
Essa é a segunda vez, em menos de 15 dias, que Bolsonaro expressa temor de perder a vida caso seja preso
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a expressar o temor de perder a vida caso seja preso. A declaração foi feita durante entrevista à Inteligência Ltda. Podcast, nesta segunda-feira (24/3). Na terça (25/3), o Supremo Tribunal Federal analisa a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar Bolsonaro e mais sete aliados réus por uma suposta trama golpista para anular as eleições de 2022.
Ao ser questionado sobre uma possível prisão, Bolsonaro falou sobre o medo de morrer.
“Não tenho a menor dúvida de que em 30 dias, no máximo, me matam. Pelo que eu conheço. (…) Eu não vou falar porque (motivo que seria alvo), com toda a indignação nacional. Tem cara que ia bater palma, vibrar com minha prisão. Eu acredito que vou ser um estorvo para eles”.

Essa é a segunda vez que o ex-presidente fala que teme perder a vida caso seja preso. No último dia 14 de março, durante participação no podcast Flow, Bolsonaro falou que “não tem a menor dúvida que será envenenado”.
“Minha vida é feita de coisas. Até a facada foi um milagre. Médicos dizem que, de cada 100, só um sobrevive. É igual ao Trump com o tiro na orelha. Temos muita coisa em comum, exceto a fortuna. Deus não me colocou aqui para morrer atrás das grades. Se me prenderem, vão me matar. Não tenho a menor dúvida de que serei envenenado. Não é de interesse que me vejam preso, porque vou dar dor de cabeça. Precisam me eliminar”.
STF começa a julgar se aceita denúncia contra Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta terça-feira (24), se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete denunciados por uma suposta tentativa de golpe de Estado vão se tornar réus pelas acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso será julgado pela Primeira Turma da Corte, colegiado formado por cinco dos 11 ministros que compõem o tribunal. Se as denúncias contra o ex-presidente e seus aliados forem aceitas, eles vão responder a uma ação penal, que poderá terminar com a condenação ou absolvição das acusações.
A sessão começou às 9h45 e deve ter uma pausa para o almoço. Em seguida, às 14h, o julgamento deve recomeçar. A turma também programou uma sessão na manhã de quarta-feira (26) para finalizar a análise do caso. As regras do rito do julgamento estão previstas no regimento interno do Supremo.
Confira o rito que será seguido:
Abertura: ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, fez a abertura da sessão;
Relatório: em seguida, Alexandre de Moraes vai ler o relatório da denúncia, documento que resume as acusações, as manifestações das defesas e a tramitação ocorrida no caso;
PGR: o procurador-geral fará sua sustentação oral para defender que os acusados virem réus. O prazo será de 30 minutos;
Defesas: advogados dos oito denunciados terão 15 minutos cada um para realizar as defesas dos acusados;
Relator: palavra voltará para Moraes, que proferirá voto sobre questões preliminares suscitadas pelas defesas (pedidos de nulidade de provas, alegações de falta de acesso a documentos);
Votação: demais ministros votarão as questões preliminares;
Mérito: encerradas as questões preliminares, Alexandre de Moraes iniciará voto de mérito para decidir se os acusados se tornarão réus;
Votos: demais ministros decidirão se acompanham ou não o voto de Moraes;
Encerramento: após a votação, o julgamento será encerrado.

ACUSAÇÃO
De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro é acusado de ter liderado uma suposta organização criminosa para praticar atos lesivos à ordem democrática. Segundo a PGR, o grupo atuou entre julho de 2021 e janeiro de 2023 e era formado por militares e outros investigados que estavam na estrutura do Estado.
A denúncia cita ainda que Bolsonaro tinha conhecimento de um suposto plano intitulado Punhal Verde Amarelo, que continha o planejamento e a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
DEFESA
Na defesa apresentada ao STF antes do julgamento, os advogados de Bolsonaro pediram a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente e o afastamento dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino para julgar o caso.
A defesa também alegou que não teve acesso total às provas e pediu que o julgamento fosse feito pelo Plenário, e não pela Primeira Turma.
DIRETO DA REDAÇÃO

