
Partido dos Trabalhadores enviou quatro representantes para a posse do ditador; presidente Lula não compareceu à solenidade, após governo solicitar as atas de votação com o resultado e não ser atendido
Em uma movimentação que gerou polêmica, o Brasil exportou 20.000 frascos de spray de pimenta para a Venezuela, poucos dias antes da eleição presidencial de Nicolás Maduro, realizada em 28 de julho de 2024. A venda, autorizada pelo Ministério da Defesa e pelo Exército Brasileiro, levanta questões sobre as implicações políticas e éticas desse comércio em um contexto de tensões sociais e políticas na Venezuela.Brasil Gastronomia
Detalhes da Exportação
A remessa do spray de pimenta foi dividida em duas partes, enviadas em junho e julho de 2024. Este produto é frequentemente utilizado por forças policiais para o controle de distúrbios e manifestações. A Venezuela se destacou como o maior importador deste tipo de material do Brasil no ano, superando outros países que também adquiriram sprays.
Contexto Político.

A exportação ocorre em um momento crítico para a Venezuela, onde o governo de Maduro enfrenta crescente oposição e protestos populares. A utilização do spray de pimenta por forças policiais pode ser vista como uma ferramenta para reprimir manifestações e silenciar vozes dissidentes. Especialistas em relações internacionais expressam preocupações sobre a responsabilidade do Brasil ao fornecer equipamentos que podem ser usados contra civis.Brasil Gastronomia
Reações do Governo Brasileiro
O governo brasileiro defendeu a legalidade da exportação, afirmando que seguiu todas as normas vigentes. No entanto, não foram divulgados detalhes sobre as empresas envolvidas na transação ou se a compra foi realizada por entidades privadas ou pelo governo venezuelano. Essa falta de transparência alimenta especulações sobre as intenções por trás da venda.
Comitiva do PT comparece à posse de Maduro na Venezuela; saiba quem foi

Partido dos Trabalhadores enviou quatro representantes para a posse do ditador; presidente Lula não compareceu à solenidade, após governo solicitar as atas de votação com o resultado e não ser atendido
O Partido dos Trabalhadores (PT) enviou quatro representantes para a posse do ditador venezuelano Nicolás Maduro, que assume um novo mandato nesta sexta-feira, 10, em meio às contestações de fraude na eleição presidencial, realizada no ano passado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não comparecer à solenidade, após o governo solicitar as atas de votação comprovando o resultado do pleito.
O governo, contudo, enviou um representante para a posse de Maduro. Sob críticas da oposição ao petista, a embaixadora brasileira em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, compareceu à cerimônia por decisão do Planalto.
Após a eleição com suspeitas de fraudes, onde o governo venezuelano decretou a vitória de Maduro sobre o oposicionista Edmundo González, Lula participou de uma aliança internacional que pressionou Maduro para que ele divulgasse as atas eleitorais. O regime chavista não só recusou a publicidade aos documentos como disparou ataques ao governo brasileiro.
Entre os integrantes do PT que foram à solenidade, estão o historiador Valter Pomar e a psicóloga Monica Valente. Ambos são secretários-executivos do Foro de São Paulo. O Foro é uma organização de partidos e entidades de esquerda de países da América Latina e do Caribe fundada pelo presidente Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro, em 1990.
Os outros dois representantes do PT que foram à posse são Camila Moreno, que atuou na coordenação do Ministério da Educação durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Vera Lúcia Barbosa, ex-secretária de Movimentos Populares da legenda.
Em uma postagem do perfil do Foro de São Paulo no X (antigo Twitter), os integrantes da comitiva do PT aparecem posando para uma foto ao lado de outros grupos participantes. A bandeira da sigla de Lula também está visível. Procurado para comentar o envio da comitiva à Venezuela, o diretório nacional do partido não respondeu aos contatos.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também enviou uma comitiva de cinco integrantes que estão participando da posse de Maduro. Desde o contestado anúncio da vitória de Maduro pelo regime, o movimento faz um apoio público ao chavista. Um dos membros do MST que estão em Caracas é o líder do movimento, João Pedro Stédile.
Em uma postagem no site oficial do movimento, o MST acusou Edmundo González de se reunir com os presidentes Joe Biden (Estados Unidos), Javier Milei (Argentina) e Lacalle Pou (Uruguai) para “mostrar força política para tentar um golpe no país”.
“Os movimentos populares latino americanos têm articulado uma defesa da posse de Maduro nas últimas semanas em um contexto de aumento de tensão sobre a cerimônia. A oposição de extrema direita do país não só diz que intervirá na posse, como está promovendo uma articulação internacional para angariar apoio de outros governos em uma pressão contra Nicolás Maduro”, disse o MST, antes da posse.
Tanto o PT quanto o MST participam do evento “Festival Mundial Internacional Antifascista”, que ocorre em Caracas e é patrocinado pelo Foro de São Paulo. Uma das agendas foi uma motociata com apoiadores de Maduro que contou com a presença dos sem-terra.
Lula não foi para posse, mas reconheceu poder de Maduro sobre a Venezuela. O presidente descartou ir para a Venezuela e foi desaconselhado a enviar representantes do alto escalão, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Apesar disso, o petista deu aval à presença da embaixadora brasileira na Venezuela.
A ideia do Planalto foi enviar a Caracas o recado de que contesta a legitimidade do pleito e vai manter uma relação diplomática fria com o governo venezuelano. A presença de Gilvânia, porém, é interpretada como um sinal de que Lula reconhece o poder “de fato” de Maduro.
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