
Nesta quinta-feira, 9 de janeiro de 2025, María Corina Machado, uma das figuras mais proeminentes da oposição venezuelana, foi presa em Caracas. De acordo com relatos de aliados, ela foi interceptada por agentes do governo enquanto se dirigia a uma manifestação. Durante o incidente, seu veículo foi alvo de disparos e, desde então, seu paradeiro permanece desconhecido. A oposição denunciou que Machado está “oficialmente desaparecida”, levantando preocupações sobre sua segurança e direitos humanos.
Arresto de Enrique Márquez
Outro importante líder opositor, Enrique Márquez, foi detido em 7 de janeiro sob acusações de estar envolvido em um suposto golpe de Estado. O governo alegou que ele planejava uma posse paralela para Edmundo González, um opositor que vive no exílio. A prisão de Márquez se insere em um padrão mais amplo de repressão que tem como alvo figuras da oposição e seus apoiadores.

Contexto Político
A Reeleição Controverso de Maduro
As prisões ocorrem em um momento delicado para o regime de Maduro, que se prepara para a posse de seu terceiro mandato em 10 de janeiro. As eleições que resultaram em sua reeleição foram amplamente criticadas por organizações internacionais e observadores independentes devido a alegações de fraude e falta de transparência. A oposição tem se mobilizado para contestar a legitimidade desse processo eleitoral.
Crescente Repressão
Nos últimos meses, a repressão contra a oposição aumentou significativamente. Pelo menos dez opositores foram detidos nas semanas anteriores à posse de Maduro, refletindo uma estratégia do governo para silenciar vozes dissidentes e consolidar seu poder. As ações do regime têm gerado protestos em várias partes do país, com cidadãos exigindo liberdade política e o respeito aos direitos humanos.

Reações Internacionais
A comunidade internacional tem acompanhado com preocupação os desenvolvimentos na Venezuela. Organizações como a ONU e a OEA condenaram as prisões arbitrárias e pediram ao governo venezuelano que respeite os direitos dos cidadãos e permita a liberdade de expressão. A pressão externa pode desempenhar um papel crucial na busca por uma solução pacífica para a crise política no país.
A situação na Venezuela continua a ser volátil, com a repressão à oposição criando um ambiente tenso e perigoso para aqueles que desafiam o regime de Nicolás Maduro. A detenção de líderes como María Corina Machado e Enrique Márquez não apenas destaca as dificuldades enfrentadas pela oposição, mas também levanta questões sérias sobre os direitos humanos e a democracia no país. À medida que os eventos se desenrolam, o futuro político da Venezuela permanece incerto, exigindo atenção contínua da comunidade internacional e dos cidadãos venezuelanos.
Regime Maduro é acusado de sequestrar opositores antes de posse

Crescem as denúncias de perseguição e sequestros de opositores por forças do regime Maduro dias antes da posse presidencial na Venezuela
Dois dias antes do embate entre o regime chavista e opositores liderados por Edmundo González, o regime de Nicolás Maduro é acusado de sequestrar diversas figuras ligadas a oposição na Venezuela. Somente na terça-feira (7/1), três casos vieram à tona.
O primeiro deles foi denunciado pelo adversário de Maduro nas últimas eleições, que precisou buscar asilo político na Espanha após o pleito. Em uma publicação no X, Gonzáles disse que seu genro foi sequestrado em Caracas, quando ele ia levar os dois filhos, de 6 e 7 anos, a uma escola na capital da Venezuela.
Horas depois, a ONG Epacio Público utilizou as redes sociais para denunciar o desaparecimento de Carlos Correa. O diretor-executivo da organização, que atua contra a censura e violações a liberdade de expressão na Venezuela, teria sido sequestrado por funcionários do governo encapuzados também em Caracas.
A ONG Un Mundo Sin Mordaza, que também atua denunciando ataques contra os direitos humanos na Venezuela, foi outra entidade a anunciar o desaparecimento de um opositor de Maduro. Desta vez, o ex-presidenciável e ex-vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Enrique Márquez.
Não está claro sob quais circunstâncias Márquez desapareceu. O partido de oposição Voluntad Popular, no entanto, acusou a “ditadura de Nicolás Maduro” de sequestrar o defensor dos direitos humanos no país.
Até o momento, nenhum dos três homens foram localizados. A possível onda de sequestros no país acontece dois dias antes da posse presidencial na Venezuela, prevista para acontecer na sexta-feira (10/1).
Mesmo com poucas provas que sustentem sua vitória, Maduro subiu o tom nos últimos dias, e acusou mercenários de tentarem desestabilizar o país. Além disso, o regime chavista anunciou a prisão de mais de 120 estrangeiros, acusados de atos terroristas, e prometeu deter ex-Presidentes apoiadores de Gonzáles que prometem comparecer à posse venezuelana.
Apesar disso, o líder da oposição mantém a promessa de retornar à Venezuela amanhã, sexta-feira, para assumir a presidência do país.
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