É a 27ª vitima de acidente de transito na cidade em 2021.

Os números assustam, mas, é a dura realidade. No ano que encerrou ontem, sexta feira (31), 27 vidas foram ceifadas na área urbana do complicado trânsito de Marília, o que faz um média de pouco mais de duas mortes por mês. A grande maioria das ocorrências registradas envolve motociclistas, seja como condutor ou passageiro.

A última vítima, infelizmente entrou para estatística no final da tarde de ontem no bairro Montana, distrito de Padre Nóbrega, zona norte de Marília. Segundo consta no relatório do boletim, um rapaz de apenas 20 anos seguia em alta velocidade com um moto, Yamaha Fazer 250 por volta das 16h20, quando por motivos ainda desconhecidos, teria batido no canteiro central de uma das vias públicas no bairro e, em seguida, colidido contra uma placa de trânsito.

A unidade do SAMU chegou a ser acionado e atendeu a ocorrência com todos os procedimentos para reanimar a vítima, mas a mesma não resistiu aos ferimentos. Nossa reportagem conseguiu apurar junto à Polícia Civil que, apesar de conduzir uma motocicleta considerada de grande potencial em velocidade, o jovem não era habilitado. As circunstâncias reais envolvendo o acidente ainda serão investigadas.

A vítima foi identificada como Henrique Prates da Silva de apenas 20 anos e, que segundo as informações também residia na zona norte. O corpo foi encaminhado ao IML ( Instituto Médio Legal ) e posteriormente liberado para o velório e sepultamento que ocorreu pouco depois das 12Hs.

Acidentes de moto dispararam durante a pandemia

Dados do Infosiga publicados no inicio do mês de agosto que de abril de 2020 para junho de 2021, o número de ocorrências saltou de 4.877 para 7.097. Já em relação a óbitos foi registrado aumento de 13,5%. No momento da produção desta matéria, a referida página estava fora do ar, mas, tudo indica que neste inicio de semana novos e alarmantes números deverão ser divulgados.

Um estudo recente realizado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) revelou que os acidentes de moto cresceram expressivamente durante a pandemia. Em comparação, foram analisados números de internações de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito entre 2012 e 2021. 

De março de 2020 até julho deste 2021, último mês averiguado pelo estudo, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 167 mil internações de motociclistas em todo o País. Para os cofres públicos, isso significou um impacto de R$ 279 milhões. 

Os estados que mais apresentaram esses incidentes se concentram nas regiões Nordeste e Sudeste, com destaque para a Bahia e São Paulo. Nestes, os números de internações ficaram acima da média nacional.

Além disso, o estudo mostrou que 80% dos acidentes de moto têm homens na condução do veículo. A faixa etária mais atingida está entre motociclistas de 20 a 29 anos, sendo responsáveis por mais de 35% dos registros. Em seguida, estão as pessoas entre 30 e 39 anos, correspondendo a 24% dos internamentos. 

Aumento da velocidade

Segundo especialistas, o aumento da velocidade dos automóveis durante a pandemia pode estar relacionado com o número de acidentes de moto. Como o isolamento social retirou parte da população das ruas, diversos condutores começaram a aumentar a velocidade dos seus veículos e a desrespeitar regras de trânsito. 

Dados do World Resources Institute (WRI) revelam que o mesmo ocorreu em diferentes cidades do mundo. Porto Alegre, Goiânia, Toronto e Nova York viram seus números de multas por excesso de velocidade crescerem consideravelmente desde o início do ano passado.

O boom dos serviços de delivery na pandemia também pode ajudar a explicar esse contexto. Mais trabalhadores na rua, com entregas a serem feitas rapidamente, em meio a espaços propícios para o aumento da velocidade, são um “prato cheio” para acidentes. 

Medidas de intervenção são necessárias para redução de acidentes de moto

Para reduzir o número dos acidentes de trânsito, é necessário que os governos locais apliquem algumas medidas vistas por especialistas como primordiais. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinha sugerido aos líderes mundiais que adotassem limites de velocidades em vias urbanas e áreas escolares. Um ano depois, mais de 90 países tinham acatado a recomendação. 

No Brasil, algumas cidades também têm-se movimentado para aumentar a segurança de suas ruas. Desde 2020, Curitiba vem instalando radares e placas nas principais vias do município. 

A mudança do desenho das cidades, com ruas inteligentes que buscam diminuir as possibilidades de acidentes entre veículos, e a implantação de ciclovias em toda sua extensão são outros pontos a serem considerados. 

Com infraestrutura adequada e promoção no uso de meios de transportes alternativos, como bicicletas e patinetes, o número de acidentes tende a baixar, visto que muitos cidadãos podem passar a realizar atividades do dia a dia a partir desses veículos. Esses são apenas alguns dos caminhos em direção a cidades seguras e inteligentes. 

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