Com dívida de R$ 20 bi, Santas Casas paralisam atendimentos em todo o país

Mais de 1.800 Santas Casas e hospitais filantrópicos no país cumpriram a promessa de paralisar atendimentos como consultas, cirurgias eletivas, oncologia e exames realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nesta terça feira ( 19). Em Marília não foi diferente. Os procedimentos serão reprogramados para novas datas. Os pacientes dos hospitais já foram informados.

Instituições que não puderam paralisar os também participarão do protesto de forma simbólica, com o uso de camisetas pretas pelos funcionários, panfletagem, entre outras ações. A iniciativa faz parte de um movimento promovido pela CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos)  que tem como objetivo alertar a sociedade civil e o poder público sobre “a maior crise financeira enfrentada pelo setor filantrópico”, segundo a CMB.

A dívida já chega a mais de 20 bilhões de reais. A mobilização tem como pano de fundo o projeto de lei em tramitação na Câmara, que institui o piso salarial da enfermagem. Segundo a CMB, se aprovado o projeto terá impacto estimado em R$ 6,3 bilhões ao orçamento dos hospitais.

A Santa Casa de Marília e o ABHU ( Associação Beneficente Hospital Universitário ) aderiram a participação do protesto, contra o baixo repasse de verbas do Ministério da Saúde. Durante o protesto ( dia de hoje ), as instituições paralisaram parcialmente o atendimento. As verbas seriam destinadas para pagamento de atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além dos hospitais de Marília, outras instituições beneficentes em todo o Brasil fazem parte do movimento por recursos emergenciais. A paralisação de procedimentos eletivos é mobilizada pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. De acordo com a Confederação, o nível de endividamento e do subfinanciamento do SUS resultou no fechamento de 315 hospitais filantrópicos nos últimos seis anos.

Para piorar ainda mais o quadro de endividamento, a pandemia da covid-19 agravou ainda mais a situação, fazendo com que a dívida do setor ultrapassasse mais de R$ 20 bilhões de reais.

Em nossa redação, a assessoria de imprensa do ABHU envio uma nota de esclarecimento a respeito da participação no protesto que acontece à nível nacional. Confira :

NOTA : HBUDiretoria da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário) informa que, visando sensibilizar as autoridades sobre a grave crise que enfrentam os hospitais filantrópicos, vai aderir ao movimento de paralisação das atividades neste dia 19 (terça-feira), como forma de quebrar o silêncio em torno da defasagem da Tabela SUS (Serviço Único de Saúde).Diante disso, o HBU (Hospital Beneficente Unimar), vai suspender 50% das cirurgias eletivas que estavam previstas para esta terça-feira. Rotineiramente são realizados 20 procedimentos ao dia, mas serão feitos apenas 10. “Lamentamos que seja preciso chegar a esse ponto, mas diante da falta de sensibilidade em relação aos custos do serviço e a importância do serviço que é prestado à população, decidimos apoiar o movimento”, destacou Márcia Mesquita Serva Reis, diretora superintendente da ABHU.

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