Esta é a primeira pesquisa nacional divulgada pelo instituto após Moro e Doria anunciarem a desistência da corrida presidencial deste ano. De acordo com Felipe Nunes, o eleitor do ex-governador paulista do PSDB rejeita mais Bolsonaro (77%) do que o ex-presidente petista (62%)

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da corrida pela Presidência, com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda colocação. Lula aparece com 48% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 27%. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos.

Esta é a primeira pesquisa nacional divulgada pelo instituto após as retiradas das pré-candidaturas do ex-ministro Sergio Moro (União), em abril, e do ex-governador João Doria (PSDB), confirmada no início desta semana. O Datafolha testou dois cenários, um com Doria e outro sem candidato do PSDB, sigla que articula uma coligação com o MDB.

No lugar de Moro, que somava 8% das intenções de voto na pesquisa Datafolha de março, quando ainda estava filiado ao Podemos, o instituto incluiu como pré-candidato o ex-ministro e general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos). Santos Cruz, por ora, não tem se colocado oficialmente como pré-candidato à Presidência.

Confira o desempenho dos presidenciáveis:

– Lula (PT): 48%
– Jair Bolsonaro (PL): 27%
– Ciro Gomes (PDT): 7%
– André Janones (Avante): 2%
– Simone Tebet (MDB): 2%
– Pablo Marçal (PROS): 1%
– Vera Lúcia (PSTU): 1%
– Brancos e nulos: 7%
– Não sabe/não respondeu: 4%
– Felipe D’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Luciano Bivar (União), Eymael (DC) e General Santos Cruz (Podemos): não chegaram a 1%

O Datafolha entrevistou, nesta quarta e quinta-feira, 2.556 eleitores em 181 municípios de todas as regiões do país. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-05166/2022. A margem de erro é de três pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.

Desistência de Doria aumenta chance de Lula vencer no primeiro turno, diz analista da Quaest

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A desistência de João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, da corrida pela Presidência da República, nesta segunda-feira (23), pode beneficiar o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que fica mais perto de vencer no primeiro turno. A opinião é do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes. Segundo o analista, “politicamente, Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno, com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro (77%) do que Lula (62%)”.

“Numericamente – na opinião de Nunes – não tem mudança significativa, porque Doria sempre apareceu com pouco voto (3% a 5%). Mas Ciro tem o maior potencial entre esses eleitores (54%), Lula tem potencial de 36% e Bolsonaro de 19%. Tebet é muito desconhecida.” O candidato do PDT segue igualmente com poucas chances de almejar alguma coisa nesta eleição.

Outra perspectiva, de um ponto de vista simbólico, de acordo com Felipe Nunes, é que a chamada terceira via “aumenta as chances de organizar sua tropa para tentar viabilizar uma opção fora da polarização”, já que “a coordenação das elites é fundamental para que os eleitores possam tomar decisões eleitorais”. Ele acredita que, “até aqui, a terceira via mais atrapalhou do que ajudou o eleitor”.

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, disse nesta segunda-feira, em reunião de dirigentes dos partidos que apoiam a pré-candidatura de Lula, que acredita que o ex-presidente possa vencer no primeiro turno, o que exige a ampliação das alianças. “Esse é o nosso principal papel: ampliar aliança e fazer com que o presidente Lula possa ser candidato não só de um partido, mas de uma frente bem ampla para que a gente possa ganhar as eleições em primeiro turno”, disse Paulinho.

A ameaça do Telegram

Na coletiva após o encontro, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, falou da preocupação com o papel do aplicativo de mensagens Telegram nas eleições. Ela manifestou a intenção de conversar com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a situação. “Espero que as instituições tomem medidas firmes (sobre fake news). Queremos falar com o TSE sobre Telegram. Vão ter regras ou vai ser terra de ninguém? Vai poder falar o que quiser e como quiser?”, questionou.

“Porque tem um momento em que nós somos vítimas, mas depois as vítimas passam a ser as instituições, como estão sendo o TSE e o STF. Então eles também têm responsabilidade”, acrescentou.

Depois de ser bloqueado, em março, pelo STF ( Supremo Tribuna Federal), por ignorar o Judiciário brasileiro, o Telegram publicou uma mensagem se desculpando. O fundador da companhia, Pavel Durov, culpou “um problema entre nossos e-mails corporativos e a Suprema Corte brasileira”.

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