
Os 133 cardeais que integram o conclave no Vaticano chegaram a um consenso e elegeram um novo papa nesta quinta-feira, 8, depois de quatro votações.
Conhecidos como “príncipes da Igreja”, os 133 cardeais precisaram de dois dias para escolher um sucessor de Francisco, que liderou a Igreja por 12 anos com um pontificado reformista focado nos pobres e migrantes.
Seguindo a tradição, o resultado da eleição foi revelado a partir da fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina às 13h09, no horário de Brasília (DF). Nas votações anteriores, quando um papa não foi escolhido, a fumaça era preta.

O novo papa enfrentará inúmeros desafios internos, como a pedofilia na Igreja, a crise das vocações e o papel das mulheres, e externos, como conflitos, a ascensão de governos populistas e a crise climática.
Cerca de 50 mil pessoas celebram a fumaça branca na Praça de São Pedro
Há cerca de 50 mil pessoas agora na Praça de São Pedro, poucos minutos depois da fumaça branca. Os fiéis caminham, alguns correm, pela Via della Conciliazione esperando para saber o nome do novo Papa.
Cardeal americano Robert Francis Prevost é o novo Papa

A Igreja Católica tem um novo papa. No início da tarde desta quinta-feira, 8, foi anunciado pelo Vaticano que o cardeal americano Robert Francis Prevos será o 267º pontífice. O nome escolhido por ele é Leão XIV.
A apresentação do Sumo Pontífice foi feita ao mundo direto da Sacada da Sala da Bênção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo primeiro dos cardeais diáconos, o cardeal Dominique Mamberti.
Quem é Robert Francis Prevost, o novo papa Leão 14

O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão 14. Ele foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro.
Quem é o novo papa
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.
Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.
Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.
Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou a principal crise de sua trajetória: em 2023, três mulheres acusaram Prevost de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças.
Segundo as denúncias, uma das vítimas telefonou para Prevost em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.
Durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja moderna.
Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Profecia antiga afirma que o próximo Papa será responsável pelo fim do Mundo

A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21 de abril, provocou não apenas luto entre os católicos ao redor do mundo, mas também reacendeu antigas profecias que há séculos alimentam o imaginário religioso e apocalíptico.
A Profecia de São Malaquias
Uma das profecias mais citadas é a de São Malaquias, um manuscrito de 900 anos que, segundo muitos intérpretes, aponta Francisco como o último Papa antes do fim dos tempos. Essa crença tem ganhado força nas redes sociais e entre fiéis intrigados com o simbolismo de seu pontificado.
Quem Foi São Malaquias e o Que Diz a Profecia?
A profecia é atribuída a Malaquias de Armagh, arcebispo irlandês, e lista 112 papas a partir de Celestino II (eleito em 1143). O último papa seria identificado pela enigmática frase “Petrus Romanus” (“Pedro, o Romano”). Francisco, o 112º da lista, seria o pontífice sob cujo reinado a Igreja enfrentaria sua derradeira tribulação.
O Simbolismo do Nome Francisco
Embora seu nome de batismo fosse Jorge Mario Bergoglio, o fato de ele ter escolhido o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis — um santo com forte apelo espiritual e reformador — reforça, para muitos, a ideia de que ele encerra uma era dentro da Igreja.
A Data de 2027 e a Teoria do Fim
Alguns teóricos apontam o ano de 2027 como o marco do fim previsto na profecia, exatamente 442 anos após o papado de Sisto V, considerado por alguns como um ponto intermediário na lista dos papas.
Autenticidade Questionada, Mas Coerência Intrigante
Embora o Vaticano não reconheça a autenticidade da profecia — e muitos estudiosos a considerem uma criação do século XVI com motivações políticas —, várias das descrições anteriores mostraram surpreendente coerência com os perfis reais dos papas, o que alimenta a dúvida mesmo entre céticos.
Francisco e o Título de “Último Pastor”
Coincidência ou não, o legado de Francisco — marcado por sua preocupação com o meio ambiente, defesa de minorias e tentativa de reformas internas — ajudou a consolidar sua imagem como o “último pastor” da era moderna.
Conclave à Vista: Fim de uma Era ou Recomeço?
Com a cadeira de Pedro mais uma vez vazia, cresce a expectativa em torno do Conclave. Agora, a escolha do próximo papa carrega não apenas um peso espiritual, mas também um pano de fundo profético. A grande pergunta é: será o sucessor de Francisco o início de uma nova era ou o fim de uma história milenar?
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