entregas feitas de carro. Durante o período da Páscoa, foi normal verificar alguns produtos disponíveis em aplicativos de entregas.

A preocupação com o contato na hora do pagamento também fez com que alguns hábitos mudassem. Transferências bancárias, pagamentos online via cartão de crédito e até aplicativos, substituíram a compra convencional e estão sendo úteis para diminuir o contágio do vírus sem interromper as vendas.

Para as pequenas empresas, a saída realmente foi planejar novas estratégias de venda, reorganizar a equipe de produção e reforçar o sistema de delivery.

Na tarde de ontem e manhã deste domingo, era intenso em alguns supermercados que praticamente estavam “queimando o estoque” para evitar ainda mais prejuízos. Duas grandes redes de lojas em Marília abriram simultaneamente também na tentativa de “desovar” os produtos ainda nas prateleiras evitando perdas.

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