A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,4% de dezembro de 2020 a fevereiro deste ano e atingiu 14,4 milhões de pessoas, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (30). Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

A taxa de desocupação ficou estável frente ao trimestre de setembro a novembro de 2020 (14,1%), mas teve alta em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020, quando o índice foi de 11,6%.

Desemprego fica em 14,4% no trimestre terminado em fevereiro e atinge  recorde de 14,4 milhões de brasileiros | Economia | G1

Segundo o IBGE, a população desocupada, de 14,4 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, é recorde da série histórica iniciada em 2012. A alta foi de 2,9% (mais 400 mil pessoas desocupadas) ante o trimestre de setembro a novembro de 2020 (14 milhões de pessoas) e de 16,9% (mais 2,1 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel do ano anterior (12,3 milhões de pessoas).

“Embora haja a estabilidade na taxa de ocupação, já é possível notar uma pressão maior com 14,4 milhões de pessoas procurando trabalho. Não houve, nesse trimestre, uma geração significativa de postos de trabalho, o que também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação”, diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Em um ano de pandemia, país perde 7,8 milhões de postos de trabalho

Desemprego fica em 14,4% no trimestre terminado em fevereiro e atinge  recorde de 14,4 milhões de brasileiros | Economia | G1

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve queda de 8,3% no número de pessoas ocupadas, representando uma redução de 7,8 milhões de postos de trabalho.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, há estabilidade, decorrente da informalidade, com o crescimento dos trabalhadores por conta própria. Eles totalizaram 23,7 milhões de pessoas, um crescimento de 3,1% na comparação com o trimestre anterior (setembro a novembro de 2020), o que significa 716 mil pessoas a mais contingente. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o indicador apresentou uma redução de 824 mil postos.

As demais categorias apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Mas, na comparação com igual trimestre do ano anterior, houve queda, por exemplo, de 11,7%, ou menos 3,9 milhões postos de trabalho, para empregados no setor privado com carteira assinada.

“O trimestre encerrado em fevereiro de 2020 ainda era um cenário pré-pandemia e qualquer comparação com este período vai mostrar quedas anuais muito acentuadas. Isso explica o porquê da estabilidade no trimestre e alta no confronto anual”, esclarece Beringuy.

População desalentada bate recorde

A população desalentada — pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis — bateu recorde da série histórica, iniciada em 2012, com 6 milhões de pessoas. Na comparação com o trimestre anterior, houve estabilidade, mas ante o com o mesmo período de 2020, a alta foi de 26,8%.

Rendimento médio cai 2,5%

O rendimento médio caiu 2,5% no trimestre de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021 frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020 e foi estimado em R$ 2.520. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve estabilidade.

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