O furto e o roubo de cabos de telecomunicação são crimes que vêm atormentando a população mariliense nos últimos anos. Os criminosos são flagrados, às vezes identificados e presos, mas falta repressão aos receptadores e ao comércio ilegal do cobre, principal atrativo dos cabos. São raras as operações em nossa cidade.
A modalidade criminosa mostrou como pode ser danosa em escolas, unidades de Saúde e prédios públicos, causando impactos no atendimento básico aos usuários. Os prejuízos são sentidos também nas residências e nas empresas localizadas nos bairros que sofrem com a ação dos criminosos. Que o diga as imobiliárias.
As empresas de telefonia ficam sobrecarregadas, e o restabelecimento do serviço de internet chega a demorar horas. A inteligência policial desempenha um papel fundamental na supressão desse crime, identificando e rastreando os pontos de venda ilegal do material, por meio de investigações minuciosas e monitoramento de atividades suspeitas, mas falta constância.
A implementação de sistemas de segurança avançados, como câmeras de vigilância com reconhecimento facial e sensores de movimento, em locais estratégicos pode dissuadir potenciais criminosos e auxiliar na identificação dos responsáveis em caso de ocorrência.
Os roubos, não raramente, acontecem à luz do dia. Os criminosos se sentem à vontade para extrair o material e se deslocar com os fios roubados pelas ruas da cidade. Leis mais duras que enquadrem o roubo e a receptação de cobre devem estar na pauta de um Legislativo omisso.
Com a implementação de estratégias integradas, baseadas em inteligência policial, tecnologia avançada e endurecimento das leis, será possível dizimar essa atividade criminosa e garantir uma cidade mais segura e conectada a todos. O aumento nas interrupções de serviços como luz e telecomunicações no Brasil pode ser impulsionado pela busca por metais valiosos para a transição energética, principalmente, o cobre. O aumento nos furtos de fios deste metal tem uma relação direta com a explosão nos preços internacionais do cobre, o que levou também a uma mudança no perfil dos criminosos.
Nos últimos meses, o cobre na London Metal Exchange (LME), referência das cotações de metais, avançou mais de 10%, ficando cotado próximo dos 9 mil dólares por tonelada. A alta foi superior a 4%. O quadro consolida um novo patamar de preços que vem desde a pandemia. Antes, o cobre não costumava passar dos 6 mil dólares, mas os choques na oferta causados pelas restrições do período e o avanço de indústrias como a de carros elétricos e de paneis solares, que usam grandes quantidades do metal, repercutiram na cotação. Na visão de uma série de analistas, o boom está apenas começando, e a alta deve seguir em forte nos próximos trimestres. Além disso, a atividade industrial na China e a política monetária dos Estados Unidos são temas observados pelos investidores.
“Se espera que o lado da demanda aumente lentamente neste ano, especialmente no setor da energia verde. Nos veículos elétricos, o cobre é uma componente chave que é usado em motores, baterias e fiação, bem como em estações de carregamento”, aponta a analista de commodities do banco ING Ewa Mantley, em relatório.
“O cobre não tem substituto para a sua utilização em veículos elétricos, energia eólica e solar, e o seu apelo aos investidores como um metal verde fundamental apoiará preços mais elevados nos próximos anos”, afirma ainda. Alguns analistas apostam que o metal atingirá 15 mil dólares por tonelada em 2025.
No caso dos ferros-velhos, a mudança de patamar de preços foi bastante sentida. Hoje, o cobre é cotado em cerca de R$ 40 o quilo, segundo uma série de tabelas disponíveis online em perfis sobre o tema. Antes da pandemia, o metal costumava ser cotado entre R$ 15 e R$ 20, nas categorias conhecidas como “mel” e “misto”. Apenas em um único passeio pela cidade, encontramos cerca de 4 locais diferentes de compras de fio de cobre livremente. Com a palavra, as autoridades.
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