O que era boato, acaba sendo revelado. Quase um ano após considerada enfim terminada, a obra agora sofre com o desligamento de bombas — afetando o fornecimento de água em regiões do sertão nordestino. Reportagem especial da Revista Oeste.

Desde o início do ano, nossa redação tem sido questionada sobre a veracidade dos boatos envolvendo a transposição do Rio São Francisco que foi inaugurada no ano passado, mas segundo os comentários, sofreram uma interrupção no fornecimento de água logo nas primeiras semanas do mês de janeiro do corrente ano, dando espaço novamente para a indústria dos caminhões pipas que há anos comercializam o líquido precioso para os nordestinos.

Infelizmente, a estrutura do portal do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA é pequena, para efetuar uma matéria de tão grande envergadura, que exige imagens aéreas, documentos e testemunhas que possam embasar e dar consistência a matéria com fontes fidedignas. Nossos contatos não região são poucos e a maioria, por temerem represália, preferem não se envolver no caso. Porém, neste final de semana, um dos mais conceituados veículos de comunicação do momento, a REVISTA OESTE, publicou uma matéria exclusiva sobre o assunto, na qual, parte dela passamos a reproduzir para você, eleitor (a) que busca a realidade dos fatos. Confira;

A novela que envolve a transposição do Rio São Francisco não acabou em 2022, com a inauguração de seu último trecho. Quase um ano depois de considerada enfim terminada, a obra agora sofre com o desligamento de bombas — afetando o fornecimento de água em regiões do sertão nordestino.

“Idealizada pela primeira vez em 1840, a transposição começou a sair do papel em 2007, por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu Fernando de Castro, em reportagem publicada na Edição 160 da Revista Oeste. “Na época, foi planejada a construção de 699 quilômetros de canais, número que foi temporariamente reduzido para 477 quilômetros no ano seguinte, por força de atrasos e pela pressa do governo petista em tentar entregar a obra até 2012 — o governo de Jair Bolsonaro, a transposição voltou a ter os 699 quilômetros originais.”

Inaugurada com dez anos de atraso, o orçamento saltou dos iniciais R$ 4,5 bilhões para quase R$ 15 bilhões — média de pouco mais de R$ 1 bilhão por ano, de 2008 a 2022. Neste meio-tempo, a construção foi interrompida várias vezes, por problemas de planejamento e denúncias de corrupção. Diversas irregularidades foram constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em 2018, a inauguração da Estação de Bombeamento 3 (EBI-3), localizada em Salgueiro, no Estado de Pernambuco, marcou o início das operações do Eixo Norte. A estrutura é composta de bombas e válvulas que levam a água por canais e reservatórios até os Estados do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Um dos canais de irrigação que recebem água da EBI-3 é a Barragem de Jati (CE), que integra o chamado Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Sua função é encaminhar os recursos hídricos disponibilizados pela transição até Riacho Seco, no município de Missão Velha, localizado no sul do Estado. Com 56 metros de altura, a estrutura, com capacidade de acumular até 28 milhões de metros cúbicos das águas oriundas da estação de bombeamento, Jati começou a funcionar em junho de 2020. Contudo, um rompimento ocorrido dois meses depois da inauguração, interrompeu as operações até fevereiro de 2022.

Em janeiro de 2023, contudo, as bombas que integram a EBI-3 foram desligadas, interrompendo o fornecimento de água para as barragens do Eixo Norte da transposição. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional assumiu a responsabilidade pelo desligamento, sob alegação de “anomalias” detectadas nos equipamentos. Apesar de os supostos problemas terem sido constatados em novembro de 2022, somente em janeiro deste ano houve a desativação do maquinário.

Sem as águas da EBI-3, o cenário atual na Barragem de Jati é de terra abandonada. O mato cresce entre o cimento, a pouca água que ainda existe está represada e o concreto seco começou a rachar.

A realidade das dificuldades do sertão nordestino voltou novamente para a alegria de uns e tristeza de outros. A matéria completa com riqueza de detalhes você lê na edição deste final de semana da REVISTA OESTE. O assinante pode ler a reportagem completa ao clicar neste link.

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