Quando o assunto é prazer feminino, é comum lembrar do ponto G. Apesar de famosa, essa zona do corpo feminino guarda muitos mistérios e causa dúvidas. Por isso, o Dicas de Mulher conversou com a sexóloga Ariela Pansieri para entender melhor sobre essa zona do prazer escondida em seu corpo!

O ponto G existe?

O assunto é polêmico e há quem não acredite na existência do ponto G. Ariela acredita na teoria de Ernst Gräfenberg: ao estimular essa zona do corpo, no canal vaginal, a mulher sente prazer com a penetração. “O que realmente existe para o prazer feminino é o clitóris, que pode ser acessado via canal vaginal”. Em resumo, o ponto G é nada mais que uma ramificação do clitóris, que pode ser estimulada pelo canal vaginal!

Todas as mulheres têm ponto G?

Sim. Todas as mulheres possuem essa parte interna do clitóris, acessada via canal vaginal. O que muda é a localização, que “pode ficar mais perto da entrada do canal vaginal em algumas mulheres e em outras, nem tanto”.

Ariela ressalta que cada corpo é único, tanto que “algumas mulheres têm muita sensibilidade no clitóris, outras, pouca. Na parte interna dele, o famoso ponto G, funciona da mesma forma: se a sensibilidade é alta, o estímulo pode ser mais incômodo do que prazeroso”.

Como encontrar o ponto G?

O ideal é aproveitar um momento sozinha para conhecer melhor seu próprio corpo e os estímulos que você gosta. Ariela ensina um passo a passo para encontrar o ponto G:

  • Sente-se ou deite em uma posição confortável: pode ser na cama, se for ficar sentada, coloque almofadas ou travesseiros para acomodar suas costas.
  • Introduza um dedo no canal vaginal com a palma da mão voltada para cima: é importante estar com as mãos limpas e as unhas aparadas. Se você não estiver naturalmente lubrificada, aplique um pouco de lubrificante em seu dedo.
  • Faça movimentos de gancho com o dedo: vá com calma! Esse movimento deve ser gentil e você sentirá uma área mais rugosa, sensível ao toque, onde se encontra o ponto G.

Ao ser tocada, a área do ponto G proporciona uma sensação prazerosa. Você perceberá que essa zona do corpo é mais sensível. Ariela recomenda que você comece sempre com as suas mãos, descubra a intensidade e velocidade que gosta de ser tocada, então, comunique à parceria como poderia ser interessante ser estimulada dessa forma.

Melhores posições para estimular o ponto G

O ponto G pode ser estimulado tanto na masturbação quanto na penetração. Abaixo, conheça as melhores posições para estimular essa parte do seu corpo:

De bruços

Coloque uma almofada embaixo do quadril para elevá-lo. Se estiver com outra pessoa, ela conduz o movimento e o ritmo. Durante a masturbação, introduza os dedos no canal vaginal e alterne movimentos intensos e lentos, de vai e vem e de gancho.

De ladinho

Essa posição é parecida com uma conchinha – sua parceria fica atrás de você. Será preciso inclinar um pouco os joelhos para frente, pois a penetração ocorre por trás e permite que o pênis/vibrador alcance a parede frontal da vagina. Também permite que a parceria ou você estimule o clítoris. Na masturbação, você fica em posição fetal, com um travesseiro entre os joelhos, e introduz seus dedos ou o vibrador.

Sentada

Sente-se na beira da cama com as pontas dos pés apoiadas no chão. Em seguida, coloque um ou dois dedos no canal vaginal. Também é possível usar um vibrador próprio para o ponto G. Está acompanhada? Experimente a posição flor de lótus: o homem senta com as pernas cruzadas e você senta por cima, envolvendo suas pernas na cintura dele.

Outras posições sexuais podem ser parte de suas aventuras para estimular o ponto G. Por exemplo, na ventoinha ou a amazona, você precisa “ficar em pé, apoiada em uma mesa/cadeira/parede enquanto a parceria te penetra”.

Dúvidas sobre o ponto G respondidas

Já tentou e não conseguiu encontrar o ponto G? Abaixo, Ariela esclarece mais dúvidas sobre o assunto. Acompanhe!

Por que eu não sinto nada ao estimular o ponto G?

Ariela Pansieri – Algumas mulheres podem ter um pouco mais de dificuldade em encontrar a parte interna do clitóris. Em alguns corpos, ele fica mais próximo da entrada da vagina, em outros, um pouco mais ao fundo. É preciso se tocar, se conhecer.

É normal sentir vontade de urinar ao estimular o ponto G?

Se a bexiga estiver cheia, pode, sim, dar vontade de urinar. Algumas mulheres relatam aumento de prazer, outras, um incômodo extremo. Novamente, cada corpo é único.

Homens também têm ponto G?

O chamado ponto G masculino é, na verdade, a próstata. O toque é bastante prazeroso, porém muitos homens tratam o assunto com tabu, pois o acesso é via ânus.

É possível ejacular ao estimular o ponto G?

Quero falar sobre três conceitos importantes: ejaculação feminina, squirt e orgasmo. A ejaculação tem um volume líquido de 0,3 ml a 5 ml, sendo produzida pelas glândulas de Skene. O squirt é a liberação de líquido que está na uretra. Ele acontece por estimulação mecânica, que pode ser em qualquer parte do clitóris. Já o orgasmo é uma sensação, uma fase do ciclo de resposta sexual caracterizada pela perda do controle muscular voluntário e pelos espasmos. Quando o clitóris tem uma estimulação mecânica muito intensa, principalmente se foge do habitual, é possível que a mulher tenha um squirt, porém esse não tem relação alguma com ejaculação ou orgasmo.

Eu preciso descobrir onde está meu ponto G para ter prazer?

Não! O corpo todo tem pontos sensíveis e erógenos que podem ser trabalhados. Podemos passar longe das genitálias e dos seios para sentir prazer. Comece com uma boa massagem à luz de velas, use diferentes texturas e temperaturas. Alterne entre toques fortes e sutis, use partes do corpo, a boca, por exemplo. Tenho certeza que será incrível para você e para a sua parceria.

“Nos últimos anos, houve um crescimento na busca pelo termo ‘ejaculação feminina’ nos sites de pornografia. Com isso, busca-se o orgasmo feminino, quando nem sempre as duas situações estão ligadas”. É possível gozar estimulando o ponto G ou outras zonas erógenas para chegar ao orgasmo sem squirt ou ejaculação feminina.

Conheça a especialista

Ariela Pansieri é sexóloga e atua com terapia sexual clínica, atendendo o público feminino e pessoas LGBTQIAPN+. Também realiza palestras e workshops sobre educação sexual para adultos.

DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DE DICAS DE MULHER E TEXTOS DE STEPHANIE QUADROS

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