Entidades do setor de turismo do Paraná, Bahia e Santa Catarina anunciaram na última sexta-feira (25) que enviarão um ofício ao governo federal para que o horário de verão retorne em 2021. As organizações, associadas à Confederação Nacional de Turismo (CNTur), buscam apoio de outras entidades para fortalecer o pedido.

Uma das justificativas das entidades é que a medida pode dar fôlego ao setor de turismo, mesmo que não impacte diretamente na economia de energia elétrica. O grupo alega, ainda, que o setor foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19.

“Sabemos que o horário diferenciado não reduz o consumo de energia elétrica, mas vai refletir socialmente em nosso setor. Bares, restaurantes e empreendimentos voltados ao turismo sofreram queda brusca no faturamento, apesar de não estarem recebendo subsídios do governo”, afirmou o vice-presidente da CNTur, Fábio Aguayo.

Aguayo avaliou que o retorno do horário de verão vai além de uma medida energética e científica, mas também social.

Sobre o impacto do fim do horário de verão nas cidades paranaenses, o vice-presidente afirmou que as duas extremidades do estado foram afetadas, já que, segundo ele, o litoral depende da alta temporada e a região Oeste, onde está situada Foz do Iguaçu, também necessita do turismo.

Horário de verão

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou em abril de 2019 um decreto que extinguiu o horário de verão. À época, o mandatário afirmou que a medida adotada seguiu estudos que analisaram a economia de energia e justificou a relação entre o horário de verão com o relógio biológico da população.

“As conclusões foram coincidentes. O horário de pico hoje é às 15 horas e [o horário de verão] não economizava mais energia. Na saúde, mesmo sendo só uma hora, mexia com o relógio biológico das pessoas”, disse o presidente naquele mês.

Bolsonaro também destacou que nunca gostou da ideia de adiantar os relógios em uma hora e que 70% da população concordava com o fim do recurso. A ideia da medida, desde o início, foi aliviar o pico de consumo de energia, que ocorria por volta das 18h.

Em julho de 2020, pouco mais de um ano após o fim do horário de verão, o Ministério de Minas e Energia (MME) manteve a recomendação de não se adotá-lo no verão de 2020/2021. A pasta disse que a economia de energia com a medida diminuiu nos últimos anos e já estaria perto da neutralidade por causa das mudanças no hábito de consumo de energia da população.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.