Medicamento teve seu uso como preventivo do câncer de mama reconhecido pelo governo da Inglaterra nesta terça-feira (7/11)

As mulheres que possuem genes relacionados ao câncer de mama ganharam um aliado importante nesta terça-feira (7/11). A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) aprovou o uso preventivo do medicamento anastrozol para o grupo. A medicação já estava indicada para o tratamento de tumores de mama em estágio inicial.

A inglesa Lesley-Ann Woodhams, de 61 anos, foi uma das pessoas que testou o uso preventivo do remédio. Ela tomou o anastrozol de maneira “off-label” (fora da recomendação da bula).

Lesley-Ann Woodhams tem risco genético aumentado para o câncer de mama e descobriu isso após a mãe dela ter a doença. A paciente passou cinco anos tomando o anastrozol diariamente e completou o primeiro ciclo em janeiro de 2023.

“Tomar anastrozol foi uma decisão fácil para mim, pois vi minha mãe lutar contra o câncer de mama e meu risco era muito alto. O anastrozol reduziu meu risco de desenvolver câncer de mama, e pude viver pela primeira vez sem me preocupar constantemente com o medo de desenvolver a doença”, disse ela ao NHS (o sistema de saúde inglês).

Como funciona o tratamento?

O tratamento é administrado em comprimidos de 1 mg, uma vez ao dia, durante 5 anos. A estimativa é de que ele seja capaz de previnir 2 mil casos de câncer de mama ao ano na Inglaterra. De acordo com os resultados dos ensaios clínicos, a medicação pode reduzir pela metade as chances de mulheres pós-menopáusicas com risco genético aumentado para tumores de mama.

O anastrozol é o primeiro medicamento de sua categoria a ser aprovado para uso preventivo. O remédio é um inibidor da aromatase, uma enzima do corpo. Ele funciona reduzindo a quantidade do hormônio estrogênio que a paciente produz, bloqueando a enzima e, grosso modo, deixando as células tumorais “morrerem de fome”.

Os efeitos colaterais mais comuns do medicamento são sensação de fraqueza, dor/rigidez nas articulações, artrite, erupção cutânea, náusea, dor de cabeça, osteoporose e depressão, mas ocorrem em uma proporção menor que em 10% das usuárias.

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