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A Polícia Civil de Bauru, por meio do Setor de Investigações Gerais (SIG), identificou um adolescente de 17 anos pela fraude do auxílio emergencial de 61 pessoas com direito ao benefício. Com a prática, ele teria arrecadado ilegalmente cerca de R$ 37 mil. O jovem (a identidade não foi revelada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente) confessou o crime e vai responder em liberdade por ato infracional de estelionato. As investigações continuam para identificar mais envolvidos.

Nesta sexta (19), após representação judicial, os policiais realizaram buscas na casa do suspeito, em um bairro de classe média de Bauru. No local, foram encontradas evidências dos delitos. Ele ainda teria detalhado como os golpes eram praticados.

‘ROBÔS VIRTUAIS’

De acordo com o delegado coordenador da SIG, Eduardo Herrera dos Santos, o jovem teria conhecido um grupo de hackers na deep web (espaço da Internet usado para a prática de crimes). Juntos, eles teriam desenvolvido scripts (códigos), que atuavam como ‘robôs virtuais’. “Eles já vinham trabalhando no mês de maio pra cá no desenvolvimento, mas ele mesmo começou a praticar o desvio e ter o benefício creditado na sua conta no início de junho”, detalha o delegado.

Um primeiro robô realizava a busca dos CPFs junto à Receita Federal. Depois disso, um segundo avaliava quais desses eram elegíveis do auxílio emergencial e cadastrava esses dados. Porém, ainda segundo a polícia, como a conta específica do benefício não permite transferências a outros bancos, foi necessário a criação de um terceiro código.

“Este terceiro robô fraudava compras através de um site de pagamentos, porque liquidar boletos por lá é permitido. Então, o valor era repassado para uma carteira digital e, de lá, conseguia mandar o dinheiro para sua conta bancária pessoal”, explica.

“Quando analisamos os dados da conta dele, identificamos com certa facilidade o que é do auxílio emergencial. Várias transações de R$ 597, porque R$ 3 é a taxa cobrada pelo site de pagamentos pela emissão de boletos”, completa Eduardo Herrera.

EM 15 DIAS

Com esse procedimento, em um período de 15 dias, o adolescente fraudou o benefício de aproximadamente 61 possíveis beneficiários do programa, arrecadando cerca de R$ 37 mil. O perfil e a localidade das vítimas ainda não foram identificados pela polícia. Já o valor foi usado para a compra de celulares de alto valor, equipamentos de informática, uma arma de brinquedo, além de outros objetos que foram apreendidos.

“O mais importante é que a conta foi bloqueada e o sistema que ele utilizava foi desmantelado. Então, os mecanismos de ação dele foram extraídos e nós acreditamos, com isso, ter estancado o processo”, analisa.

INVESTIGAÇÕES SEGUEM

Apesar da identificação do adolescente, as investigações vão continuar para identificar outros possíveis envolvidos no crime. “Nosso maior objetivo dentro disso é conseguir minimizar o prejuízo. Isso, para nós, representa não só o resultado do nosso trabalho, mas também acaba colaborando para que tire um pouco a sensação de impunidade. As pessoas que estão agindo por aí vão pensar: ‘a polícia está monitorando? Então, podem estar me monitorando também'”, conclui Eduardo Herrera.

Em Marília diversos pessoas referem ter caído em um golpe desta natureza. Caso você conheça alguém, é de suma importância contactar a policia civil para cruzamento de dados.

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