A tecnologia bicombustível não é novidade no Brasil. Introduzida em 2002 com o Volkswagen Gol, a comodidade de abastecer o veículo com etanol ou gasolina conquistou o mercado. Hoje, até as importadoras buscam alternativas para adaptar seus modelos para rodar com os dois combustíveis.

Apesar de tudo isso, muita gente ainda tem dúvidas sobre o funcionamento dos motores flex. O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA foi a campo e responde as principais duvidas levantadas nas oficinas mecânicas. Confira;

Dúvidas sobre motor flex

Posso misturar os dois combustíveis em qualquer proporção?

Sim. O módulo da injeção é responsável por identificar a proporção de cada combustível e determina a quantidade de combustível que deve ser injetada para uma queima completa.

Devo usar apenas gasolina no primeiro abastecimento de um carro 0km?

Não. O motivo é justamente pelo funcionamento da sonda lambda, que é capaz de identificar qual combustível está no tanque. O funcionamento do motor é o mesmo com etanol ou gasolina.

Posso abastecer o carro com álcool 96º GL?

Não. O álcool 46º GL, comumente encontrado em supermercados, contém quase 50% de água em sua composição normal. E isso seria fatal para o motor do veículo.

O motor flex não funciona bem em dias frios?

Nos dias mais frios, apenas a partida do motor pode ser um pouco mais complicada se o carro estiver com etanol no tanque. É por isso que os veículos flex mais antigos tinham o reservatório de partida a frio, que deveria ser completado com gasolina. Atualmente, quase todos os carros novos com a tecnologia bicombustível possuem um sistema de pré-aquecimento do combustível, que dispensa o famoso “tanquinho”.

Usar um mesmo combustível pode ‘viciar’ o motor?

Não. A sonda lambda é responsável por informar ao módulo de injeção de combustível se existe uma mistura de combustíveis (ou se há apenas um deles no tanque) e se ela está adequada ou não.

É verdade que o motor flex ‘dura’ menos?

Não. Motorizações bicombustíveis são feitas para ter a mesma robustez e durabilidade dos motores monocombustíveis. Além disso, a durabilidade será a mesma independente do combustível utilizado no caso dos flex.

Um carro flex é menos econômico do que um a gasolina?

Sim. A taxa de compressão de um motor flex precisa ter um nível intermediário para que o motor funcione bem com qualquer um dos combustíveis. No caso de um veículo monocombustível, as fabricantes podem adotar a taxa de compressão ideal para o combustível em questão, e isso se reflete em ganhos em potência e consumo.

O motor flex tem rendimento pior do que um só a gasolina ou etanol?

Sim. Isso acontece porque os motores flex são calibrados para rodar com os dois combustíveis em qualquer proporção. Assim, uma das modificações é a calibragem para trabalhar com uma taxa de compressão intermediária, algo que não ocorre nos motores feitos para rodar com apenas um tipo de combustível. Com isso, os motores flex ficam atrás em desempenho e especialmente consumo.

Devo utilizar lubrificantes e aditivos específicos para o motor flex?

Não. Os cuidados com o motor flex são os mesmos que devem ser tomados com qualquer motor a etanol ou gasolina. Existe, sim, uma recomendação para utilizar lubrificantes indicados pela fabricante do veículo.

Preciso ter algum cuidado extra na manutenção do motor flex?

Não. Não existe qualquer diferença na manutenção de um motor flex em relação a um movido apenas a gasolina, por exemplo. Recomenda-se apenas que a manutenção seja realizada de acordo com as orientações no manual do proprietário do veículo.

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