Você recebeu alguma ligação ou foi entrevistado (a) nos últimos dias por algum instituto de pesquisa? A resposta é obvia e mostra claramente o desespero de algum grupo político ou candidato em tentar induzir o eleitor pelo resultado.
Mais uma vez brincam com a cara do eleitor e até colocando em dúvida a sua capacidade mental. É assim que é formatada a política sorrateira em todo o Brasil. Porém, esqueceram de um detalhe, O GIGANTE ACORDOU, ou melhor, O POVO ACORDOU e graças as redes sociais já não estão tão desinformados como alguns anos atrás.
Pesquisas “fakes” são um risco para integridade das eleições
A recente enxurrada de divulgações de pesquisas eleitorais a nível nacional e nos Estados enseja um debate diferente do que vem sendo discutido. Essa discussão vem ganhando força pelos resultados tão díspares entre as pesquisas mais recentes.
A estratégia é antiga, no entanto, sem a eficácia de antigamente. Fato é que a quinta pesquisa a ser divulgada neste domingo, dizem que trará números completamente diferentes das quatro anteriores divulgadas pela Paraná Pesquisas (2) e Collecta Pesquisas (2).
Nos bastidores, a conversa é de que haverá alteração nos números, promovendo reclassificação com o claro objetivo de atrair os holofotes do eleitor. SERÁ que conseguirão?
A verdade está nas ruas, nos prédios públicos, na deficiência dos serviços prestados ou na ausência e claro, na voz do povo. ATÉ O MOMENTO DA PUBLICAÇÃO DESTA MATÉRIA, A MESMA NÃO HAVIA SIDO DIVULGADA
O Peso da metodologia
É sabido que há diferenças de metodologia. Algumas pesquisas são presenciais; outras são feitas por telefone. No caso, há outra questão de metodologia: eles não fazem pesquisas domiciliares, e sim em áreas de grande circulação.
Também é possível que eleitores de desse ou daquele candidato estejam se recusando a responder à pesquisa por se sentirem constrangidos ou envergonhados com medo de se expor, afinal, estamos em uma cidade com tradições de provincianas, no velho estilo coronelista de Odorico Paraguaçu.
Ainda há grande diferença entre as pesquisas presenciais e as feitas por telefone. No passado, havia muita restrição para que esse tipo de pesquisa fosse considerada por causa da escassez de linhas telefônicas na população. Era um bem elitista.
Hoje o telefone é um bem comum. Serve até para a proteção da posição do eleitor em uma eventual pesquisa, especialmente dos que receiam se mostrar a quem está pesquisando. Isso nos leva a registrar a diferença dos resultados entre as pesquisas.
Transparência e auditoria
Também não há transparência a respeito das entrevistas descartadas pelas empresas de pesquisa, nem auditagem de todas as entrevistas realizadas. Há empresas que têm sistema de checagem on-line e acompanhamento da própria pesquisa no campo por um aplicativo no telefone celular do pesquisador, que acompanha a entrevista em tempo real.
Outras não têm qualquer forma de controle, ou dispõem eventualmente de algo mais simples –apenas uma possibilidade de conferência em base de teste, com uma supervisão ligando para o entrevistado para conferir se houve ou não a entrevista.
Às vezes há dúvida até sobre a própria realização da pesquisa. Já cansamos de ouvir candidatos que pedem para alguém apontar um conhecido que tenha sido entrevistado alguma vez.
Resultados induzem votos diferentes
Por mais que falem que as pesquisas não influenciam o resultado das eleições, elas influenciam sim –as alianças políticas, os apoios que uma candidatura pode receber, o engajamento dos apoiadores e, ao fim do processo eleitoral, o voto em si.
Uma parte da população não gosta de votar em quem vai perder. É o chamado voto útil. Por esta razão contratar Instituto com resultado para favorecer esta ou aquela candidatura é um investimento aos olhos de algumas candidaturas fadadas ao fracasso.
Outra parte dos eleitores tem o seu candidato já definido, mas se assusta ao ver a divulgação de números contrários a ele, e nem consegue de qual empresa fez a pesquisa. A maioria não consegue discernir se determinada empresa de pesquisas é séria ou não.
Toda atividade que tem impacto na vida das pessoas tem regulamentação. As empresas de pesquisas também não deveriam ser regulamentadas? Se estamos combatendo as chamadas fake news com responsabilização penal, também não deveríamos combater as pesquisas fakes? A divulgação de pesquisa fake não conta como fake news?…
Tem empresa divulgando pesquisa por aí que nem sabemos de onde veio, se tem técnico responsável, se cumpre regra mínima de transparência, se pode ser auditado, se tem a quem se responsabilizar etc. Não adianta o registro na Justiça Eleitoral ser obrigatório se não sabemos e não podemos aferir se a pesquisa está sendo feito da forma correta ou não.
É preciso definir que tipo de empresa pode realizar pesquisas que venham a ser divulgadas durante o processo eleitoral, qual é a condição técnica do responsável por isso, qual o capital da empresa para que possa arcar com a responsabilização pelas suas divulgações. Hoje qualquer um monta uma microempresa, sem estatístico responsável e sem capital. E passa a divulgar pesquisas fakes sem ter qualquer capacidade para fazer um trabalho sério.
A eleição mais importante da história de Marilia
Esta é a eleição mais importante da cidade de Marília, atualmente capital nacional dos radares. Em 2029, a cidade completará 100 anos e caberá ao próximo prefeito eleito colocar as mãos na chave de um cofre que irá gerar cerca de 10 bilhões de reais. Os vereadores eleitos terão a missão de fiscalizar cada passo dado e o mais importante, juntos construírem a cidade que queremos para os nossos filhos e netos.
Pesquisas direcionadas com segundas e misteriosas intenções não podem nortear o futuro de uma cidade que parou no tempo nos últimos 15 anos. Portanto, não se iluda.
Um Perigo Para a Democracia
Essa bagunça tem de acabar. Nunca existiram tantas empresas de pesquisas como hoje. É necessário exigir uma autorização para estar apto a realizar pesquisas, dentro de uma regulamentação a ser definida por lei própria, para acabar com essa confusão….
Fica parecendo o transporte alternativo de vans sem regulamentação. O passageiro pode estar entrando em uma gelada. O problema é que os resultados das pesquisas são passados para a sociedade como se fossem resultados confiáveis. Isso cria uma confusão mental, com a real possibilidade de manipulação.
Não defendemos a proibição de divulgar pesquisas, mas a regulamentação da sua realização. Isso passa pela qualificação de quem a realiza e pelos critérios para se autorizar a sua divulgação, além da possível responsabilização civil e criminal pela divulgação de levantamentos fakes. Não podemos permitir a manipulação do processo eleitoral por interesses políticos ou econômicos. O futuro de uma cidade com quase 250 mil habitantes está em jogo.
A disparidade e os números que surpreendem
A Colectta – Instituto de Pesquisa e Estatística foi uma das empresas a divulgar os resultados de uma pesquisa de intenção de voto para a eleição de prefeito no município de Marília. Realizada entre os dias 14 e 15 de agosto de 2024, a pesquisa apresentou um panorama atualizado sobre as preferências e rejeições dos eleitores em relação aos candidatos.
Os dados indicaram uma liderança de Vinícius Camarinha, com 43,33% das intenções de voto, seguido por Garcia da Hadassa, com 18,50%. Os demais candidatos indicados foram Ricardinho Mustafá (3%), João Pinheiro (2,33%), Nayara Manzini (2,17%) e Lilian Miranda (0,67%). A porcentagem de eleitores que optariam por voto branco/nulo é de 15,67% e os que indicaram não saber em quem irão votar, de 14,33%. A porcentagem de eleitores que optariam por voto branco/nulo é de 15,67% e os que indicaram não saber em quem irão votar, de 14,33%.
Os dados mostraram Vinícius Camarinha, com 17,23% de rejeição, seguido por Ricardinho Mustafá, com 11,20%. Garcia da Hadassa era rejeitado por 11,06%, João Pinheiro por 10,92%, Nayara Manzini por 7,28% e Lilian Miranda por 5,88%.
No dia 16 de setembro, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou, a sua pesquisa de intenções de voto. Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 710 eleitores. Tal amostra representativa do município de Marília atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 3,8 pontos percentuais para os resultados gerais.
Em primeiro lugar no cenário estimulado, ou seja, onde os candidatos são apresentados ao eleitor, Vinicius Camarinha (PSDB) liderou com 50,8%. Em segundo lugar, Garcia da Hadassa pontuou com 13,7%, misteriosamente perdendo cerca de 5 pontos em relação à primeira. No terceiro e quarto lugar, respectivamente, ficou Ricardinho Mustafa (PL) com 11% e João Pinheiro (PRTB) com 5,4%.
Para complementar se observado o nível de rejeição de cada candidato, os números foram aproximados segundo o Instituto, estranhamente apresentando Garcia da Hadassa em primeiro, com 29,3%. Vale lembrar que ele era até então desconhecido, principalmente no poluído meio político da cidade.
Em segundo lugar, Ricardinho Mustafa pontuando 28,5%. Já o primeiro colocado entre as intenções de voto, Vinicius Camarinha, figurava em terceiro com 25,6%. Depois, respectivamente, tivemos João Pinheiro e Nayara Mazini, com 25,2% e 18,9%. De acordo com a Resolução-TSE n.º 23.600/2019, essa pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o n.º SP02549/2024 para o cargo de Prefeito.
Uma nova pesquisa para prefeito de Marília, divulgada na quinta-feira (19) novamente pela empresa Colectta Pesquisas, de São Paulo, apontou Vinicius Camarinha (PSDB) com 44,67% das intenções de votos, seguido pelo candidato Garcia da Hadassa (Novo) com 23,67% e João Pinheiro (PRTB) com 6,67%. Na sequência apareceram Ricardinho Mustafá (PL) com 5,33%, Nayara Mazini (Psol) com 3,17% e Lilian Miranda (PCO) com 0,50% das intenções de votos.
A pesquisa apontou também os índices de rejeição: Vinícius Camarinha, 20,99%, João Pinheiro, 17,16%, Garcia da Hadassa, 12,06%, Ricardinho com 11,63%, Nayara 5,96% e Lilian Miranda 1,56%. Números mostram que 5,39% dos eleitores não votariam em nenhum dos candidatos e o mesmo índice votaria em qualquer um.
Verdade seja dita, a realidade é que você eleitor (a) deverá fazer a verdadeira pesquisa na sua casa, ouvindo seus familiares e escolhendo o seu candidato de acordo com o seu passado, seu histórico e sua qualificação para bem administrar uma cidade com uma dívida superior à casa dos 1,5 bi de reais e problemas nas mais diversas áreas. ESTA É A CIDADE QUE QUEREMOS?
DIRETO DA REDAÇÃO