Os vilões não existem apenas nos contos de fadas, mas também na vida real. Isso vale para a internet, onde estão predadores digitais escondidos atrás de uma tela. Para proteger as crianças e adolescentes dessas armadilhas, os pais devem monitorar o acesso e as conversas virtuais. Este é mais um artigo especial narrado por Camila Bellato, Líder da Frente de Enfretamento de Tráfico Humano do Projeto Libertas com parceria do Grupo Mulheres de Brasil, através de nossa Colunista Drª Marília Mazeto. Confira;

Do século XIV ao XIX, um dos maiores negócios das Grandes Navegações era a comercialização de seres humanos para fins de trabalho forçado, um negócio altamente lucrativo dominado pelos europeus por séculos.

A mercadoria para estes comerciantes era capturada na África e na Ásia, o que eles categorizavam como produto “importado” e com aval de lideranças religiosas já que havia ali a necessidade de se ensinar as regras sociais. No caso dos asiáticos, os portugueses não conseguiram comercializar durante muito tempo porque houve um levante da comunidade asiática que os expulsaram de suas terras.

O mesmo não aconteceu no continente africano, que foi um grande fornecedor de pessoas para escravidão durante séculos, incluindo o Brasil. Há registro de recebimento de mais de 12 milhões de escravizados, e estima-se que cerca de 20% deste montante tenha perdido sua vida durante a travessia.

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Para estes comerciantes, o ser humano é uma mercadoria, e ela é comercializada da mesma forma que compramos um celular, eletrodoméstico ou mesmo qualquer item de consumo.

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Tendemos a pensar que com a Lei Áurea este tipo de crime deixou de existir, mas esta não é a realidade, a comercialização de seres humanos é a terceira rede criminosa que mais lucra no mundo e com o avanço da internet a sociedade se adaptou a sua forma de relacionar também.

Passamos a ficar mais tempo nas redes sociais, paqueramos em aplicativos de relacionamento, usamos aplicativos de idiomas para aprender outros idiomas, e todas estas opções passaram a ser palco para a ação dos aliciadores, que encontraram na o ambiente propício para sua ação.

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O alerta que fazemos é que as pessoas tenham mais prudência no uso das suas redes sociais e com o tipo de informação que costumam disponibilizar sobre sua rotina, e ao viajar (sobretudo mulheres) evite postar sua localização em tempo real, e ao iniciar relacionamentos virtuais verifiquem todas as informações sobre essa pessoa para se certificar de que ela existe, e se possível, peça que ela venha até o Brasil antes de ir ao seu encontro.

Cuidados como estes podem ajudar a evitar que mais pessoas caiam na rede criminosa do tráfico de pessoas. Desconfie de promessas de empregos perfeitos, de vida perfeita e relacionamentos perfeitos.

Em viagens internacionais, sempre tenha cuidado com o seu passaporte e principalmente não divulgue os seus dados para estranhos. Leve com você o endereço e telefone da embaixada ou consulado de seu país de origem.

Camila Bellato – Formada em Relações Internacionais, especialista em direitos humanos e tráfico humano. Líder da Frente de Enfretamento de Tráfico Humano do Projeto Libertas com parceria do Grupo Mulheres de Brasil.

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