Plantão policial bastante agitado neste final de semana. Mais uma ocorrência que infelizmente não gostaríamos de ar, mas, como órgão de imprensa temos que publicar, embora com as tradicionais orientações preventivas.

No final da manhã deste sábado, mais precisamente por volta das 11Hs da manha, policiais e unidade resgate foram convocados a Vila Jardim onde n local, um homem com idade em torno de 57 anos cometeu suicídio por enforcamento.

Segundo o histórico do boletim de ocorrência, ele foi até a casa de seu pai, que é vizinho e se enforcou com uma corda na garagem da residência. As primeiras informações confirmam que o mesmo era casado e deixou esposa, duas filhas e um neto. A perícia da Polícia Civil esteve no local fazendo os levantamentos.

Os motivos como de praxe não foram divulgados, e o nome da vítima até o momento foi preservado.

Prevenção do suicídio: uma necessidade global (vídeo)

Mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano. Isso significa uma morte a cada 40 segundos. Muitos outros tentaram suicídio, e o suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas entre 15 e 29 anos de idade.

Em resposta a esses números alarmantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 2014 seu primeiro relatório global ) sobre o suicídio com uma mensagem de esperança: os suicídios são evitáveis. Estratégias eficazes existem e aguardam implementação. Isto inclui a restrição do acesso aos meios mais comuns, mas também a notificação responsável de suicídio pelos meios de comunicação, evitando o sensacionalismo e fornecendo informações sobre onde procurar ajuda.

Como os distúrbios mentais e o uso nocivo do álcool contribuem para muitos suicídios em todo o mundo, a identificação precoce e a gestão eficaz por parte dos profissionais de saúde são fundamentais para garantir que as pessoas recebam os cuidados que necessitam.

As comunidades também desempenham um papel crítico. Elas podem fornecer apoio social a indivíduos vulneráveis e se envolver em cuidados de acompanhamento, combater o estigma e apoiar todos os que estão em luto por conta do suicídio.

Vamos falar de suicídio?

– Pessoas que cometem suicídio frequentemente dão ampla indicação de sua intenção, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). E, muitas vezes, chegam a procurar ajuda antes desse desfecho. Cerca de 1 a cada 5 pacientes que tentaram o suicídio passaram por uma consulta médica um mês antes do episódio, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a partir de 80 indivíduos atendidos em um pronto-socorro de Embu das Artes, na Grande São Paulo.

– Por outro lado, grande parte desses pacientes não chega aos serviços médicos por meio do psiquiatra. O processo de identificação das pessoas sob risco de suicídio ainda é um grande desafio para os profissionais da atenção primária. “Considerando a relação entre os transtornos mentais e o suicídio, em especial a depressão, o diagnóstico precoce dessas doenças deve ser a prioridade. Estamos falando de enfermidades para as quais existe tratamento, o que significa que o suicídio, em grande parte, pode ser prevenido a partir da adoção de medidas adequadas”, afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia.

– Em alguns grupos específicos, como é o caso dos adolescentes, a identificação de pacientes sob risco de suicídio pode ser ainda mais desafiadora. “Muitas vezes, características que poderiam sugerir quadros depressivos e um risco aumentado para o suicídio são confundidas com estereótipos associados a uma determinada faixa etária, como a ideia de que adolescentes são sempre mais explosivos ou distantes da família que pessoas de outras idades”, completa o médico.

Suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos ...

COMO AJUDAR?

– A literatura médica recomenda fortemente que os profissionais de saúde falem sobre suicídio com pacientes sob risco e alguns trabalhos sugerem, inclusive, as melhores estratégias e questionamentos para abordar o assunto. “Perguntas mais genéricas sobre as perspectivas de vida e os planos desse indivíduo para o futuro podem ajudar a introduzir a temática com leveza, mas é importante que se fale abertamente sobre aspectos mais específicos, como tentativas anteriores de suicídio ou acesso a ferramentas letais, tais como armas de fogo, venenos e remédios. Dessa forma, o médico pode fazer o encaminhamento adequado”, destaca Correia.

– Se de um lado o trabalho educativo com os profissionais de saúde se mostra uma ferramenta essencial entre as estratégias de prevenção do suicídio, em outra perspectiva o acolhimento por parte da rede de apoio formada por amigos e familiares também adquire grande importância. É essencial ouvir o indivíduo com calma e empatia, sem julgamentos, demonstrando cuidado e afeição. Já se sabe que falar e perguntar sobre o suicídio não vai induzir a pessoa ao ato. Ao contrário: é a solidão que pode potencializar o risco nesses casos.

MITOS E VERDADES SOBRE SUICÍDIO

1) Quando uma pessoa que se sentia deprimida e falava em suicídio apresenta uma grande melhora, significa que acabou o risco de suicídio?
Mito. Muitos casos ocorrem em períodos de melhora, quando a pessoa recupera parte de sua energia e vitalidade e sente-se em condições de transformar pensamentos desesperados em ações autodestrutivas.

2) Quanto menor o grau de instrução, maior o risco de suicídio?
Verdade. A taxa de suicídios entre a população que apresenta até três anos de estudo é de 6,8 casos a cada 100 mil pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Por outro lado, entre aqueles com mais de 12 anos de escolaridade, a taxa cai para 3,4 casos a cada 100 mil indivíduos. Moradores de rua, índios, presidiários e pequenos agricultores apresentam um risco até 7 vezes maior de suicídio em comparação à média da população.

3) Pacientes que falam sobre a possibilidade de suicídio raramente o cometem de fato.
Mito. Essa crença é bastante difundida, mas grande parte dos pacientes que cometem suicídio costumam dar algum aviso prévio ou pista antes desse desfecho2. Muitos, inclusive, já passaram por tentativas anteriores.

4) Quando a pessoa decide cometer suicídio, nada a fará mudar de ideia.
Mito. Na verdade, a maioria desses pacientes apresenta sentimentos ambivalentes, ou seja, existe uma batalha entre o desejo de viver e o desejo de morrer. A maioria dos casos está relacionada a transtornos mentais, que podem e devem ser tratados, reduzindo o risco para tais pacientes.

5) Muitas pessoas deixam de procurar tratamento porque sentem vergonha e preferem esconder a depressão de amigos e familiares.
Verdade. A depressão ainda é percebida como um sinal de fraqueza pela sociedade, o que faz com que o paciente fique constrangido em assumir a doença e retarde a busca por tratamento.

6) Pacientes crônicos apresentam taxas mais elevadas de suicídio.
Verdade. Algumas doenças estão associadas a uma da taxa de suicídio mais alta, especialmente aquelas degenerativas, terminais ou que acarretam limitações ao paciente. Algumas dessas enfermidades são: câncer, aids, esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson e problemas cardiovasculares, entre eles enfarte e acidente vascular cerebral (AVC), além das enfermidades reumatológicas.

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