A Polícia Civil, por intermédio da 3.ª Delegacia de Investigações de Homicídios da Divisão Especial de Investigações Criminais (Deic), do Deinter 4-Bauru, informou, na tarde desta terça-feira (20) que o estojo de pistola calibre 380 encontrado no interior do veículo Spin conduzido pela secretária-executiva da Apae Bauru Claudia Regina Rocha Lobo, e abandonado com vestígios de sangue na Vila Dutra, foi deflagrado da arma calibre 380 apreendida no cofre da residência de Roberto Franceschetti Filho, presidente afastado da Apae Bauru. Ele está preso temporariamente.

Na tarde desta terça, com várias equipes, a Polícia Civil recolheu materiais em uma chácara situada na saída da Bauru-Iacanga (rodovia Cezário José de Castilho), próximo à Estação Ecológica Sebastião Aleixo da Silva, em Bauru. A expectativa era tentar localizar vestígios do corpo da secretária-executiva da Apae, desaparecida desde o dia 6 de agosto. A Polícia Civil trata o caso como possível homicídio e ocultação de cadáver.

O principal suspeito pelo sumiço dela é o presidente afastado da entidade. Ontem, em depoimento, ele alegou que é inocente e disse à imprensa: “eu preciso de ajuda”.

A declaração de Franceschetti Filho foi proferida no momento em que ele deixou a Deic com destino à Cadeia Pública de Pirajuí, após ser interrogado por cerca de uma hora e meia por Cledson Luiz do Nascimento. Para justificar o pedido de ajuda, o presidente afastado citou “tudo o que fiz pela Apae e por Bauru”, sem dar detalhes.

Ele ainda não havia sido ouvido oficialmente porque seus advogados aguardavam acesso ao inquérito, que foi liberado pelo Fórum no final da manhã de segunda-feira (19). O pedido, por sua vez, fora formalizado na última sexta (16).

O advogado Leandro Chab Pistelli, que defende Franceschetti Filho, informou que o seu cliente afirma ser inocente e respondeu a todas as perguntas da autoridade policial. “Contudo, até que seja retirado o sigilo, não posso dar maiores detalhes”, declarou. Pistelli disse que analisa os autos para verificar a possibilidade de impetrar habeas corpus (HC).

Relembre o caso

Claudia Lobo desapareceu na tarde do último dia 6, quando deixou a unidade da Apae onde trabalha, na rua Rodrigo Romeiro, no Centro, com uniforme, segurando um envelope na mão. Na ocasião, ela embarcou em uma Spin branca da entidade, sem levar bolsa e celular. Também não avisou ninguém para onde iria. A entrada da secretária-executiva no veículo foi flagrada por câmeras de segurança.

O desaparecimento foi registrado na Polícia Civil na noite do mesmo dia. Já a Spin foi localizada na manhã seguinte, destrancada, com a chave no quebra-sol, na Vila Dutra. O veículo passou por perícia e, durante os trabalhos, segundo a Deic, foram encontrados sangue e o estojo de uma arma, compatível com a pistola calibre 380 apreendida posteriormente com o presidente afastado da Apae.

A prisão temporária dele, por 30 dias, ocorreu na tarde da última quinta (15), e foi mantida na audiência de custódia, no dia seguinte. A Deic chegou até Franceschetti Filho com base em câmeras de segurança e contradições no depoimento. Via sinal do celular, apurou ainda que ele estava nas proximidades do local onde o carro ocupado pela vítima foi deixado, no horário em que câmeras de segurança registraram o abandono da Spin.

Portanto, para a Justiça, há indícios de autoria do presidente afastado da Apae no desaparecimento de Claudia.

DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES E IMAGENS DO SAMPI

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