Em pleno mês de luta pela vida e o combate ao suicídio ( Setembro Amarelo), as estatísticas estão a aumentar cada vez mais e, infelizmente nenhuma solução efetiva para amenizar a situação foi encontrada.

Para se ter ideia, o final de semana que está chegando ao final se iniciou com a noticia de três suicídios consumados, sendo dois em Marília e outro na região ( Assis ), sendo registrada ainda uma tentativa na zona sul.

Embora estejamos no mês de setembro, os números já alcançam quase a mesma quantidade registrada durante todo o ano de 2018. O mais preocupante, é que são jovens em plena flor da idade, o que acabou motivando até a mesmo uma matéria neste site ( Viver Bem ) a respeito canalizando para os perigos das redes sociais, a chamada depressão digital.

Apenas para relembrar, nossa cidade registrou dois casos desta natureza em menos de uma semana, e no mês da conscientização já se foram 03 vítimas que em um momento de desespero resolveu colocar fim a vida.

Em nossos arquivos, na madrugada da  terça-feira ( 10), uma mulher de 50 anos, e até então de boa formação cultural, simplesmente se deitou na pista da SP-333 e foi morta por uma carreta. Segundo informações, ela ela estava depressiva por ter perdido o pai recentemente. Já na quarta feira ( 11), um rapaz de 27 anos, também com um histórico de tratamento anti depressivo acabou por se enforcar na Zona Sul da cidade. 

Na manhã da última sexta-feira (20), a vítima foi uma jovem de apenas 21 anos, Grazieli Ingrid Nunes Pereira, que se enforcou na casa onde morava, no Residencial Montana, na Zona Norte de Marília. Os Bombeiros chegaram a ser acionados, mas ao chegarem ao local a vítima  já estava em óbito. Morava sozinha e deixou carta, Foi o 18° caso de suicídio este ano em Marília.

Pela região, na quinta feira ( 19 ) uma mulher de 30 anos foi encontrada morta em sua casa na cidade de Assis-SP. Maria da Conceição de Brito, deixou um casal de filhos que no momento do ocorrido estavam na casa da avó.

O Jornalismo do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, sempre teve uma posição contrária a divulgação por entender ser um estimulo maior para a prática da ação e chegou até a ser questionado a respeito, no entanto, foi alertado por psicólogos a respeito do assunto e acabou revendo seu posicionamento, mas, ficam as duvidas; Qual é realmente o papel da imprensa nestes casos ?

Uma nota da OMS ( Organização Mundial de Saúde ) divulgada em 2017, defende, por exemplo, referir-se ao fato como “suicídio consumado”, não como suicídio “bem sucedido”. Defende, também, que sejam apresentados somente dados relevantes e, nos jornais, que seja noticiado apenas nas páginas internas. No manual, a OMS recomenda que qualquer problema de saúde mental que a pessoa tiver seja trazido à tona e também que se evite exageros, como mostrar a cena do suicídio e o método utilizado.

Para o jornalista Nilson Lage, professor titular aposentado do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),  informações sobre suicídio devem ser divulgadas, porém, com certo cuidado, de tal forma que não se tornem rotina. “Nas fases agudas, um personagem ou situação de suicídio com que o depressivo se identifique pode deflagrar o processo decisório”, explica.

Em Marília foi inaugurado recentemente um ponto de apoio do CVV ( Centro de Valorização da Vida ), no entanto, aparenta ter sido apenas uma gota de água em pleno oceano, visto que, pelo nosso ponto de vista, seria necessária um ação integrada de toda a sociedade, imprensa, igreja, clubes de serviços, hospitais e comunidade em geral em verdadeiro grito pela vida.

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