Na ocasião a vítima chegou a ser socorrida, mas ela e o bebê não resistiram. Dupla chegou em uma moto e efetuou os disparos em direção a lanchonete; cinco deles atingiram um homem de 36 anos.

Era noite do dia 25 de novembro de 2020, quando uma grávida de oito meses morreu após ser atingida por um tiro em um bar na zona sul de Marília. O crime comoveu toda a cidade, e, até hoje trás sequelas para todos os familiares.

Segundo informações que constam nos documentos oficiais da polícia, a mulher de apenas 25 anos estava com o marido no local. O casal havia chegado a poucos minutos, pois ela, a vítima tinha manifestado um desejo de comer um espetinho.

Quando efetuava o pagamento, dois homens chegaram em uma motocicleta e atiraram contra um outro cliente que estava no bar. Em meio ao tiroteio, uma das balas acabou atingindo o pescoço de Carla Silva de Moraes, que correu quando os tiros começaram.

Crime aconteceu em um bar na zona sul de Marília — Foto: Arquivo pessoal

Ela foi socorrida primeiramente pelo marido, que a levou para o carro do casal estacionado em frente ao estabelecimento e aguardaram a chegada da ambulância.

Carla chegou a ser socorrida e levada para o pronto-socorro do Hospital das Clínicas, mas ela e o bebê não resistiram. O parto da criança estava agendado para o dia 20 de dezembro.

Ainda segundo a polícia, a outra vítima que morreu no local, era Manoel da Silva Barreto, de 36 anos, que estava no bar com a esposa e conversava com Carla e o marido quando o atirador chegou. O homem estava na garupa da moto e foi em direção a Manoel.

Nossa reportagem foi acionada pelo senhor Antônio de Moraes, sogro da vítima que, de forma emocionada manifestou o interesse de registrar a sua revolta pela morosidade da justiça e nos relatou o drama pela qual vive a família até hoje, buscando na imprensa, uma forma de gritar por uma solução que ultrapassou a casa dos 100 dias.

A voz da dor e da indignação.

Para Antônio Fernandes Moraes, sogro de Carla, a palavra indignação resume todo o sentimento pela morosidade da justiça, pelo fato ocorrido e das consequências; ” É uma dor profunda que, remédio nenhum cura. A indignação pelo pouco caso, a insegurança que minha família vive e eu vivencio todos os dias para trabalhar. Eu fico exposto aqui o dia inteiro em meu estabelecimento, cruzo com as pessoas suspeitas diariamente e nada é feito. O resultado é uma insegurança que dilacera nosso dia a dia abalando toda nossa estrutura familiar”, desabafou.

Moraes, que é proprietário de um dos mais conceituados estabelecimentos comerciais do zona sul no ramo da panificação falou do seu cotidiano após o fato ocorrido em 25 de novembro de 2020; ” Diante do ocorrido, eu tive que parar de trabalhar. Fechei meu estabelecimento e só reabri no dia 4 de janeiro. Abrimos por incrível que pareça, com bastante medo, levantando as portas mais tarde e fechando mais cedo, porque a insegurança é constante. Eles estão soltos, e minha família se tornou refém. Fui obrigado a instalar câmeras de segurança em todos os lugares”, relatou.

Para finalizar Moraes, justificando a solicitação de nossa reportagem para registrar o seu manifesto, enfatizou; “Qualquer um que olhar os laudos do inquérito, irá comprovar que existe provas de sobra. Está tudo lá. Eu só gostaria que fosse executado. Que ocorresse aquilo que acontece em um processo ou num fato deste. Se passaram 100 dias, e até agora a gente não tem nem resposta. Eles alegam que nada podem revelar, pois, é uma investigação sigilosa. A peça documental está muito bem fundamentada com todas as informações com tudo na mão e até agora nada. Mais de 100 dias e toda a família vivendo esta drama. É muita revolta, é muita indignação em ver tudo acontecendo desse jeito e sem a gente poder fazer nada, e ainda estar correndo risco de vida. Nossa vontade agora, é ir embora da cidade de Marília, é muita dor”, finalizou lamentando.

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