Conforme já anunciamos pelas primeiras horas desta manhã, o coronel se apresentou à Delegacia de Investigações Gerais (DIG), no final da tarde de ontem, quarta-feira (3), onde prestou depoimento até o inicio da noite. Ele foi encaminhado para passar a noite sob custódia no quartel da Polícia Militar em Marília e foi transferido no inicio da tarde de hoje para o presídio Romão Gomes, destinado a militares, em São Paulo.

Embora já antecipamos, o delegado Seccional de Polícia de Marília, dr. Wilson Carlos Frazão, confirmou em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (4), que o coronel reformado da PM, Daubhian Braga Barbosa, de 57 anos, matou o ex-detento e funcionário do Motel Fênix, Daniel Ricardo da Silva, de 37 anos, porque ele tinha um caso com sua esposa, a cabo da Polícia Militar., Adriana Silva. Daubhian é dono do motel.

No depoimento à DIG, ontem, o coronel (que estava foragido desde domingo) declarou que teve uma discussão com Daniel no final da madrugada de domingo (3) e que o mesmo ameaçou sacar uma arma. Então ele atirou por legítima defesa.

“Ele alega que descobriu que a esposa estava tendo um relacionamento com este rapaz, que trabalhava para ele e [estava] morando no motel, e foi para conversar com ele [vítima] de manhã. Na hora que ele [coronel] chegou, o rapaz teria feito esboço de sacar uma arma e, como ele [coronel] estava armado, também sacou e disparou”, conta o delegado seccional.

A mulher do coronel, uma policial militar da ativa de 44 anos, chegou a confirmar em depoimento o relacionamento com a vítima. Ela ainda teria dito que tem muito medo do marido.

Também foi confirmado que as imagens de câmeras de segurança do estabelecimento foram recolhidas pela Polícia Civil. “Vamos montar um quebra-cabeças para verificar a veracidade dessas alegações”, disse Frazão. Outro fator importante é que serão apuradas uma provável mudanças na cena do crime, já que o assassinato ocorreu as 6h e a Polícia Militar só foi acionada duas horas depois. Todo o trabalho rápido e eficiente de investigação, foi coordenado pelo delegado titular da DIG, dr. Luiz Fernando Perpétuo Sampaio.

Outro detalhe é que o celular da vítima teria sido retirado do local e devolvido depois pelo filho do coronel. O aparelho está sendo periciado fora de Marília. “Até o momento, o que nós temos é que assim que o rapaz chegou já houve a ação. Sem qualquer discussão anterior. Como não tem áudio o vídeo e não é de uma qualidade tão perfeita, nós ainda não podemos afirmar que houve alguma discussão. Aparentemente não”, explica o delegado.

Ainda de acordo com Frazão, o laudo necroscópico indica que a vítima tomou dois tiros pelas costas. Um pouco acima da cintura e outro nas nádegas. E mais um tiro de raspão. Daniel morreu de hemorragia interna, já que um dos tiros atingiu uma veia.

Na coletiva também foi revelado que a Polícia Civil fez o pedido de prisão no mesmo dia, entretanto o mandado não foi expedido na mesma data. Com relação à busca feita pela Polícia Militar, que revelou a existência de um verdadeiro arsenal de armas na casa do coronel, o seccional explica que os fatos ainda estão sendo apurados.

“Sobre estes armamentos, nós estamos apurando a licitude ou não. Ele é colecionador de armas, tem várias registradas junto à Polícia Militar, vamos ter que esmiuçar isso”, finalizou Frazão.

O Coronel tem chegada prevista no presídio Romão Gomes na capital paulista até o final desta tarde, onde deverá aguardar detido os trâmites do processo. O prazo inicial para a conclusão do inquérito policial é de 30 dias, que podem ser prorrogados por mais 30, caso haja necessidade.

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