Em evento promovido pela legenda nesta quarta-feira (25), ex-presidente Michel Temer disse de forma surpreendente ser “difícil” aliança com o PT

De olho nas eleições do ano que vem, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) promoveu um encontro, nesta quarta-feira (25), para debater o futuro político do país. Na sede nacional da legenda, no Lago Sul, em Brasília, figuras conhecidas da política lançaram o documento “Todos por um só Brasil”. O material apresenta propostas da legenda para as discussões internas que vão nortear o pleito de 2022. O ex-presidente Michel Temer, uma das figuras políticas fortes do MDB, participou do encontro e, ao conversar com os jornalistas, disse ser “difícil” uma aliança com o PT. 

O documento foi produzido pela Fundação Ulysses Guimarães — ligada ao MDB e presidida pelo deputado federal emedebista Alceu Moreira (RS), que participou do evento — e tem como objetivo apresentar uma terceira via em 2022. Ao citar uma “desarmonia” vivida atualmente no país, Michel Temer destacou a necessidade de parceria entre Executivo e Congresso. Ao ser questionado sobre eventual aliança com o PT em 2022, o ex-presidente disse que estava “um pouco por fora” da política partidária, mas afirmou que acha “difícil” as duas siglas se juntarem em 2022, como já ocorreu em pleitos anteriores.

O motivo dessa dificuldade, de acordo com Temer, é a “radicalização” da política brasileira. Na avaliação dele, Bolsonaro e PT ocupam “posições antagônicas e radicais”. “O MDB é contra qualquer tipo de radicalismo”, declarou.

Em seguida, o presidente nacional da sigla, deputado federal Baleia Rossi (SP), declarou que o MDB fez três reuniões com outros partidos que se declaram de Centro para pensar numa “alternativa moderada para o país”. Baleia afirmou que todas essas siglas podem lançar algum candidato em 2022. “Não estamos apresentando nomes ainda. Queremos um projeto para o país e vamos trabalhar como o presidente Michel (Temer) tem falado sempre. É bom para o eleitor ter alguma alternativa longe desse radicalismo que está se apresentando.”

Também participaram presencialmente do encontro o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Alexandre de Moraes
Perguntado sobre como analisava o pedido de impeachment feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Michel Temer defendeu o magistrado, indicado por ele ao STF em fevereiro de 2017.

“Sei do seu valor jurídico. Este é o primeiro ponto. O segundo ponto: sei da sua moderação. Não acho que o Alexandre seja exagerado. Em terceiro lugar, sei que é cumpridor rigoroso do texto constitucional”, ressaltou o ex-presidente da República, ao defender o ministro.

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