Agora não adianta chorar. Depois de conseguir a autorização dos senhores vereadores para terceirizar parte da Coleta do Lixo, Zona Azul, o DAEM, Terminal Rodoviário e o Cemitério Municipal, chegou a vez de um dos mais importantes serviços de pronto atendimento emergencial de Marília e região, o SAMU ( Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ).

Conforme já havíamos antecipado, a responsável pelo serviço passará a ser a Santa Casa de misericórdia de Chavantes, única entidade interessada no processo de licitação e que receberá da prefeitura municipal de Marília a bagatela de mais de 11 milhões de reais.

É importante lembrar que 44 unidades de USF ( Unidade Saúde da Família ) e a UPA da zona norte também são terceirizados, embora para organizações sociais da cidade de Marília. Em suma, a cidade está concluindo o processo de terceirização e responsabilidade pelo serviço total de saúde da cidade. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) comemora este ano 18 anos de serviços prestados à população. 

É inadmissível uma cidade com duas faculdades de medicina e boatos da chegada de uma terceira, além de pelo menos três escolas particulares de formação para profissionais da enfermagem e uma prefeitura com aproximadamente 6 mil servidores, não possuir competência para administrar um setor vital para a cidade, sem falar no orçamento bilionário e aproximado de mais de 1,5 bi de reais somente para 2023.

Em tempo, queremos deixar bem claro, que não estamos aqui menosprezando a competência da entidade vencedora, mesmo porque o seu histórico fala por si. Apenas para ilustrar, em 2020, com a experiência de seus diretores e conselheiros, que atuam há mais de 15 anos em Gestão de Equipamentos de saúde, a mesma se tornou-se uma Organização Social de Saúde – OSS, estando capacitada à formalizar contratos de gestão com os mais diversos entes governamentais, passando a estar a serviço não só dos pacientes de sua mantenedora, localizada no município de Chavantes-SP, mas também em mais de 20 projetos, divididos em 12 municípios e 02 estados.

O que realmente questionamos é mais uma vez a terceirização de serviços básicos prestados a população. Nunca é demais lembrar que a referência do serviço de oftalmologia na região que por muitos anos foi de Marília, até mesmo pelas inúmeras clínicas especializadas, acabou sendo transferido para a cidade de Herculândia, distante de Marília 58 quilômetros. Também nada contra a cidade e os profissionais que exercem esta excelente profissão da oftalmologia.

Reiteramos que a questão não é a cidade, o seu tamanho ou qualquer outro fator comparativo. O que colocamos na mesa de discussão é o porquê a administração da cidade de Marília, na pessoa do prefeito Daniel Alonso no momento, estaria abrindo mão de administrar e cuidar da saúde do município ? Como está a avaliação deste setor se ouvirmos quem realmente faz uso de uma unidade de saúde em nossa cidade ?

Não podemos esquecer de mais uma promessa de sua primeira campanha eleitoral em 2016, quando falou em alto e bom som e ainda publicou em panfletos distribuídos pela cidade que iria oferecer ao marilienses uma saúde de primeiro mundo. “Se não houver médicos, vamos contratar, se não houver remédios, iremos comprar”. Simples balela de campanha, basta visitar qualquer unidade de saúde e constatar o descaso com o munícipe.

O contrato para gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Central de Regulação e o Melhor em Casa – Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) que substituiu o consagrado Proid da Famema, foi assinado na última terça-feira (8) e vai custar ao cofres municipais, ou seja, do bolso do contribuinte, nada mais, nada menos que R$ 11.029.613,28.

A contratação foi feita pelo prazo de 60 meses, ou seja; 5 anos. A título de esclarecimento, mais de 70% do valor do contrato corresponde aos custos para manter a equipe técnica multidisciplinar. Como já citamos, no ritmo em que estamos indo, daqui à pouco irão terceirizar a administração municipal, ou será que já não é ?!?!?

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