
Por reiteradas vezes o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, O NOSSO JORNAL, tem publicado matérias de alerta quando o assunto é a DENGUE no município de Marília. Os números, embora estejam maquiando, são alarmantes e já se assemelham ao trágico e fúnebre ano de 205, coincidentemente na primeira administração do senhor Vinicius Camarinha.
Não estamos aqui jogando a responsabilidade toda sobre o mesmo, afinal a população tem que fazer o seu papel de cuidar dos quintais e possíveis criadouros do mosquito assassino, porém compete ao gestor a responsabilidade das ações de grande impacto, que fazem a diferença no combate.

É sempre bom lembrar que em administrações passadas nunca houve economia para o enfrentamento, desde mobilização de soldados do tiro de guerra, escoteiros, lideranças e voluntários até no modus operandi de nebulização, comprovadamente mais eficaz.
Recém-chegado de um belo passeio na Disney, o prefeito Vinícius Camarinha parece não mostrar preocupação com o momento crítico e com completa falta de experiência da atual gestora da secretaria da saúde que por sinal foi obrigada a assistir à troca dezenas de funcionários qualificados para dar espaço aos cargos comissionados, em sua maioria sem qualquer conhecimento técnico. Mais uma promessa não cumprida.
JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, EXPLICA Qual a diferença entre a nebulização e o fumacê utilizados no combate à dengue?

Em meio a explosão dos casos de dengue em Marília, você provavelmente já se deparou com alguma estratégia adotada pelo poder público para combater o mosquito Aedes aegypti. A nebulização e o fumacê são as mais comuns. Mas qual a diferença entre eles?
A eficácia da aplicação é o que mais diferencia os dois procedimentos, já que ambos utilizam o mesmo inseticida. Segundo os especialistas, enquanto a nebulização tem 90% de eficiência no combate ao mosquito, o fumacê tem apenas 40%.
A explicação para esta diferença está na distância em que o produto é aplicado. Se, por um lado, a nebulização ocorre dentro das casas, por outro, o fumacê é lançado por um carro que passa pelas ruas.
“Considerando que é um mosquito doméstico, que tem preferência por estar dentro das casas, então, [a nebulização] tem uma eficácia maior. Já o fumacê é usado em casos emergenciais, depois de uma avaliação de transmissão, quando estão acontecendo vários casos no setor, quando o índice de infestação está muito alto, a tendência ficou muito alta; entra como um complemento a aplicação do fumacê”.
A nebulização e o fumacê são adotados em regiões em que já há registros de dengue. Em MARÍLIA, foram confirmados 6.309 casos da doença até esta segunda-feira (5) e ainda, 17 mortes confirmadas e 17 mortes em investigação
O nebulizador normalmente utilizado tem capacidade para 6 litros de inseticida. O produto é biodegradável e mata apenas o mosquito adulto. Os inseticidas utilizados na saúde pública têm segurança tanto para a população quanto para os animais e o meio ambiente. Eles são biodegradáveis, direcionados exatamente para o mosquito.
Cerca de uma hora antes da aplicação, os moradores são avisados e orientados a deixar suas casas e esperar entre 15 e 20 minutos. Animais domésticos também devem ser retirados durante o período.
A gestora de controle de vetores Natália Caroline de Oliveira lembrou que a comunidade precisa ser uma aliada no combate à dengue, evitando água parada e criadouros do mosquito.
No bebedouro de animais, por exemplo, não é suficiente eliminar só aquela água, tem que passar uma bucha porque o pernilongo gruda os ovos deles ali e pode ficar a seco até 365 dias e, quando chove ou coloca água novamente, o ciclo continua.
OS RISCOS; Lá vem o fumacê contra o mosquito-da-dengue. Mas como fica a sua saúde?

O inseticida utilizado no fumacê é o malathion. Sua fórmula é diferente dos inseticidas encontrados nos supermercados e sua distribuição é feita somente pelo Governo Federal, que compra o produto e distribui para os Estados, que repassa aos municípios.
Por ser um inseticida, o malathion pode causar danos à saúde se a exposição ao produto for longa ou corriqueira. Por isso, quando ele é jogado em residências, os moradores devem deixar o local junto com seus animais de estimação.
Todos os inseticidas são neurotóxicos, ou seja, atacam o sistema nervoso. O que muda de remédio para veneno é a dose. Neste caso [combate ao Aedes aegypti] ele é jogado em doses capazes de matar o mosquito. O problema é o uso indiscriminado de inseticidas. Há condomínios que passam inseticida duas vezes por dia, um absurdo.
O inseticida serve para bloquear epidemias e não deve nunca ser usado de forma preventiva”, afirma a entomologista Denise Valle, da Fiocruz, que estuda as formas de conter a expansão do Aedes aegypti.
O fumacê tem ação temporária e pontual, por isso não é considerado o método ideal para acabar com o Aedes aegypti e outros mosquitos que carregam vírus perigosos.
Pode fazer mal para saúde?

Pode fazer mal à saúde somente se o contato com o inseticida for duradouro ou recorrente. Nestes casos pode causar intoxicação e a longo prazo desenvolvimento de câncer e outras doenças. O Ministério da Saúde recomenda o uso somente em locais onde há casos comprovados de dengue, chikungunya ou zika. Seu uso deve ser feito para o combate ao mosquito, nunca de forma preventiva.
Não preciso mais me preocupar porque passaram o fumacê em casa?
Não é bem assim. O inseticida dura em torno de meia hora e mata apenas os mosquitos que estiverem voando no local no momento em que o produto estava sendo usado. Isso porque as gotas do veneno são projetadas para grudar na asa do mosquito e envenená-lo. Caso contrário, eles não morrem.
A temperatura e o clima afetam a eficácia do inseticida?
Sim. Chuva, calor intenso e ventos acima dos 6 km/h diminuem a eficácia do produto. O ideal é o fumacê ser usado no começo da manhã e no fim da tarde, quando a temperatura está mais amena e quando a fêmea do Aedes aegypti está “faminta” por picar as pessoas.
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