
A votação secreta para eleger o próximo Papa, conhecida como conclave, terá início nesta quarta-feira, 7 de maio. Cardeais de diversas partes do mundo se reúnem na Capela Sistina para decidir quem assumirá a liderança da Igreja Católica nos próximos anos.
Durante o papado de Francisco, houve uma “internacionalização” do Colégio de Cardeais, ampliando a diversidade de nacionalidades entre seus membros.
Sete cardeais brasileiros terão direito a voto neste conclave, e um deles se destaca: Dom Sérgio da Rocha, atual arcebispo de Salvador, na Bahia. Ele é reconhecido por sua proximidade com o Papa Francisco, tendo sido parte de um grupo encarregado de ajudar o pontífice na administração da Igreja.

Quem é Dom Sérgio da Rocha
Natural de Dobrada, interior de São Paulo, Dom Sérgio nasceu em 21 de outubro de 1959. Foi ordenado padre em 1984.
Ele possui mestrado em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutorado pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.
Em 2007, o Papa Bento XVI nomeou Dom Sérgio arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Teresina. Um ano depois, em setembro de 2008, assumiu a liderança da arquidiocese como Arcebispo Metropolitano. Em 2011, foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Brasília.
Durante o papado de Francisco, em 19 de novembro de 2016, foi elevado à dignidade de cardeal.
Em 11 de março de 2020, Dom Sérgio recebeu a nomeação de Francisco para arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cargo que o coloca à frente da principal sede da Igreja no país.
Além de outros cargos de destaque, foi presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2015 e 2019.
Em 2023, Dom Sérgio fez história ao se tornar o primeiro brasileiro indicado para o Conselho de Cardeais, um órgão criado em 2013 com a missão de apoiar o Papa na governança da Igreja Católica e no estudo de um projeto de reforma da Cúria Romana (as instituições administrativas da Santa Sé).
Em entrevista à CNBB, o cardeal ressaltou a importância desse conselho, destacando a capacidade do Papa Francisco de ouvir seus membros de forma atenta e sem interferir em suas opiniões.
Veja os favoritos nas bolsas de apostas

Eleição no Vaticano iniciar após Novendiales (período de nove dias de luto, iniciado a partir da data de sepultamento do papa). Todos que estão envolvidos prestaram juramento, conforme previsto pela Constituição Apostólica, incluindo funcionários da sacristia e da limpeza
Na ausência do decano, Cardeal Re, que tem 91 anos (idade acima do limite previsto), o processo de eleição será presidido pelo Cardeal Pietro Parolin. O italiano, aliás, se mantém firme na dianteira nas bolsas de apostas.
A bolsa de apostas Polymarket mostrava, pouco depois da meia noite, Parolin concentrando 27% das probabilidades, por volta da meia noite. Como o site funciona como se fosse uma bolsa de valores, o preço para comprar uma “ação”, neste caso, “Sim” e “Não”, que aparece na tela, é definido pelo “mercado”, ou seja, com base na probabilidade percebida pelos apostadores. Os ganhos com a previsão com dinheiro real são obtidos na diferença da compra e da venda de cada “ação”, ou palpite.
O segundo mais cotado é Luis Antonio Tagle, cardeal das Filipinas, concentrando 23% das probabilidades, na visão dos usuários. Em terceiro houve uma mudança: Matteo Zuppi, o “cardeal ciclista’ de Bolonha ocupa a posição, com 10%. No dia em que o Vaticano confirmou o início do conclave, quem aparecia era Peter Turkson, cardeal de Gana e que pode se tornar o primeiro papa negro da história, que apareceu na posição
As plataformas de apostas baseadas em tecnologia blockchain vem ganhando adeptos no mundo todo por permitirem fazer as previsões com dinheiro real. Para fazer as previsões na plataforma (lançada em 2020), os usuários do Polymarket precisam ter uma carteira de criptomoedas, já que o Polymarket opera usando a blockchain da Polygon (MATIC), e aceita apostas apenas com criptomoeda – a USDC Coin (USDC), que é indexada ao dólar. Se as apostas realmente se concretizarem, os vencedores podem trocar os tokens adquiridos para o lance pelo valor proporcional ao total apostado.

Como funciona o conclave?
A eleição no Vaticano segue o protocolo de iniciar após o término da Novendiales — (período de nove dias de luto, iniciado a partir da data de sepultamento do papa), em uma reunião feita por 252 cardeais a portas fechadas na Capela Sistina. Desse total de cardeais, 133 dos presentes votam por terem menos de 80 anos. O voto dos cardeais é feito de forma secreta.
Sete cardeais brasileiros são votantes neste conclave: João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (SP); Cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ); Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M., arcebispo de Manaus; Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA); Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília e o Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre.
Todos que estão envolvidos no Conclave prestaram juramento, conforme previsto pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, incluindo funcionários da sacristia e da limpeza, os médicos, enfermeiros, e os confessores.
O processo de votação é repetido até que um candidato atinja dois terços dos votos. Enquanto nenhum candidato atinge o mínimo necessário de votos, as cédulas são queimadas e uma fumaça preta é liberada pela chaminé da Capela Sistina, indicando que a eleição prosseguirá. A fumaça que sinaliza se o papa foi ou não escolhido é expelida às 7h e às 14h (horário de Brasília). Quando finalmente ocorre a escolha, as cédulas em papel são queimadas e a fumaça branca é expelida pela chaminé da capela nos primeiros horários da manhã e da tarde, 5h30 e 12h30 ara sinalizar: Habemus Papam.
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