O técnico Abel Ferreira evitou lamentar a atuação do Palmeiras, neste domingo, e tratou de valorizar a luta dos seus jogadores na derrota para o Tigres, por 1 a 0, na primeira semifinal do Mundial de Clubes, no Catar. Na avaliação do treinador, o jogo foi definido por “detalhe de um pênalti”.

“Não está tudo bem quando ganhamos e nem está tudo mal quando perdemos. O que vimos aqui foi aquilo com o que nos comprometemos: não vamos ganhar sempre, mas vamos lutar sempre para ganhar até o fim. Foi o que fizemos aqui. Infelizmente, a bola hoje não quis entrar. Foi um jogo definido por um detalhe de um pênalti”, declarou o treinador, na saída do gramado.

Questionado sobre a fraca apresentação da equipe brasileira, Abel evitou comentários sobre o desempenho e preferiu valorizar a performance do rival mexicano. “O problema é que muita gente não conhece os nossos adversários. Eu falei antes: era um adversário com muita qualidade individual e coletiva. E foi o que vimos aqui hoje. É um adversário que faz isso contra nós e contra todos.”

Abel só lamentou a finalização desperdiçada por Luiz Adriano, nos acréscimos. O atacante acertou forte chute, de fora da área, e mandou por cima do travessão, numa das raras investidas mais incisivas do Palmeiras ao longo dos 90 minutos no estádio Education City, em Doha.

“Nós hoje tivemos nossas oportunidades, o adversário também, mas esses jogos são definidos por detalhes. Hoje foi um pênalti que fez a diferença. Portanto, vamos valorizar o que fizemos e, mais do que tudo, valorizar o que o adversário fez. Vocês viram a qualidade do nosso adversário, tem muita qualidade individual. Mesmo assim, tivemos aquela oportunidade final com o Luiz Adriano. Infelizmente, hoje não fomos tão eficazes como costumamos ser.”

Com a derrota, em sua estreia na competição organizada pela Fifa, o Palmeiras teve encerrado o sonho de conquistar o título mundial. Se tivesse vencido neste domingo, poderia enfrentar o Bayern de Munique na final. Agora, vai disputar o terceiro lugar, na quinta-feira.

O jogo – Logo aos três minutos de partida o Palmeiras teve seu primeiro susto. Em cruzamento pela esquerda, González subiu mais alto que o zagueiro Luan e cabeceou firme, no canto, mas Weverton se esticou todo para espalmar a bola com apenas uma mão e salvar o Verdão.

Tentando responder, o Palmeiras procurava explorar a velocidade de Rony. Aos 13 minutos, Zé Rafael deu uma bela caneta no marcador e enfiou para o atacante alviverde, mas a marcação chegou primeiro para neutralizar a jogada.

Quatro minutos depois, o Verdão teve a sua melhor oportunidade do primeiro tempo. Rony recebeu com liberdade, ajeitou para o meio e soltou a bomba, obrigando Guzmán a fazer boa defesa. No rebote, Gabriel Menino, na cara do gol, mancou por cima do travessão, mas estava impedido.

Daí em diante o confronto ficou bastante truncado. O Palmeiras não conseguia chegar no último terço do campo com a bola dominada, e o Tigres também não tinha sucesso em suas investidas. O jogo, desta maneira, passou a se concentrar entre as duas intermediárias, com pouca emoção e bastante disputa.

Só que o Tigres tinha Gignac, seu artilheiro, e o atacante não se cansou de fazer Weverton trabalhar. Aos 33 minutos, o francês recebeu de Quiñones e bateu cruzado na entrada da pequena área, obrigado o goleiro palmeirense a fazer seu segundo milagre no jogo.

Não satisfeito, Weverton ainda fez mais uma grande defesa três minutos depois, em cabeçada de Gignac no cantinho, em direção ao chão, para evitar que o Palmeiras fosse para o intervalo em desvantagem no placar. No fim, o empate sem gols saiu barato para o Verdão na etapa inicial.

Segundo tempo

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Esperando uma melhora da equipe no segundo tempo, os palmeirenses acabaram se decepcionando poucos minutos após o reinício da partida. Aos seis, Luan puxou González dentro da área, e o juiz não hesitou, marcando pênalti para o Tigres. O artilheiro Gignac foi para a cobrança e bateu forte, no cantinho, abrindo o placar para os mexicanos.

Precisando reagir, Abel Ferreira colocou Felipe Melo e Patrick de Paula nas vagas de Danilo e Zé Rafael, mas era Rony quem vinha levando mais perigo à meta rival. Aos 11 minutos, em cobrança de falta, Rony ficou com a sobra e estufou as redes, mas a defesa do Tigres já havia feito a linha de impedimento acertadamente, e o árbitro anulou o lance.

Daí em diante o Palmeiras ainda somou mais algumas jogadas que acabaram sendo interrompidas pela arbitragem por causa de impedimentos de Luiz Adriano e Rony, mas faltava inspiração para os campeões da Libertadores, que viam o Tigres fazer um jogo muito mais consistente.

Apesar de não encaixar, o Palmeiras seguia indo para cima da forma que podia e aos 31 minutos quase que a estratégia dá certo. Willian recebeu passe em profundidade de Mayke e cruzou na área, mas Luiz Adriano furou ao tentar completar de primeira. Na sobra, a bola bateu na perna de Rdríguez, que quase marca um gol contra.

Antes do apito final, o Palmeiras ainda teve três chances derradeiras. A primeira com Luiz Adriano, que recebeu mais uma vez de Willian, na entrada da área, e bateu de primeira, mas mandou para fora. Depois, foi a vez de Rony se esticar todo após bom cruzamento de Scarpa, mas o atacante não alcançou a bola. Já nos acréscimos, Viña aproveitou a sobra de cruzamento na entrada da área e bateu de primeira, lambendo a trave de Guzmán. Desta forma, coube ao Verdão se conformar com a disputa de terceiro lugar do Mundial de Clubes da Fifa.

FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS (BRA) 0 X 1 TIGRES (MEX)

Local: Estádio Cidade da Educação, em Al Rayyan, Catar
Data: 7 de fevereiro, domingo
Horário: 15 horas (de Brasília)
Árbitro: Danny Makkelie (HOL)
Assistentes: Mario Diks (HOL) e Hessel Steegstra (HOL)
VAR: Kevin Blom (HOL)

Gols: Gignac, aos 8 do 2ºT (Tigres)
Cartões amarelos: Gabriel Menino, Luan (Palmeiras); Aquino, Guzmán (Tigres)

PALMEIRAS: Weverton, Marcos Rocha (Mayke), Luan, Gómez e Viña: Danilo (Felipe Melo), Zé Rafael (Patrick de Paula), Gabriel Menino (Willian) e Raphael Veiga (Gustavo Scarpa); Rony e Luiz Adriano
Técnico: Abel Ferreira

TIGRES: Nahuel Guzmán, Luis Rodríguez, Diego Reyes, Carlos Salcedo, Jesús Dueñas (Meza), Guido Pizarro, Rafael Carioca, Luis Quiñones (Fulgencio), Javier Aquino (Sierra), Carlos González y André-Pierre Gignac.
Técnico: Ricardo Ferretti


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