A maioria dos autistas sofre com a chamada “hipersensibilidade auditiva”. Dessa forma, os momentos de festa são de apreensão e sofrimento para muitas famílias
A noite de Ano Novo, comemorada neste domingo (31), é um momento de muita celebração para as famílias e amigos que celebram a passagem do ano com festas e a tradicional queima de fogos. Mas, o espetáculo nem sempre gera alegria e felicidade para crianças e adolescentes com autismo.
Segundo a psicopedagoga e fundadora do grupo de apoio aos pais de autistas Força Azul ES, Bárbara Campos, o incômodo acontece, pois, as pessoas com autismo possuem a chamada: hipersensibilidade auditiva.
“Muitos, a maioria dos autistas, são mais sensíveis aos sons altos. Os fogos podem causar dor, medo e até mesmo ataques de pânico. Na hora dos estouros a sensação que eles tem é de estar levando socos nos ouvidos”, descreve a especialista.
Uma mãe que entende bem a situação vivenciada pelos autistas é a Leide Pires, mãe de Bárbara e fundadora de um instituto. Ela explica que os eventos podem ser desconfortáveis causando ansiedade e irritação para o autista.
“O momento gera uma crise de pânico por conta da sobrecarga de estímulos. Com isso, muitas vezes é bom evitar vários eventos durante o mesmo dia. Por exemplo, evito levar a Bárbara em vários eventos, também usamos abafadores”, narra.
Confira dicas para lidar com os fogos de artifício:
Confira dicas para lidar com os fogos de artifício:
1 – Providencie fones de ouvido antirruído
Muitos autistas possuem a chamada hipersensibilidade auditiva, com isso, eles escutam os barulhos e ruídos com intensidade maior do que outros indivíduos. Com isso, os pais e responsáveis podem providenciar fones antirruídos e abafadores.
2- Informe a condição da criança para vizinhos, amigos e familiares
É importante informar a condição da criança com hipersensibilidade para os amigos e familiares. Dessa forma, eles podem se preparar, ajudar e até mesmo prestar atenção no excesso de barulhos.
3- Mantenha a criança informada sobre a situação
Durante a virada dos anos é tradicional a queima de fogos de artifício. Com isso, é importante preparar a criança e o adolescente, explicando o motivo, o que os artefatos significam e que as pessoas ficam felizes.
4- Dê preferência para celebrações em locais mais calmos
Os pais e responsáveis podem preferir celebrar a passagem do ano em locais mais calmos, apenas em família. Muitas vezes, é possível ver o espetáculo mesmo estando “longe da bagunça”.
5- Prefira os fogos de artifício sem barulho
Se possível, os familiares e amigos podem optar pela utilização de fogos de artifícios sem barulhos. Desde o ano de 2022, é proibida a fabricação e utilização dos fogos com efeitos sonoros no Estado.
Lei proíbe venda de fogos de artifício com barulho em Marília
Marília tem a Lei Número 8.397, de 24 de maio de 2019, de autoria do ex-vereador e atual vice-prefeito Cícero do Ceasa, que proíbe a soltura de fogos de artifício ou similares que emitam sons, que estabelece multa de 20 UFESPs Unidade Fiscal do Estado de São Paulo – cada UFESP vale R$ 29,09 -, além de recolhimento do material; com valor sobrado na reincidência.
Ocorre que a lei foi tão demagoga e incompleta que não mencionou a
proibição a fabricação e comercialização, ou seja; deu na mesma. O autor da lei também não criou mecanismos eficazes de fiscalização.
Poucos se lembram, mas em 2021, o então governador João Doria sancionou uma lei que proíbe queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo.
Esyamos falando da lei Nº 17.389, DE 28 DE JULHO DE 2021, Projeto de lei nº 369, de 2019, dos Deputados Bruno Ganem – PODEMOS e Maria Lúcia Amary – PSDB)
O descumprimento ao disposto nesta lei acarretará ao infrator a imposição de multa correspondente a 150 (cento e cinquenta) vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP) se a infração for cometida por pessoa natural; e 400 (quatrocentas) vezes o valor da UFESP se a infração for cometida por pessoa jurídica.
Parágrafo único – Os valores das multas serão dobrados em caso de reincidência, entendendo-se como reincidência o cometimento da mesma infração em período inferior a 180 (cento e oitenta) dias.
Pets e fogos de artifícios: 4 dicas para proteger os animais de estimação no Ano Novo
Veterinárias dão orientações do que fazer para garantir a saúde e bem-estar dos pets com os barulhos dos fogos no Réveillon
Os fogos de artifícios, compostos por diversas cores, luzes e brilho, são uma grande tradição comum no Ano Novo, celebração que acontece neste domingo (31). Mas, ao mesmo tempo, os artefatos pirotécnicos possuem um ruído intenso, que pode gerar estresse e ansiedade nos animais de estimação.
Quem sabe muito bem dessa situação é a servidora pública Julia Ramos, de 27 anos, tutora da cadela da raça Shih Tzu, a Kira. Ela narra que a cadelinha sempre fica muito agitada e ansiosa diante dos fogos de artifícios. “Vejo a Kira mordendo, lambendo as patinhas com medo”.
Com a situação, a tutora explica que sempre tenta encontrar maneiras de manter o animal seguro em casa, para evitar fugas ou algum problema de saúde. A preocupação aumenta devido à idade avançada.
“Tento isolar a Kira ao máximo do barulho, normalmente deixo no quarto, com ar-condicionado ligado e com músicas calmas, principalmente quando não consigo estar perto”, descreve.
“Cachorros possuem audição bem desenvolvida”
Segundo os especialistas, o incômodo dos barulhos é um resultado de audição bem desenvolvida, principalmente dos cachorros. O amigo canino, por exemplo, consegue ouvir sons a uma distância até três vezes maior que o limite humano.
Em entrevista, a médica veterinária doutoranda pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordenadora do curso de Medicina Veterinária na FAESA, Thaiz de Deco Souza, destaca que, além dos cachorros, outros animais podem ser impactados com o som dos fogos.
“Quando pensamos em animais pets podemos pensar nos cães, gatos, passarinhos e psitacídeos em geral. Mas não posso deixar de falar dos animais que vivem livres na natureza, eles também podem sofrer consequências com os fogos de artifícios”, narra.
“Barulhos podem gerar consequência”
A médica veterinária Polyana Paixão destaca que os barulhos altos podem gerar diversas consequências desagradáveis para os animais, dentre elas: prejuízo do apetite, fugas de casa, ferimentos e até mesmo a morte.
“Se o animal tiver alguma doença cardíaca, alguma doença instalada no coração, ele pode, sim, ter uma morte súbita no susto. Principalmente o cão, devido ao medo e pânico com os fogos”, destaca.
Além disso, a especialista também fala que outras situações de estresse podem levar até mesmo animais saudáveis à morte. “Acontecem situações de fuga ou até mesmo de pets que podem pular de lugares altos. Com isso, eles acabaram se machucando ou falecendo”.
Pensando nesses momentos, as especialistas listaram algumas dicas voltadas para amenizar o incômodo dos animais diante dos barulhos intensos.
Confira as principais dicas para acalmar o pet:
1 – Prepare um ambiente aconchegante e silencioso
As veterinárias orientam os tutores a preparar a casa para o momento. Uma boa ideia é deixar os animais em ambientes mais fechados, longe de janelas, portas e degraus.
“Se possível, coloque os bichinhos em locais mais aconchegantes, com almofadas ou travesseiros. Também é aconselhado ligar o ar-condicionado para abafar o barulho”, destaca Polyana Paixão.
2 – Deixe os pets em companhia
A veterinária Thaiz de Deco explica que é importante “fazer companhia” para que os animais se sintam seguros. “Isso trará maior tranquilidade a eles. Não os deixem sozinhos nas varandas, no terraço ou no quintal”.
3 – Use a técnica do “Tellington touch”
Use a técnica do “Tellington Touch” ou “toque do pano”. Segundo as médicas, a técnica consiste em envolver o animal com um pano (ou uma faixa), gerando uma pressão de forma que ele se sinta acolhido e protegido.
4 – Tire o foco do animal dos fogos de artifício
As especialistas destacam, além disso, que é necessário distrair os animais com os brinquedos considerados “favoritos ou mais importantes”. Outro método de distração é o de dar petiscos e colocar músicas relaxantes.
“Devemos distrair os animais desse momento. Uma opção é colocar música relaxante no ambiente como o ‘relax my cat’ e ‘relax my dog’. Além de produtos calmantes, sob a orientação de veterinários”.
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