De fato, esta é uma semana agitada para a área das ciências médicas, no Brasil e no mundo. Na terça-feira (21), o Estado de São Paulo relatou ter identificado o vírus letal da febre hemorrágica, que acreditava-se ter sido extinto do Brasil desde o final dos anos 90. Na terça-feira, também, o novo vírus misterioso chinês foi, por sua vez, diagnosticado pela primeira vez tanto na Austrália quanto nos Estados Unidos.

Hoje (22), é o Estado de Minas Gerais que alega suspeitar que esse vírus da China, da família Coronavírus e chamado de 2019-nCoV, tenha infectado uma pessoa. Se confirmado, será o primeiro caso brasileiro do vírus. 

Isso porque, ontem (21), uma brasileira de 35 anos, recém-chegada da China — ela esteve na cidade de Shangai e retornou para o Brasil no sábado (18) — foi identificada na UPA Centro Sul, de Belo Horizonte, com sintomas respiratórios, compatíveis com os da doença respiratória viral aguda que tem causado estragos na Ásia.

A paciente também afirma que não esteve na região de Wunhan, epicentro do coronavírus, e que também não teve contato com pessoas sintomáticas na China.

Entenda a suspeita

Por enquanto, o caso foi somente notificado como suspeito, tendo em vista o contexto epidemiológico atual do país onde a paciente esteve. Por isso, foi levantada a hipótese de doença causada pelo novo coronavírus chinês, “considerando o potencial pandêmico com alto risco à vida e impacto assistencial”, segundo a nota da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Apesar de não apresentar qualquer sinal indicativo de gravidade clínica, a paciente brasileira está em observação no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), na região do Barreiro. Todas as medidas assistenciais para redução de risco de transmissão também já foram tomadas, enquanto o caso segue em investigação. Somente os exames serão capazes de confirmar ou descartar a hipótese da infecção.

Histórico do vírus

Esta semana, a China também confirmou que o vírus pode ser transmitido entre pessoas. Previamente, os cientistas acreditavam que o contágio não acontecia entre humanos e que a fonte primária do vírus era animal, provavelmente vindo do mercado de frutos do mar localizado na cidade de Wuhan.

Além disso, já foram relatadas nove vítimas fatais do vírus na China e outros 441 casos de infecção. A doença em questão é responsável por causar febre, tosse, falta de ar, dificuldades respiratórias e até um tipo de pneumonia

A poucos dias de um dos seus maiores feriados nacionais, o Ano Novo Chinês, o presidente da China Xi Jinping, em pronunciamento na televisão estatal, disse que “a vida e a saúde das pessoas devem receber a maior prioridade e a disseminação do surto deve ser resolutamente controlada.”

O aumento de casos do novo coronavírus se assemelha geneticamente ao vírus SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). A epidemia desse vírus semelhante aconteceu em 2002 e também se originou na China, matando 700 pessoas em todo o mundo.

Para governo federal, como paciente não esteve em região endêmica na China, caso não é tido como ‘suspeito’; Minas mantém status como prevenção.

Após confirmação da SES/MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) sobre a investigação de um caso suspeito de coronavírus em Belo Horizonte, o Ministério da Saúde emitiu uma nota oficial descartando a notificação.  

“Até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito no Brasil de Pneumonia Indeterminada relacionado ao evento na China”, diz a nota divuglada na tarde desta quarta-feira (22) pela pasta.

De acordo com o Ministério da Saúde, o caso relatado em Minas não se enquadra na definição de caso suspeito da OMS (Organização Mundial da Saúde), porque a paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus. “De acordo com a definição atual da OMS, só há transmissão ativa do vírus na província de Whuan”, diz o Ministério. 

No entanto, a SES/MG afirma que vai manter o status do caso notificado como “suspeito” como uma medida de prevenção. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirmou que, como houve veiculação de alerta por organismos internacionais como a Opas (Organização Pan Americana de Saúde) e a própria OMS, o sistema está mais “sensível” e o caso permanecerá sendo tratado pelo Governo do Estado como “suspeito”.

China tem 17 mortes causadas pelo coronavírus

Aumentou para 17 o número de mortes decorrentes da infecção pelo novo tipo de coronavírus detectado na China, confirmaram nesta quarta-feira (22) as autoridades do país. O número de pessoas infectadas subiu para mais de 550. No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne-se para decidir se deve declarar uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”.

O balanço da progressão do coronavírus foi divulgado pelas autoridades de Wuhan, no centro da China, cidade onde o surto começou no mês passado.

A Comissão Nacional de Saúde chinesa havia alertado hoje que o novo tipo de coronavírus poderia “sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente”.

O fato é que a maioria dos infectados são da província de Hubei, cuja capital é Wuhan – um importante centro de transporte doméstico e internacional, e as autoridades apelam para que as populações que não viajassem para esta cidade chinesa, por suspeitar ser o ponto originário do vírus.

“Basicamente, não vão para Wuhan. E aqueles que estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade”, afirmou hoje Li Bin, vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde da China.

A população residente também foi alertada para evitar multidões e encontros em espaços públicos.

OMS avalia hipótese de “emergência de saúde pública internacional”.

As autoridades chinesas confirmaram que a situação no país está na fase “mais crítica” da prevenção e controle.

O Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde se reúne em Genebra, na Suíça, com vista para avaliar a situação e a possibilidade de se declarar emergência de saúde pública internacional, assim como para determinar que recomendações para controlar o coronavírus.

Saiba quais são os principais sintomas do coronavírus.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV)”. Eles podem ser transmitidos por animais e pessoas. 

Entre os principais sintomas estão:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar
  • Dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia 

Entre os casos graves, também é possível perceber os sintomas de:

  • Pneumonia
  • Síndrome Respiratório Agudo Severo 
  • Insuficiência renal  

Já há casos detectados também em Japão, Tailândia, Taiwan, Coreia do Sul e Estados Unidos. Ainda não existe medicamento ou vacina específica para o coronavírus. 

As recomendações da OMS para impedir a propagação da infecção incluem: lavagem regular das mãos, cobertura de boca e nariz ao tossir e espirrar, cozinhar bem carnes e ovos, evitar contato próximo com qualquer pessoa que apresente sintomas de doenças respiratórias, como tosses e espirros.

 

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