Uma tragédia ocorreu na tarde de ontem, domingo ( 30), quando um homem de 31 anos de idade morreu após cair em um precipício de aproximadamente 40 metros, no Jardim Virginia, na zona Oeste da cidade.

A vítima foi identificada como Márcio da Silva Oliveira que foi encontrado no fundo do penhasco com múltiplas fraturas e vários ferimentos pelo corpo, possivelmente devido a queda. A região é considerado área de risco, e, é próximo ao local onde recentemente uma cachorrinha foi resgatada após 30 dias desaparecida por ter caído no precipício.

Segundo as informações, a esposa da vítima percebeu a ausência do marido por volta das 11h da manhã após chama-lo por diversas vezes no quintal e na rua. Já apreensiva decidiu olhar o precipício e, foi quando viu o corpo do marido estendido lá embaixo.

A mesmo chegou a acionar o Samu e o Corpo de Bombeiros que fizeram o resgate, mas o óbito foi constatado no local. Segundo declarações da esposa, a vítima estava arrumando um varal e, possivelmente, ao tentar amarrar na árvore, deve ter escorregado. A residência fica muito próxima ao local da queda ( Itambé ).

O caso está sendo tratado como queda acidental, mas, a policia civil ainda depende do laudo do IML ( Instituto Médico Legal ) para prosseguir ou não nas investigações.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar. Para isso, naturalmente, é preciso incluir o acesso à moradia digna. Porém, para milhares de brasileiros estes direitos não são assegurados na prática e, em Marília não é diferente com 18 áreas consideradas de risco sem qualquer ação da administração municipal ou do ministério público.

O Programa Nacional de Habitação de Interesse Social cumpre o seu objetivo, que significa a construção de Habitações de Interesse Social (HIS) para a população mais pobre, no entanto, nenhuma iniciativa neste sentido foi desenvolvida pela prefeitura municipal de Marília.

Em 2006, o CAMOM ( Conselho das Associações de Moradores de Marília), jogou um papel importante para se implantar na cidade o Conselho Municipal da Habitação e posteriormente abrir caminho para a criação de uma secretaria da habitação, do fundo municipal da habitação e finalmente a discussão de uma ampla politica que contemplasse os moradores de área de risco com projetos setoriais de habitação de interesse social.

Com o passar dos anos, o CAMOM foi extinto, e o conselho da habitação se transformou em conselho da cidade. Com isso, nos últimos anos, apenas duas comunidades foram contempladas ( Jânio Quadros e Altaneira ), na administração anterior, sendo que, na atual, nada foi feito neste sentido.

Prefeitura anuncia fim de mais duas favelas | Visão Notícias - Informações  de Marília e região

As áreas de maior vulnerabilidade e com maiores índices de assentamentos precários são as que mais necessitam de habitações de interesse social. No entanto, falta comprometimento da gestão municipal para que esse direito seja de fato consolidado. As favelas e os cortiços, além dos conjuntos habitacionais degradados, são exemplos de moradias precárias que ainda dominam a paisagem de diversas regiões da cidade.

Ao longo dos últimos anos, o problema de habitação vem crescendo devido à precariedade desses assentamentos populares. Uma habitação de interesse social é diferente de outras moradias pelo fato de os moradores disponibilizarem de poucos recursos financeiros. Porém, suas necessidades básicas são as mesmas.

No entanto, por causa da redução dos custos, muitas vezes essas moradias são colocadas em regiões com riscos geológicos. Infelizmente há assentamentos localizados em morros, que estão fortemente sujeitos à escorregamentos ou em locais próximos a rios e córregos desviados, que sugerem grande risco de enchentes e alagamentos.

Infelizmente, um trabalhador, pai de família, perdeu sua vida sonhando ainda em conseguir uma moradia digna para seus dependentes. Assim acontece nas demais comunidades espalhadas na periferia da cidade.

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