Entre as demandas, o grupo pede maior transparência sobre as formas de pagamento adotadas pelas plataformas, aumento dos valores mínimos para cada entrega, mais segurança e fim dos sistemas de pontuação, bloqueios e “exclusões indevidas”

Nas últimas semanas, trabalhadores que atuam no setor de entregas por meio de aplicativos têm se organizado para reivindicar melhores condições de trabalho e pagamento. Além disso, muitos deles também viraram figuras constantes nos recentes protestos contra o presidente Jair Bolsonaro — participam dos atos com sua indumentária característica: bicicleta e a mochila colorida.

Esse movimento mais combativo e organizado no Brasil tem sido visto como uma novidade no setor informal de serviços mediados por tecnologia. Ele começou em São Paulo há cerca de três meses, mas tem ganhado força e atingindo outros Estados, como Pernambuco e Minas Gerais.

Nesta quarta (1º), os trabalhadores prometem uma paralisação da categoria. Segundo eles, o objetivo é “parar” o serviço de entregas em boa parte do país, setor comandado principalmente por três empresas: IfoodRappi e Uber Eats. Movimentos nas redes sociais pedem que, para contribuir com a paralisação, consumidores não façam pedidos via aplicativos de entrega de comida. O ato é contra o tratamento recebido pelos aplicativos de entrega, mas também pela relação com bares, restaurantes e lanchonetes locais, que eles julgam abusiva por parte dos empregadores.

Entre as demandas, o grupo pede maior transparência sobre as formas de pagamento adotadas pelas plataformas, aumento dos valores mínimos para cada entrega, mais segurança e fim dos sistemas de pontuação, bloqueios e “exclusões indevidas”.

Em Marília, eles combinaram em paralisar as atividades a partir das 18h de hoje, quarta-feira (1°). Eles se concentrarão a partir das 18h30 na Avenida Tiradentes (em frente o Burger King) e de lá seguirão para a frente do Paço Municipal. A partir das 18h30 os aplicativos de pedidos de entregas estarão bloqueados. 

Eles acompanham movimento nacional de paralisação e querem implantar uma tabela de preços única para a atividade em Marília, com R$ 50 de diária (das 11h às 14h), almoço e 100% da taxa de entrega. No período noturno, a diária reivindicada é de R$ 70, jantar e 100% da taxa de entrega.

A taxa de entrega é o valor que os estabelecimentos comerciais cobram dos clientes. Por exemplo: o restaurante cobra R$ 5 de taxa de entrega do cliente e repassa apenas R$ 2 para o motoboy. Eles querem os R$ 5 para eles.

O grupo pretende seguir com suas motos por ruas e avenidas até as proximidades da Prefeitura. Organizadores prometem que haverá espaçamento entre os manifestantes e uso de máscaras. O objetivo é chamar a atenção para as reivindicações da categoria, que envolvem principalmente melhores remunerações.

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