Em época de confinamento os hemocentros e bancos de sangue de todo o Brasil estão operando com estoques baixos. O principal motivo, de acordo com as instituições, é a diminuição de doadores devido à baixa circulação de pessoas em meio à pandemia do coronavírus.

Em levantamento realizado pelo JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA nesta segunda-feira (24), o banco de sangue local registra queda nos estoques, tanto é que, na semana passada um vídeo foi gravado pela coordenação do mesmo expondo a necessidade e solicitando a presença dos doadores. O vídeo foi impulsionado nas redes sociais.

Diante da necessidade de manter os estoques e a rede abastecida de sangue, o Ministério da Saúde orienta à população que as doações de sangue devem continuar acontecendo neste momento em que o país registra casos e óbitos por coronavírus. Pessoas com anemias crônicas, acidentes que causam hemorragias, complicações decorrentes da dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves, continuam ocorrendo. Ou seja, o consumo de sangue é diário e contínuo.

A doação de sangue é segura, não havendo riscos para quem doa. Para receber os doadores, os cerca de 32 hemocentros no país, além de aproximadamente 500 serviços de hemoterapia – onde também são feitas coletas e uso do sangue -, estão preparados. Todas esses serviços estão disponibilizando condições de lavagem de mãos, uso de antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição a aglomerado de pessoas. Cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies também têm sido intensificados pelos hemocentros.

Um exemplo dessa necessidade ocorre aqui mesmo, em nossa cidade de Marília, onde a paciente Eliana da Silva Garcia, 61 anos, paciente interna do Hospital B. Unimar está necessitando com urgência da doação de sangue de uma tipagem raríssima. Trata-se do tipo Sangue Dourado com RH nulo.

Eliana e Mãe de dois filhos e tem dois netos. Segundo relato de sua nora Gláucia, a mesma estaria com um edema de coração e figado com uma hemorragia interna, necessitando urgentemente receber doação de sangue.

RH nulo: O que é o chamado ‘sangue dourado’, o tipo sanguíneo mais raro do mundo

Irmãs brasileiras possuem “sangue dourado”, o tipo mais raro do mundo

“Sangue dourado” soa elegante, mas quem tem esse tipo sanguíneo corre mais riscos que a maioria da população em situações de vida ou morte.

O RH nulo, também chamado de sangue dourado, é o tipo sanguíneo mais raro do mundo.

Para entender do que se trata é preciso analisar a classificação dos grupos sanguíneos. Os glóbulos vermelhos que formam o sangue estão cobertos de proteínas chamadas de antígenos.

O sangue tipo A tem antígenos A, o sangue B tem antígenos B, o sangue AB tem antígenos de ambos e o tipo O, nenhum dos dois.

Os glóbulos vermelhos também têm outro tipo de antígeno, o chamado RhD, que é parte de uma família formada por 61 antígenos tipo Rh. Quando o sangue tem RhD, é de tipo positivo. Quando não tem, é tipo negativo.

É assim que se formam os tipos de sangue mais comuns: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+, O-.

O tipo de sangue é vital no momento de uma transfusão. Se uma pessoa é do grupo negativo e recebe sangue de um doador positivo, seus anticorpos vão reagir ao detectar células incompatíveis com seu sangue, o que pode ser fatal.

Com base nessa mesma lógica os portadores de sangue O- são considerados os doadores universais. Como seus glóbulos vermelhos não têm antígenos A, B, nem RhD, o sangue pode mesclar-se com outro tipo sem ser rechaçado como agente estranho.

Tesouro perigoso

sangue

Entre todas as possíveis combinações, o sangue Rh nulo é o mais raro. Um tipo de sangue é Rh nulo quando seus glóbulos vermelhos não tem nenhum tipo de antígeno Rh.

Segundo a explicação de Penny Bailey no Mosaic, um portal de investigação biomédica, este tipo de sangue foi detectado pela primeira vez em 1961 em uma mulher australiana. Desde então, só foram registrados 43 casos de pessoas com Rh nulo no mundo todo.

Esse tipo de sangue é adquirido de maneira hereditária, segundo explicou à BBC Mundo Natalia Villarroya, médica especialista em hematologia da Universidade Nacional da Colômbia. “Pai e mãe devem ser portadores dessa mutação”, afirma.

O sangue Rh nulo pode ser um “tesouro” ou um risco, dependendo do ponto de vista. Por um lado, pode ser doado a qualquer pessoa com os tipos sanguíneos tradicionais dentro do sistema Rh e Rh negativo. Portanto, em tese, o “sangue dourado” tem alta capacidade de salvar vidas.

No entanto, ele é extremamente difícil de conseguir. “É por isso que recebeu o apelido de sangue dourado”, explica o médico Thierry Peyrad, diretor do Laboratório Nacional de Referência em Imunohematologia de Paris, citado no artigo de Bailey.

Trata-se de um tipo sanguíneo tão precioso e raro que, ainda que os bancos de sangue sejam anônimos, houve casos de cientistas que conseguiram rastrear os doadores para pedir amostras para investigações científicas.

Riscos

Conheça O Sangue Dourado: O Sangue Mais Raro Do Mundo

E o portador deste tipo raro de sangue paga um preço caro. Segundo o Centro de Informação de Doenças Raras dos Estados Unidos, quem tem sangue Rh nulo pode padecer de anemia leve.

Além disso, no caso de precisarem de transfusão, só poderiam receber Rh nulo- algo extremamente complicado, não apenas pela pouca quantidade de pessoas com esse tipo sanguíneo, mas também pelas dificuldades de transporte do sangue de um país a outro.

Atualmente, as pessoas que tem “sangue dourado” vivem em diferentes países, alguns distantes entre si, como Colômbia, Brasil, Japão, Irlanda e Estados Unidos.

Os portadores de Rh nulo, portanto, costumam tirar sangue para guardar de reserva caso tenham que doar a si mesmos no futuro. Também são encorajados a disponibilizar quantidades para servirem de reservas às outras poucas pessoas que compartilham dessa condição, caso venham a necessitar de transfusões.

QUEM PODE DOAR SANGUE

No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.

Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

Em relação à Covid-19, são considerados doadores inaptos para a doação de sangue por um período de 30 dias aqueles que apresentarem sintomas respiratórios e febre ou se tiverem tido contato, há menos de 30 dias, com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19.

Quem doa sangue, doa uma nova oportunidade de vida. Procure o hemocentro mais próximo e seja um doador regular independente de quem estiver precisando. Uma doação pode salvar até quatro vidas.

COMO POSSO AJUDAR NO CASO ESPECÍFICO DESTA DOAÇÃO ?

No caso específico da paciente Eliana da Silva Garcia que está internada no Hospital B. Unimar lutando pela vida, se faz necessário que você conheça alguém que possua essa tipagem de sangue raríssima; Sangue dourado-RH nulo. O telefone para contato é : (14) 99629-7779- Gláucia ou com a redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA com WhattsApp (14) 99600-6375.

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