A Justiça autorizou a oitiva presencial do psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, que deve ser ouvido nos próximos dias pela Polícia Civil de Pompeia, em Tremembé, no presídio em que ele esta preso suspeito pelas mortes da mulher e da enteada, que tinha 9 anos, em Pompeia.

O duplo homicídio teria ocorrido no mês de novembro do ano passado, mas só descoberto neste ano quando os corpos de Cristiane Pedroso dos Santos Arena, de 34 anos, e da filha dela, Karoline Vitória dos Santos Guimarães foram encontrados enterrados no quintal da casa onde elas moravam.

A juíza Sueli Zeraik De Oliveira Armani autorizou a oitiva presencial de Fabricio na própria unidade prisional ou ainda através do sistema de videoconferência, devendo a autoridade policial agendar previamente a data e o horário para colher novo depoimento do acusado.

Ele já foi ouvido pela polícia, mas o laudo pericial da polícia cienttífica apontou fatos diferentes e daqueles contados pelo psicólogo em seu primeiro depoimento.

O delegado Cláudio Anunciato Filho, que comanda a investigação, quer ouvir novamente o réu, para esclarecer os fatos e então finalizar o inquérito policial, porém a data desse depoimento ainda não foi divulgada.

Recordando o caso que comoveu Pompeia e região

Cristiane e Karoline estavam desaparecidas desde o fim do ano passado. Os corpos delas foram encontrados enterrados no quintal da casa onde moravam, no dia 2 de fevereiro, sob um contrapiso de concreto.

No dia em que os corpos foram localizados, a filha de 16 anos da vítima foi apreendida. Já o marido, o psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, de 36 anos, foi capturado em 8 de fevereiro, em Campo Grande, enquanto trabalhava em uma obra. Ele foi transferido para Marília no dia seguinte e disse à impressa que se arrependeu do crime. 

Em depoimento à polícia, Fabrício detalhou que matou a esposa primeiro, em uma briga, em suposta legítima defesa, com um golpe de faca. Em seguida, ele admitiu que matou a menina asfixiada com a mão quase um mês depois porque ela estaria questionando sobre a presença da mãe.

Porém laudo do IML que apontou a causa das mortes, trouxe informações diferentes que contradizem a versão do acusado. A polícia acredita que as vítimas poderiam estar dormindo e quando foram mortas.

“A gente suspeita que essas mortes ocorreram quando essas vítimas estavam dormindo porque são duas facadas profundas nas costas. Quando uma pessoa leva um golpe de faca, no primeiro golpe ela se defende, ela vira e tal, então a gente entende que essas pessoas estariam dormindo quando foram assassinadas. Existem as qualificadoras que podem agravar a pena dele”, explicou o delegado Cláudio Anunciato Filho, responsável pelo caso.

A principal linha de investigação da Polícia Civil é que a adolescente apreendida mantinha um envolvimento amoroso com o padrasto. Por isso, além do duplo homicídio e ocultação de cadáver, Fabrício é investigado por estupro de vulnerável, pois teria abusado sexualmente da enteada mais velha há vários anos.

A adolescente negou participação no crime, mas a polícia acredita que ela deu cobertura ao padrasto e ajudou a enterrar os corpos. Segundo o delegado, ela indicou à policia o local exato onde estava enterrado o corpo da irmã.

Mãe e filha foram encontradas enterradas no quintal de casa em Pompeia — Foto: Divulgação

Durante o período em que estava foragido, a polícia obteve informações de que Fabrício havia sido visto passeando pelo centro de Bataguassu, na divisa com o estado de São Paulo, e depois ele teria ido à Campo Grande, capital sul-mato-grossense.

Após denúncia, o suspeito acabou sendo capturado em 8 de fevereiro enquanto trabalhava em uma obra.

Fabrício Buim Arena Belinato é suspeito de matar esposa e enteada em Pompeia — Foto: Arquivo pessoal

Segundo o delegado Fabrício chegou a pedir abrigo a uma igreja, em uma cidade do Mato Grosso do Sul como se fosse um morador de rua. Ele fez todas as refeições diárias e higiene pessoal na instituição enquanto estava foragido. O município não foi informado.

DIRETO DO PLANTÃO POLICIAL

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