Friamente falando, ficamos bem tranquilo em afirmar que a chamada direita conservadora não desenvolveu uma estratégia de ação durante o período em que ficou à frente do poder executivo. O raciocínio é simples, não basta somente ter boas intenções, em um sistema totalmente viciado, se faz necessário demarcar territórios em setores vitais, desde as entidades com poder de mobilização até os órgãos vitais e com poder de decisão.

Isto todos devem reconhecer; a chamada esquerda já utiliza deste expediente há anos e com muita sutileza e astúcia. Assim foram nos três mandatos exercidos pelo PT. O ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou até a mencionar a possibilidade, mas como ele próprio reconheceu, faltou em sua equipe articuladores políticos e sobraram técnicos. O resultado não poderia ser outro. Não existe política sem articulação e base de sustentação.

As etapas do plano perfeito

1-) No dia 24 de maio, uma quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçou com o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes no Palácio do Planalto. Horas após o encontro, o próprio Moraes se antecipou e anunciou, em sessão do Supremo, que Lula havia nomeado os novos ministros.

Ambos são considerados muito próximos de Moraes. André também conta com a simpatia do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski. Os dois nomes escolhidos por Lula estavam numa lista quádrupla escolhida pelo STF e enviada na própria quarta ao petista. Segundo aliados, Lula decidiu nomear seus escolhidos horas após receber a lista do STF, para evitar sofrer pressões na definição.

2-) Foram nomeados André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques Neto como os novos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os indicados já estão a ocupar as vagas destinadas aos juristas, ou seja, aqueles provenientes da área da advocacia, uma vez que Sérgio Banhos e Carlos Horbach haviam deixado o tribunal na semana anterior ao mencionado almoço.

Normalmente, as vagas seriam preenchidas pelos substitutos Maria Claudia Bucchianeri e André Ramos Tavares. No entanto, como esperado, o ministro Alexandre de Moraes sugeriu novos nomes, desconsiderando a tradição estabelecida anteriormente.

3-) Com essa indicação, Maria Bucchianeri, cujo mandato termina em junho, pode não ser reconduzida nem mesmo como substituta por mais dois anos. Outro fator que contribui para a agitação nos bastidores foi a solenidade de posse do ministro Nunes Marques como titular do TSE, que no último dia 25 de maio. Essa conjuntura adiciona mais elementos à configuração política do tribunal.

Com a chegada dos novos ministros indicados por Lula, o futuro político de Jair Bolsonaro (PL) já está traçado em direção à inelegibilidade, especialmente considerando as 16 ações que atualmente tramitam contra o ex-presidente no TSE. A nova composição de magistrados pode influenciar decisivamente nos desdobramentos desses processos e os rumos da política nacional.

UMA NOVA CARTADA: A exemplo do que ocorreu com Toffoli (ex-advogado do PT e de Zé Dirceu), Lula confirma indicação de seu advogado Cristiano Zanin para a vaga de ministro do STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (1) a indicação do advogado Cristiano Zanin para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Zanin foi advogado de Lula na operação Lava Jato, inclusive nos casos do triplex e do sítio de Atibaia, em que o petista foi condenado. As decisões na ação foram depois derrubadas pela Corte máxima do Judiciário brasileiro.

Lula falou sobre a escolha por Zanin em coletiva de imprensa ao lado do presidente da Finlândia, Sauli Niinistö. “Você já esperava que eu fosse indicar o Zanin, todo mundo esperava, não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas simplesmente por que o Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte”, declarou Lula, que também compartilhou a decisão nas redes sociais.

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