
Muitos ainda não têm regras sobre o equipamento. Entre os principais problemas estão; estacionamento, circulação e segurança
O aumento do uso de bicicletas elétricas tem gerado novos desafios para condomínios residenciais. Muitos ainda não possuem regras sobre estacionamento, circulação e carregamento desses veículos. Além disso, há preocupações com segurança, especialmente após incidentes envolvendo baterias. Entenda as principais questões e como síndicos e moradores podem lidar com essa nova realidade.
As bicicletas elétricas se tornaram uma tendência entre moradores de condomínios, oferecendo praticidade e mobilidade sustentável. No entanto, a falta de regulamentação tem gerado desafios, especialmente no que se refere ao armazenamento, circulação e segurança.
Muitos prédios e condomínios ainda não possuem regras claras sobre o uso dessas bicicletas, o que pode gerar conflitos. “Já tive que notificar moradores por carregarem as baterias utilizando a energia comum do prédio, o que não é justo com os demais condôminos”, explica um síndico de condomínio na zona leste da cidade.
“Está virando uma febre e um dos maiores desafios tem sido onde guardar. Às vezes a gente não tem espaço nem para as bicicletas convencionais”, explica.

Espaço limitado e circulação perigosa
Outro problema recorrente é a falta de espaço para armazenamento. Muitas garagens já enfrentam dificuldades para acomodar bicicletas convencionais, tornando ainda mais complicado encontrar um local adequado para as elétricas.
A circulação nas áreas comuns também gera preocupações. Como essas bicicletas podem atingir até 50 km/h, crianças e adolescentes utilizando-as em locais de convivência podem representar um risco. Para evitar acidentes, especialistas recomendam que os condomínios estabeleçam rotas seguras para a entrada e saída desses veículos.
Os especialistas recomendam que antes de comprar uma bicicleta elétrica, o morador consulte o regimento interno do condomínio ou o síndico para verificar as regras de uso.
O risco de incêndios e como evitá-los

O perigo das baterias de bicicletas elétricas foi evidenciado recentemente, após um incêndio causado por uma bateria em um apartamento no Rio de Janeiro. O fogo se espalhou rapidamente, deixando feridos e destruindo parte do imóvel.
O risco de explosão dessas baterias é baixo, mas não inexistente. Problemas podem ocorrer devido a defeitos de fábrica ou sobrecarga durante o carregamento. Para evitar incidentes, ele recomenda seguir cuidados essenciais:
- Utilizar apenas carregadores originais e certificados.
- Evitar o uso de extensões ou adaptadores danificados.
- Respeitar o tempo de carregamento indicado pelo fabricante.
- Carregar a bateria em locais ventilados e longe de materiais inflamáveis.
- Supervisionar o carregamento para agir rapidamente em caso de superaquecimento.
Sinais de alerta e medidas preventivas
Assim como ocorre com baterias de celulares, há sinais que indicam problemas com a bateria da bicicleta elétrica. Entre eles estão:
- Superaquecimento excessivo.
- Inchaço ou deformação da bateria.
- Queda brusca na duração da carga.
- Estalos ou ruídos incomuns.
- Vazamento de líquido ou sinais de corrosão.
- Fumaça, cheiro forte ou mudanças de cor.
Caso algum desses sinais seja percebido, é fundamental procurar uma assistência autorizada e substituir a bateria.
Como os condomínios podem se preparar

Para evitar conflitos e garantir a segurança de todos, especialistas recomendam que os condomínios atualizem seus regimentos internos para incluir diretrizes sobre bicicletas elétricas. Algumas medidas importantes incluem:
- Determinar locais apropriados para estacionamento.
- Estabelecer regras claras para carregamento das baterias.
- Criar rotas seguras para a circulação desses veículos.
- Limitar a velocidade em áreas comuns.
- Promover campanhas de conscientização sobre os riscos e cuidados necessários.
Com a popularização das bicicletas elétricas, é essencial que síndicos e moradores se adaptem a essa nova realidade. Regras bem definidas e medidas de segurança adequadas podem garantir uma convivência harmoniosa e minimizar os riscos associados ao uso desses veículos.
“Quanto à circulação, o condomínio deve definir uma rota segura para a entrada e a saída das bicicletas elétricas, evitando áreas de risco ou conflito com pedestres. Além disso, é essencial regulamentar a velocidade para garantir a segurança de todos”, explica Thayná Malini, advogada condominialista.
A especialista explica ainda que a questão da recarga das baterias exige planejamento, pois nem sempre a estrutura elétrica do prédio suporta o aumento do consumo.
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