
Quais são os desafios da mobilidade urbana em Marília? O principal desafio da mobilidade urbana está no trânsito das principais artérias e vias de acessos aos bairros mais distantes.
Com o rápido desenvolvimento urbano sem planejamento, a falta de investimento em infraestrutura, o desrespeito ao plano diretor e o aumento do uso do transporte individual, o fluxo da cidade está cada vez mais complicado.
Reiteramos, não há um plano de mobilidade urbana de verdade, onde se pense a cidade para os próximos 20 anos pelo menos. Condomínios foram aprovados a toque de caixa sem respeitar o plano diretor e determinadas vias de acesso não foram ampliadas e tampouco criaram outras alternativas.
O resultado não poderia ser diferente. Uma cidade movida a interesses especulativos que não estão preocupados com o pedestre, com o ciclista, com o meio ambiente e com um transporte público de qualidade.
Desde o início do ano, moradores dos bairros Aeroporto, São Domingos, Novo Horizonte, conjunto de chácaras e adjacências entraram em contato com a nossa redação para reclamar dos constantes congestionamentos que ocorrem na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, entre os números 2.670 e 3.500 (desde o final do seminário até um antigo centro de treinamentos.
Pela imagem que encabeça esta matéria é possível se constatar a inviabilidade de um tráfego normal de veículos quando há estacionamento de caminhões. A via se tornou estreita para um fluxo tão intenso de carros, motos, caminhões e ônibus de transporte coletivo, pois é o único acesso aos referidos bairros.
Segundo S.M.L.L, 54 anos, empresário, os moradores estão se mobilizando através de um abaixo assinado solicitando providências da Emdurb, mas enquanto isso resolveram acionar a reportagem. “Há dias que se forma filas enormes porque o trânsito fica travado literalmente e nós não temos outra alternativa. Os engenheiros da Emdurb terão que buscar uma solução antes que ocorra, por exemplo, um acidente e seja necessário chamar o Samu. Não tem como passar”, comentou.

O problema de Marília não se concentra somente no local mencionado, mas também em diversos pontos da cidade que há anos não possui uma administração que pense a cidade, afinal estamos as portas do centenário e com certeza não é esta cidade que queremos.
Outros locais como a avenida Esmeralda no trecho que vai do Shopping até o cruzamento das roseiras, principalmente nos horários de pico, que nos remete a um caos em breve por falta de planejamento e desrespeito ao plano diretor.
Com a implantação do AME, Fatec e Centro administrativo da prefeitura no distrito de Lácio, a referida avenida ficará intransitável, e a única alternativa para a criação de um novo acesso foi aprovada no plano diretor de 2006, mas assassinada pela ganância dos especuladores imobiliários.
Outro trecho crítico é a entrada Jardim Bandeirantes, mais precisamente no ultrapassado viaduto da Bassan, que já não comporta o trânsito de veículos na atualidade, principalmente nos horários de pico. A situação piora quando ocorre acidente na rodovia do contorno.
Quando o assunto é região central, na rua Catanduva, no trecho entre a rua São Luís e Sampaio Vidal, é impossível trafegar com a rua em sentido duplo e com estacionamento dos dois lados. O mesmo acontece em outros trechos, travando um trânsito que necessita de agilidade em uma cidade com um número assustador de veículos.
Soluções para a mobilidade urbana

Vários geógrafos e urbanistas que se dedicam ao estudo da mobilidade urbana procuram soluções para melhorar o trânsito nas cidades e, consequentemente, a mobilidade urbana nos espaços públicos. Dentre algumas soluções, podemos citar:
- ampliar áreas atendidas pelos transportes públicos coletivos ;
- diversificar o uso dos meios de transportes (carros, bicicletas, ônibus, motocicletas);
- flexibilidade no horário das atividades urbanas: comércio em uma hora, atividades escolares em outra, para distribuir a mobilidade ao longo do dia;
- incentivo a caronas coletivas para pessoas que vão para a mesma direção;
“Essas soluções poderiam amenizar os problemas de mobilidade desde que houvesse uma parceria entre a sociedade e poder público, com campanhas de conscientização ambiental e de uso consciente dos espaços públicos. Afinal, a cidade é de todos, e todos têm o direito e dever de cuidar dela.”

A falta de mobilidade urbana adequada reflete as desigualdades sociais e espaciais existentes. Os bairros mais periféricos e as regiões de menor renda têm acesso limitado a opções de transporte público de qualidade, resultando em exclusão social e dificuldades de acesso a serviços essenciais.
A poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao transporte urbano também se configuram como preocupações crescentes. A dependência de veículos movidos a combustíveis fósseis contribui para os riscos das mudanças climáticas e para problemas de saúde pública.

Nesse sentido, um sistema de mobilidade eficiente contribui para uma melhor qualidade de vida da população. Ele reduz o estresse e a fadiga relacionados a deslocamentos demorados e congestionados, promove um ambiente urbano mais limpo e saudável e melhora o acesso a serviços e atividades que enriquecem a vida das pessoas.
Para otimizar a mobilidade nas cidades e promover qualidade de vida à população, os gestores precisam adotar uma abordagem holística e integrada, englobando um planejamento urbano eficiente, investimentos para o aumento da oferta do transporte público com a implantação dos TERMINAIS INTERMODAIS e estímulo ao uso de bicicletas COM CICLOVIAS e melhorias nos sistemas de controle de tráfego.
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