Foi a 18ª mudança no primeiro escalão do governo Bolsonaro, sendo duas em um mesmo dia. Parece incrível, mas, isto ocorreu no dia de hoje, segundo feira ( 29), considerado um dia tenso pelos lados do Itamaraty.

O ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva anunciou a saída do cargo nesta segunda-feira, 29. No início da tarde, Silva participou de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e anunciou a saída logo após o encontro. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida“, declarou o ex-ministro em nota.

Antes de integrar o governo, Silva chegou ao posto de chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos mais importantes das Forças Armadas. Em 2018, ele foi para a reserva do exército e passou a integrar a assessoria do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, antes de ser anunciado como ministro.

Ernesto Araújo pede demissão do cargo de ministro das Relações Exteriores

ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo durante um encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29). Araújo vinha sendo pressionado, principalmente por parlamentares, que o criticaram por falhas nas relações diplomáticas que teriam prejudicado a aquisição de vacinas contra a Covid-19.

No fim de semana, o chanceler se envolveu em um novo embate com parlamentares, que complicou ainda mais a situação dele no Itamaraty. Em mensagem postada no Twitter, ele afirmou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, cobrou o apoio dele à tecnologia chinesa do 5G, indicando que este era o real interesse dos parlamentares, e não as vacinas.

Ernesto Araújo

A afirmação deixou senadores revoltados. Kátia Abreu classificou o ministro como “a face de um marginal”, que viveria “à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições”.

Nesta segunda, um grupo de senadores se preparava para apresentar um pedido de impeachment de Araújo.

No fim da manhã, Araújo se reuniu com secretários no Itamaraty. Em seguida, foi ao Palácio do Planalto e se reuniu com o presidente, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e com Filipe Martins, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência. O chanceler afirmou que não queria ser um problema para o presidente. Os dois devem voltar a se reunir ainda nesta segunda.

Cotados ao cargo

Já há alguns nomes sendo cotados para o cargo. Da ala militar, o almirante Flávio Rocha. Do Itamaraty, o embaixador Carlos Alberto Franco França (ex-chefe do Cerimonial de Bolsonaro); o embaixador Luiz Fernando Serra (embaixador do Brasil na França); e o embaixador George Firmeza (assessor do almirante Flávio Rocha).

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