Quando pensamos em cuidados com a saúde ocular, muitos de nós focamos em fatores como o uso prolongado de telas ou a necessidade de óculos de grau. No entanto, elementos ambientais, como o tempo seco e o vento, também podem afetar significativamente nossos olhos, causando desconforto e até problemas mais graves se não forem tratados adequadamente. 

Como o tempo seco afeta os olhos?

O tempo seco é caracterizado pela baixa umidade do ar, que pode ser comum em diversas estações do ano, especialmente no inverno ou em climas áridos. Essa condição tem um impacto direto sobre a saúde ocular, pois a umidade do ar desempenha um papel crucial na manutenção da lubrificação natural dos olhos.

A principal consequência do tempo seco é a evaporação acelerada da camada lacrimal, o que pode levar ao ressecamento dos olhos. Quando isso acontece, você pode sentir ardência, irritação, vermelhidão e até mesmo a sensação de areia nos olhos.

Em casos prolongados, o ressecamento ocular causado pelo clima seco pode evoluir para uma condição crônica conhecida como Síndrome do Olho Seco. Esta condição ocorre quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou quando a qualidade das lágrimas é inadequada para manter os olhos lubrificados.

Com a camada protetora das lágrimas comprometida, os olhos ficam mais vulneráveis a infecções e inflamações, pois as lágrimas têm uma função essencial na remoção de partículas e bactérias da superfície ocular.

E o vento?

O vento, seja em dias frios ou quentes, é outro elemento ambiental que pode agravar os sintomas de desconforto ocular. Ele age como um acelerador da evaporação das lágrimas, o que aumenta o ressecamento ocular e traz ainda mais desconforto para quem já sofre com olhos secos.

Dentre os principais efeitos dessa condição está a evaporação da camada de lágrimas que recobre os olhos, intensificando os sintomas de irritação e até mesmo visão embaçada.

Em dias de vento forte, a quantidade de poeira, poluição, pólen e outras partículas suspensas no ar aumenta consideravelmente. Essas partículas podem entrar nos olhos, causando irritação e aumentando o risco de inflamações ou alergias oculares.

O vento também pode dispersar alérgenos, como pólen e poeira, diretamente para os olhos, resultando em sintomas como coceira, vermelhidão e lacrimejamento excessivo.

Como Proteger os olhos do tempo seco e do vento?

Agora que sabemos como o tempo seco e o vento podem afetar a saúde ocular, é importante tomar medidas para proteger seus olhos. Aqui estão algumas dicas eficazes:

Use óculos de sol

Óculos de sol com proteção contra raios UV são essenciais, pois além de protegerem contra a luz solar, também atuam como uma barreira física contra o vento e as partículas no ar.

Lubrificantes oculares

Use lágrimas artificiais ou colírios lubrificantes para manter os olhos hidratados e evitar o ressecamento excessivo. Consulte um oftalmologista para escolher o produto mais adequado para suas necessidades.

Umidificadores de ambiente

Manter a umidade do ar em casa ou no trabalho é uma ótima maneira de combater os efeitos do tempo seco. Um umidificador de ar pode ajudar a equilibrar a umidade e reduzir o ressecamento ocular.

Piscadas conscientes

Se você passa muito tempo em frente ao computador ou no celular, faça pausas regulares para piscar conscientemente. Esse simples ato pode ajudar a espalhar a camada de lágrimas sobre a superfície ocular, reduzindo o ressecamento.

Evite correntes de ar 

Minimize a exposição a correntes de ar direto, como ventiladores ou ar-condicionado, que também podem contribuir para a secura dos olhos.

Se você estiver experimentando sintomas persistentes de ressecamento ocular, irritação, vermelhidão ou qualquer outro desconforto, é importante consultar um oftalmologista. Somente um profissional de saúde ocular pode diagnosticar corretamente a causa e indicar o tratamento adequado, prevenindo complicações mais graves e caso necessário a ótica de sua confiança.

Tempo seco e saúde ocular: especialista alerta para os riscos da baixa umidade do ar à saúde dos olhos

Com este finalzinho de inverno seco e a queda na umidade do ar, aumentam os casos de desconforto ocular. A estação mais fria do ano, marcada por clima seco, pode desencadear ou agravar a chamada síndrome do olho seco — condição que afeta a lubrificação natural dos olhos e compromete a qualidade de vida.

Em julho de 2025, o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta, com umidade variando entre 20% e 30%, o que já configura estado de atenção, consoante a Organização Mundial da Saúde (OMS). Marilia chegou a registrar críticos 10% a 12%, até abaixo do deserto.

Segundo o oftalmologista Luiz Carlos Molinari, Secretário da SMO, o ambiente seco reduz a produção de lágrimas, deixando os olhos mais vulneráveis. “A baixa umidade compromete a lubrificação ocular, provocando sintomas como vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos e até embaçamento visual, especialmente no fim do dia”, explica o médico.

Além do clima, o uso prolongado de telas também contribui para o agravamento do quadro. “Quando estamos concentrados em celulares, computadores ou televisores, piscamos menos. Isso favorece a evaporação da lágrima e o ressecamento da superfície ocular”, alerta Molinari.

O especialista destaca que, embora colírios lubrificantes estejam disponíveis sem prescrição, seu uso indiscriminado pode trazer riscos. “Alguns colírios contêm conservantes que podem causar reações alérgicas ou agravar o ressecamento. O uso excessivo pode levar à dependência e dificultar a lubrificação natural dos olhos”, afirma.

Molinari também chama atenção para os grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. “As crianças ainda estão com o sistema imunológico em desenvolvimento e os idosos, por sua vez, podem ter doenças pré-existentes que agravam o quadro. Ambos os grupos são mais suscetíveis à desidratação e infecções oculares”, alertou.

Casos não tratados adequadamente podem evoluir para infecções mais graves, como ceratites e úlceras na córnea, com risco de perda da visão. “A córnea é a camada transparente que recobre o olho e é essencial para a visão. Quando comprometida, pode haver danos irreversíveis”, alerta o oftalmologista.

Período também favorece surgimento de casos de conjuntivite

O clima seco, reduz a lubrificação natural dos olhos e favorece a concentração de poluentes, o que aumenta a incidência de conjuntivite viral e alérgica. A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva — a membrana transparente que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras — e pode ter diferentes causas, sendo as mais comuns a viral e a alérgica. Nos dois casos é importante consultar um médico oftalmologista e evitar automedicação.

Segundo Molinari, a conjuntivite viral é geralmente causada por vírus como o adenovírus e é altamente contagiosa. Costuma começar em um olho e, em poucos dias, pode afetar o outro. “Os principais sintomas incluem vermelhidão, lacrimejamento excessivo, sensação de areia ou corpo estranho nos olhos, coceira, fotofobia (sensibilidade à luz) e secreção aquosa. Em alguns casos, pode haver ínguas doloridas próximas ao ouvido e sintomas respiratórios associados, como coriza e espirros”, explica o especialista.

O oftalmologista explica também que a conjuntivite alérgica não é contagiosa e está relacionada à exposição a alérgenos como poeira, pólen, pelos de animais ou ácaros. “Afeta geralmente os dois olhos ao mesmo tempo e provoca coceira intensa, lacrimejamento, vermelhidão, inchaço nas pálpebras e secreção clara ou gelatinosa. Também pode causar visão embaçada e estar associada a outros sintomas alérgicos, como espirros e nariz entupido, especialmente em pessoas com rinite alérgica”, declara.

Apesar de ambas causarem desconforto, o tratamento é diferente informa o médico. “A conjuntivite viral costuma se resolver sozinha em até duas semanas, exigindo apenas cuidados de higiene e colírios lubrificantes, enquanto a alérgica pode exigir o uso de antialérgicos e controle ambiental para evitar novos episódios”, disse.

Orientações do especialista

A boa notícia é que é possível prevenir os efeitos do tempo seco com cuidados simples e eficazes. Confira as orientações do especialista:

Dicas para proteger os olhos no inverno:
  • Hidrate-se bem: beba bastante água ao longo do dia para manter a produção de lágrimas.
  • Use umidificadores de ar ou coloque bacias com água nos ambientes para aumentar a umidade.
  • Evite exposição direta ao ar-condicionado e ao vento, que ressecam ainda mais os olhos.
  • Pisque com frequência, especialmente ao usar telas, para manter a lubrificação ocular.
  • Siga a regra 20-20-20: a cada 20 minutos, olhe para algo a 6 metros de distância por 20 segundos.
  • Use lágrimas artificiais sem conservantes, sempre com orientação médica.
  • Alimente-se bem, incluindo alimentos ricos em ômega 3, que ajudam na saúde ocular.
  • Use óculos com proteção UV ao sair ao sol, para proteger os olhos da radiação ultravioleta.

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