A empresa pode ser alvo de ações judiciais por prejudicar adolescentes nas redes sociais
A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, está no centro de uma tempestade jurídica nos Estados Unidos. A principal acusação é que suas plataformas de redes sociais são prejudiciais à saúde mental dos adolescentes devido às suas características viciantes. A controvérsia chegou aos tribunais e, embora Meta tenha tentado rejeitar as ações contra ele, um tribunal federal da Califórnia decidiu que a batalha legal deve continuar.
Demandas que apontam para o alvo: exploração de adolescentes?
A questão decorre de duas ações judiciais movidas em 2023, apoiadas por mais de 30 estados, que acusam Meta de atacar adolescentes por meio de algoritmos projetados para estimular o vício. As ações judiciais não só destacam o impacto negativo na saúde mental, mas também na saúde física dos jovens, argumentando que o uso excessivo e não regulamentado das plataformas cria consequências graves.
O juiz responsável pelo caso reconheceu que o Meta pode ser protegido pela Seção 230, lei federal que isenta as plataformas de responsabilidade pelo conteúdo gerado por seus usuários. No entanto, ele também observou que os estados apresentaram evidências suficientes de possíveis declarações enganosas da Meta, permitindo que grande parte do caso avançasse.
Este detalhe é fundamental porque a Seção 230, embora poderosa, não protege as empresas de alegações relacionadas com declarações falsas ou enganosas.
Meta responde: ferramentas para proteger os jovens
A Meta foi rápida em expressar seu desacordo com a decisão do tribunal. Em sua defesa, a empresa afirma que tomou medidas significativas para apoiar os pais e proteger os adolescentes nas suas plataformas.
Entre as iniciativas recentes, Meta destacou a criação de contas especiais para adolescentes no Instagram, com maiores níveis de proteção e controle. Essas contas limitam automaticamente quem pode entrar em contato com os adolescentes e restringem o tipo de conteúdo que eles visualizam.
O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, criticou duramente a Meta, afirmando que a empresa deve ser responsabilizada pelos “danos reais” que causou aos jovens, não apenas na Califórnia, mas em todo o país. Apesar das críticas, a Meta insiste que está empenhada em oferecer uma experiência mais segura aos adolescentes e está confiante de que os testes demonstrarão os seus esforços para apoiar os jovens utilizadores das suas plataformas.
Outros gigantes da mídia social também estão em destaque
Meta não é a única plataforma sob escrutínio. Outros grandes nomes do mundo das mídias sociais, como TikTok, Snapchat e YouTube (de propriedade do Google), também foram alvo de ações judiciais por danos pessoais. Embora todas essas empresas tenham tentado o arquivamento das ações, o juiz do caso rejeitou esses pedidos, o que significa que as ações contra elas também continuarão.
O porta-voz do Google, José Castañeda, defendeu as ações de sua empresa em comunicado, dizendo que oferecer experiências seguras e saudáveis aos jovens sempre foi uma prioridade para o Google. Ele destacou que a empresa trabalha em colaboração com especialistas em juventude, saúde mental e parentalidade para criar políticas e serviços que protejam os menores, além de fornecer controles robustos para os pais.
Enquanto isso, tanto o TikTok quanto o Snapchat não responderam publicamente às acusações. À medida que o caso avança, as consequências jurídicas poderão ter um impacto significativo na forma como as plataformas de redes sociais interagem com os seus utilizadores mais jovens. As próximas decisões judiciais não afetarão apenas a Meta, mas também poderão estabelecer precedentes importantes para o resto da indústria.
A batalha legal sobre a proteção dos adolescentes nas redes sociais está longe de terminar e as empresas tecnológicas terão de se preparar para um escrutínio crescente sobre o impacto das suas plataformas na saúde mental e no bem-estar dos jovens.
DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DO METRO NEWS