Ciro Gomes foi ao mesmo tempo vaiado e aplaudido durante a sua fala

Em uma sequência de discursos do alto de um trio elétrico na Avenida Paulista, em São Paulo, lideranças políticas da esquerda como os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), além do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL), ressaltaram a diversidade da oposição e defenderam sua unidade em prol do impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Ciro Gomes foi ao mesmo tempo vaiado e aplaudido durante a sua fala. O discurso incendiou a militância petista: muitas pessoas entoaram o nome do ex-presidente Lula (PT) e fizeram a letra L com as mãos. Outras atiraram objetos em direção ao presidenciável do PDT.

Em seu discurso, Ciro pediu o impeachment de Bolsonaro e defendeu a derrubada da “serpente bolsonarista” no País. O político também disse ser contra o “fascismo” e que a hora de Bolsonaro “está chegando”. “O povo brasileiro é muito maior que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo”, afirmou.

deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) também não e escapou e foi vaiado durante sua fala no ato contra Bolsonaro na Avenida Paulista, neste sábado, 2. Seu discurso, curto, foi praticamente inaudível por causa das vaias e xingamentos proferidos contra ele.

Paulinho da Força foi criticado pelos manifestantes por já pertencido à base de apoio de Bolsonaro, embora atualmente o parlamentar defenda o impeachment do presidente. Segundo alguns dos presentes, as pautas apoiadas pelo deputado no Congresso tratam de “ações contra o trabalhador.”

O deputado já foi condenado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em artigo publicado no Estadão em 2020, ele reafirmou a sua inocência e que recorreria da decisão.

Ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos abriu o último bloco do ato na Avenida Paulista destacando a diversidade de pessoas e partidos presentes no ato. Segundo ele, a diversidade política presente hoje nas ruas inclui “gente, inclusive, com quem a gente tem muita diferença”, afirmou. Na sequência, disse que as diferenças são menores do que a união para “tirar Bolsonaro”.

Fernando Haddad, por sua vez, defendeu que o governo do presidente Bolsonaro chegue ao fim antes das eleições de 2022. “Não podemos perder de vista o que nós estamos fazendo aqui”, disse. “Estamos aqui porque o povo quer comer e Bolsonaro não deixa, o povo quer estudar e Bolsonaro não deixa, quer trabalhar e o governo Bolsonaro não deixa”, disse.

“Temos que buscar o sentimento comum e o sentimento comum é ‘fora, Bolsonaro'”, afirmou o deputado carioca Marcelo Freixo (PSB), que também discursou no ato. “As ruas estão pedindo a nossa unidade”, defendeu em outro momento.

Presença de organizações evangélicas

Ato contra Bolsonaro em SP tem presença de organizações evangélicas

Líderes evangélicos discursaram em carro de som em frente ao Masp, na Avenida Paulista, neste sábado, 2, contra o presidente Bolsonaro. Ao lado de representantes budistas e católicos, pastores rejeitaram a associação dos evangélicos ao governo federal, criticaram a gestão do governo frente à pandemia e pediram a manutenção da Democracia. “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro”, disse Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular. “Não somos um único bloco, somos muitos”.

Nos arredores, membros da Coalizão Evangélica Contra Bolsonaro carregam cartazes com críticas ao presidente. Simony dos Anjos, articuladora da coalizão, explica que o grupo reúne diversos coletivos contrários ao presidente, como a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, Cristãos contra o Fascismo, Rede de Mulheres Negras Evangélicas, entre outros. “Nos juntamos para fazer intervenções nos atos com o objetivo de nos contrapor aos evangélicos que apoiam o governo”, afirmou Simony.

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