A situação é dramática e, cada boletim a confirmação do que o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA já havia alertado antes do famoso feriadão de 10 dias da capital paulista. Logo após a páscoa, o que já era uma situação preocupante pela falta de leitos, se agravou ainda mais, com pessoas morrendo na UPA norte e no PA sul, sem sequer chegar aos cuidados mais intensivos de uma UTI ( Unidade de Terapia Intensiva ).

A situação foi retratada ainda na véspera do feriado quando, a cidade registrou pelo menos 39 óbitos de pacientes com Covid-19 na espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos serviços de pronto atendimento. No entanto, o número pode ser ainda maior, pois, nos últimos dias os dados apresentados pelos boletins divulgados foram congelados e começaram a apresentar informações até desconexas com o próprio velório municipal que informa as vítimas que são sepultadas sem velório.

Em outras palavras, já não existem informações públicas claras sobre a real situação em nossa cidade com os números atualizados sobre os contaminados, óbitos confirmados e casos em transmissão. Há um questionamento de informações até mesmo por parte da comissão de vereadores formada na Câmara Municipal de Marília que na tribuna livre tornou publico a omissão em informações básicas sobre todos os procedimentos adotados.

Causa estranheza, mas, a verdade é que, sem dar explicações, a Secretaria da Saúde de Marília deixou de divulgar no boletim epidemiológico diário a informação sobre o hospital ou a unidade de saúde em que os pacientes que foram a óbito estavam internados.

Como já citamos, na última sessão camarária, o próprio vereador Eduardo Nascimento chegou esbravejar cobrando transparência. Não se pode omitir a triste realidade de que, o sistema de saúde municipal está em colapso, e, por incrível que pareça de repente surgiu um tal de “apagão de informações” onde a administração municipal alega que tem focado esforços e pessoal nas atividades que podem salvar vidas. Com isso, a divulgação de informações não seria prioridade. Seria esta a verdade ?

Fato é que, basta uma passada em frente as unidades de saúde do município para constatar o desespero de dezenas de familiares em prantos e, alguns apelando pelas redes sociais às autoridades constituídas na esperança de se conseguir um leito.

Segundo os últimos boletins, este número – 39 vítimas – diz respeito ao total mínimo de marilienses com coronavírus que já morreram 24 pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte e 15 pacientes no Pronto Atendimento da zona Sul.

Vale lembrar que, as respectivas unidades não são perfeitamente montadas para leitos de UTI, apenas improvisaram as instalações, sendo que, conforme já sugerimos a administração, poderia ser selada uma parceria com a FAMEMA para a utilização do antigo Hospital São Francisco como um central única de pacientes da Covid-19, para se evitar a proliferação.

A medida tomada, foi novamente improvisar, adaptando duas UBS’s em Hospital de campanha para apoio a UPA norte e PA sul. Os óbitos de pessoas com Covid-19 na UPA e no PA, representavam mais de 25% das vítimas fatais da doença desde o primeiro registro, isto, até a Prefeitura interromper misteriosamente o detalhamento sobre o local das mortes e outras informações que são importantes até mesmo para conscientização da população, fugindo completamente do raciocínio de exploração politica ou de sensacionalismo.

UMA CIDADE QUE CHORA : Marília registra mais 11 óbitos com mais 10 casos suspeitos. Essa poderá ser a pior semana desde o inicio da pandemia.

A falta de barreiras sanitárias, fiscalização nas aglomerações do transporte publico, medidas preventivas mais agressivas no terminal urbano e rodoviário, sanitização em locais públicos dentre outras medidas, acrescidas claro daqueles que insistiram em realizar festas clandestinas, acabaram contribuindo para o cenário em que nos encontramos.

Como também já citamos, existem locais na cidade que poderiam ter sido utilizados desde o inicio da pandemia, mas, infelizmente, nada foi feito e, hoje sequer realizam a distribuição de máscaras ou implantam totens de álcool gel nos locais de grande concentração de pessoas, a exemplo do que ocorre em outras cidades, mesmo com o dinheirama que foi enviada.

1 ano de covid: 2 a cada 3 doentes intubados em UTI morreram no Brasil

Não adianta tentar mascarar os fatos, e o boletim 417, divulgado no final da manhã de hoje, com números exatos ou não, acabam confirmando uma tragédia que poderia ter sido evitada. A Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, confirmou mais 11 mortes por Covid-19, chegando a 432 óbitos pela doença no município.

Se não houver nenhuma outra alteração, ainda não se pode descartar um salto ainda maior nos números, pois outros 3.130 pacientes estão na angustiante espera do resultado dos exames. No momento, 169 marilienses estão internados com sintomas de Covid-19, sendo 115 casos já positivados e 54 considerados suspeitos. Confira abaixo as vítimas oficializadas.

O primeiro óbito foi de um homem, de 70 anos, portador de doença cardiovascular crônica, conforme notificação hospitalar. Ele iniciou sintomas no dia 28 de março e foi a óbito na quarta-feira, dia 21 de abril.

O segundo óbito foi de uma mulher, de 68 anos, portadora de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus, de acordo com notificação do hospital. Ela começou a ter sintomas no dia 9 de abril e foi a óbito nesta quinta-feira, dia 22.

O terceiro óbito foi de uma mulher, de 67 anos, portadora de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus, segundo notificação hospitalar. Ela teve início de sintomas no dia 7 de abril e foi a óbito no dia 20 (terça-feira).

O quarto óbito foi de um homem, de 73 anos, sem comorbidades, conforme notificação do hospital. Ele iniciou sintomas dia 12 de março e foi a óbito nesta quinta-feira, dia 22 de abril.

O quinto óbito foi de uma mulher, de 40 anos, portadora de obesidade, de acordo com notificação do hospital. Ela começou a ter sintomas no dia 2 de abril e foi a óbito na terça-feira, dia 20.

O sexto óbito foi de um homem, de 54 anos, portador de doença cardiovascular crônica e obesidade, segundo notificação hospitalar. Ele teve início de sintomas no dia 20 de março e foi a óbito na quarta-feira, dia 21 de abril.

O sétimo óbito foi de um homem, de 48 anos, portador de doença cardiovascular crônica, conforme notificação do hospital. Ele começou a ter sintomas no dia 11 de abril e foi a óbito nesta quinta-feira, dia 22.

O oitavo óbito foi de um homem, de 46 anos, portador de diabetes mellitus, de acordo com notificação hospitalar. Ele teve início de sintomas no dia 14 de abril e foi a óbito na quarta-feira, dia 21.

O nono óbito foi de um homem, de 90 anos, sem comorbidades, segundo notificação do hospital. Ele iniciou sintomas no dia 4 de abril e foi a óbito no dia 21 (quarta-feira).

O décimo óbito foi de um homem, de 53 anos, conforme notificação hospitalar. Ele começou a ter sintomas no dia 13 de abril e foi a óbito no dia 17 (sábado).

E o 11º óbito foi de um homem, de 67 anos, portador de diabetes mellitus e doença imunodepressora, de acordo com notificação. Ele teve início de sintomas no dia 15 de abril e foi a óbito no último domingo, dia 18.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, de forma enlutada, lamenta a perda de mais 11 vidas e se solidariza com os familiares.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.